Oficina de grafite no Bengui estimula mulheres à consciência e ao combate à violência de gênero
Objetivo é estimular também alternativas de geração de renda, empoderamento e autonomia em um território marcado pela vulnerabilidade social
Erika Pires desenha desde a infância e aproveita a oficina de grafite para aperfeiçoar sua técnica com vistas a um empreendimento futuro O talento para desenho foi percebido desde a infância, quando Erika Pires, 19 anos, desenhou pela primeira vez e, desde então, não parou mais de desenhar e pintar. Agora ela quer aperfeiçoar ainda mais os seus conhecimentos.
“Eu sempre tive facilidade em desenhar e pintar, esse curso veio para aprimorar os meus conhecimentos, além disso, vou usar o que aprendi durante o curso para empreender, já que trabalho como autônoma e essa vai ser mais uma fonte de renda”, disse a moradora do bairrro do Bengui.
A oficina de Grafite faz parte do projeto "De Menina a Mulher, Tortura que Ela Não Atura" e começou na manhã desta terça-feira (10), no bairro do Bengui, em Belém. A iniciativa busca levar conscientização, orientação, oficinas de empreendedorismo e diálogos sobre a violência contra a mulher para moradoras dos bairros atendidos pelo programa Territórios Pela Paz (TerPaz).
Juliana Chaves, gestora do TerPaz no Bengui, diz que os produtos da oficina de um mês estarão disponíveis ao público em uma feira “Hoje nós iniciamos a oficina de grafite, no total serão ofertadas 5 oficinas, com temas bem variados, será mais de 1 mês de programação aqui no bairro. No final vai haver uma apresentação do Teatro Palha, que será gravada, devido à pandemia, e uma feira com todo o material que foi produzido durante essas 5 semanas”, afirmou a gestora do TerPaz Juliana Chaves.
O projeto é uma realização do Grupo de Teatro Palha, com parceria do Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB), Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), e patrocínio da Embaixada da França no Brasil. A oficina foi ministrada pelo professor de Grafite, Juliano Bentes. “Hoje as participantes estão treinando o desenho, a firmeza no pulso, para no segundo dia começarmos a pintar e passar já para a parede. No último dia, será feita a finalização dessa pintura. Algumas participantes já desenham, mas a maioria está começando, por isso, estamos usando técnicas para facilitar esse aprendizado”, informou o professor.
Pamela Assunção é jornalista e diz que decidiu fazer a oficina de grafite para expandir seus conhecimentos em comunicaçãoTRÊS DIAS
A jornalista Pamela Assunção, de 33 anos, moradora do bairro do Bengui, também aproveitou para fazer a oficina de Grafite.
“Essa oficina é de muita contribuição, já que eu não tinha noção de desenho e das técnicas, e agora estou iniciando nesse processo, eu vim em busca de expandir os meus conhecimentos em outras áreas, e como o grafite também é um meio de comunicação, eu acredito que esses conhecimentos adquiridos aqui durante o curso vão ser de grande contribuição”, afirmou a participante.
Serão três dias de oficina até a próxima quinta-feira (12), na sede do Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB), no bairro do Bengui. Uma das coordenadoras do grupo, Cecília Cordeiro, ressaltou a importância desse projeto. “Com esses tipos de ações conseguimos trazer a comunidade para expandir o conhecimento dessas pessoas, e essa parceria com o governo do Estado é de extrema relevância, já que pudemos agregar ainda mais os serviços que realizávamos aqui no bairro’’, avalia.
Cronograma de ações no TerPaz Bengui:
17, 18 e 19/08 - 3° Oficina - Confecção de Bonecas Abayomi. Sede do Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB).
24, 25 e 26/08 - 4° Oficina - Estamparia em Tecidos. Sede do Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB).
31/08, 01 e 02/09 - 5° Oficina - Maquiagem. Sede do Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB).
03/09 - Culminância das Oficinas / Feirinha Empreendedora com os produtos das Oficinas + Apresentação do Espetáculo 180: A Mulher do Fim do Mundo, em formato digital. Sede do Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB).