III Escola de Inverno, promovida pela Uepa, oferece 14 minicursos até sexta-feira
“Os insetos são chaves fundamentais no equilíbrio total dos grandes ecossistemas. Muitos insetos são polinizadores das grandes árvores, transportadores de sementes. Eles contribuem na relação ecológica de plantas e servem de alimentos para outros animais”, destacou a pesquisadora Ana Lúcia Nunes Gutjahr, doutora em Ciências Biológicas, na manhã desta segunda-feira (23), durante a programação de abertura da III Escola de Inverno, realizada no Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT) da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
São ofertados 14 minicursos até a próxima sexta-feira (27). Cerca de 300 pessoas, entre alunos do Ensino Médio e da graduação, de universidades públicas e privadas, participam da Escola de Inverno, totalmente gratuita, e voltada para a comunidade interna e externa da Uepa.
Ana Lúcia Nunes Gutjahr e o biólogo Gustavo Costa Tavares ministraram o minicurso “Insetos Bioindicadores de Qualidade Ambiental”, enfatizando a importância desses animais para o ecossistema e diversas áreas do conhecimento, como a medicina forense, na solução de crimes. “Eles são usados em trabalhos forenses. Dependendo das larvas presentes no corpo do cadáver, dá para saber se a pessoa consumiu álcool e drogas antes de morrer”, frisou o pesquisador.
Para cada hectare de floresta Amazônica, correspondente a 10 mil m², há uma dúzia de aves e mamíferos, e cerca de um bilhão de insetos. Segundo os pesquisadores, já foram descritas 900 mil espécies da classe de Filo Arthropoda, sem contar a estimativa de 5 a 8 milhões ainda a serem descobertas, e aqueles que dificilmente chegarão ao conhecimento humano por estarem em lugares que o homem ainda não teve acesso.
Gestão e conceitos - “Etnoconhecimento, direitos socioambientais e a pesquisa científica em Unidades de Conservação” foi outro tema abordado no primeiro dia da programação, pelas doutoras Regina Oliveira e Benedita Barros, e o mestre em Antropologia Carlos Lourenço. Eles ressaltaram, de maneira interdisciplinar, a gestão de áreas protegidas e os conceitos sobre políticas públicas que envolvem as unidades de conservação e populações tradicionais na Amazônia.
Altem Pontes, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Uepa, destacou as possibilidades de qualificação oferecidas por esse tipo de programação. “Muitos participam por causa da carga horária, para ampliar o conhecimento sobre a área em que estuda, e outros com interesse em entrar na pós-graduação”, acrescentou.