Adepará investe no potencial competitivo e sustentável da agricultura paraense
As políticas públicas de defesa e inspeção vegetal são decisivas para fomentar a produção, abrir mercados e gerar emprego e renda
Uma das práticas mais antigas da humanidade, a agricultura tem uma data especial – 20 de Março -, instituído como Dia Mundial da Agricultura. Para que a produção agrícola ocorra de forma sustentável, a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) desenvolve políticas públicas de defesa e inspeção vegetal, voltadas ao crescimento do setor no Estado.
O Brasil é um dos maiores fornecedores mundiais de produtos agrícolas. No cenário nacional, o Pará desempenha um papel relevante para o agronegócio, sendo o maior produtor de açaí, cacau, abacaxi e dendê, além de aparecer entre os maiores no cultivo de citros, banana e coco.O Pará se destaca na produção agrícola nacional, principalmente com grãos e a fruticultura
A Agência de Defesa Agropecuária atua na área vegetal em duas frentes. A primeira ocorre por meio da certificação e inspeção nos estabelecimentos que processam produtos de origem vegetal - polpa de frutas, farinha e derivados da mandioca -, atuando na certificação e autorização pra comercialização. Com esse trabalho, a Agência garante a oferta de alimentos adequados à saúde humana nos estabelecimentos comerciais, e assegura padrões de qualidade e procedimentos de elaboração dos alimentos, com ênfase na higiene e qualidade. Daí a importância da aquisição de produtos com o selo da Agência.
A outra frente de trabalho está relacionada às propriedades rurais de produção vegetal, nas quais são realizadas atividades rotineiras de inspeção e monitoramento de pragas, com vistas à proteção e sanidade das lavouras e garantindo mercado e competitividade à produção paraense.
Dessa forma, o trabalho de fiscalização e inspeção realizado periodicamente pela Adepará se reflete diretamente no crescimento agropecuário do Estado e no interesse de grandes investidores na produção de grãos, carnes, leite, ovos e pescado. Por meio dos trabalhos realizados pela Agência, o Pará mantém dois polos citrícolas, com status de área livre de cancro cítrico.
Fiscalização e inspeção - Lucionila Pimentel, diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará, destaca a importância deste trabalho realizado periodicamente pela Agência. "A Adepará, como órgão responsável pela defesa agropecuária, tem o compromisso de manter a sanidade das lavouras. Assim, fazemos a fiscalização do vazio sanitário e a inspeção de pragas da soja, para a proteção desta importante cadeia produtiva. Também inspecionamos as áreas de citrus para manutenção das áreas livres de pragas da citricultura durante todo o ano, além de ações pontuais e atendimentos a emergências fitossanitárias, quando há alguma necessidade. A implantação da GTV - Guia de Trânsito Vegetal do Açaí, iniciada a partir do cadastramento dos agricultores e extrativistas, é mais uma atividade essencial dentro da Defesa Agropecuária", enfatiza a diretora. A manutenção das áreas de cultivo livres de pragas é outra prioridade da Adepará
A Adepará trabalha para alinhar suas ações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), garantindo a segurança alimentar e a melhoria da nutrição, por meio da promoção de uma agricultura sustentável.
Qualidade da produção - O trabalho no campo é indispensável à vida dos moradores das zonas urbanas. A Adepará prossegue, mesmo em tempo de pandemia, com suas ações regulares. Entre os programas permanentes na área vegetal estão: atividades de monitoramento da mosca-da-carambola em todo o Estado - controle e erradicação do foco em no distrito de Monte Dourado, em Almeirim, e no município de Gurupá (Marajó); inspeções nas áreas de citrus, para manutenção do Status de Área Livre; levantamento de detecção de pragas dos citrus, monilíase do cacaueiro (causada pelo fungo Moniliophthora roreri) e inspeções de pragas nas lavouras de soja.
Entre as ações destaca-se ainda a Investigação Epidemiológica, trabalho desenvolvido pela Adepará que assegura a sanidade aos produtos, para que estejam sempre aptos à comercialização.
As ações periódicas de fiscalização fixa e móvel são necessárias para manter a regularização dos produtos e subprodutos de origem vegetal. Esse trabalho é considerado essencial e continua sendo realizado mesmo durante a pandemia de Covid 19, para garantir alimentos saudáveis ao consumidor e fomentar o crescimento agropecuário do Estado.
Prioridades - O diretor-geral da Adepará, Jamir Paraguassu Macedo, destaca que apesar de a Agência ser um órgão fiscalizador, a prioridade não é autuar, mas sim prevenir e impedir a entrada de novas doenças e pragas, controlar ou erradicar as existentes, proteger o parque industrial agropecuário com rastreabilidade e combater a produção clandestina.
“Trabalhamos em todas as frentes com a proposta de fortalecer a economia do Pará, fortalecendo a cadeia produtiva, gerando empregos e renda para a população. Ademais, a produção clandestina promove a agressão ao meio ambiente, não gera emprego, não gera divisas econômicas e põe em risco a saúde pública, principalmente neste momento de pandemia”, ressalta.
Educação sanitária - O bom desempenho das atividades é resultado da integração entre a Adepará e o produtor. Investimentos em educação sanitária, por exemplo, são fundamentais para instruir o produtor sobre o manejo das plantações e notificações de doenças que possam atingir as lavouras.
Por isso, a educação sanitária é outro trabalho desenvolvido de forma regular pela Adepará, levando ao público ações educativas desenvolvidas com as comunidades e entidades representativas de produtores rurais, além de escolas do meio urbano, feiras agropecuárias, universidades e outros eventos do setor. Essas ações geralmente são elaboradas e executadas em parceira com as comunidades, valorizando a integração.O trabalho educativo da Adepará garante a sanidade da produção agrícola
Para a produtora Sandra da Silva, o trabalho de orientação é fundamental para garantir a qualidade e comercialização da produção. “Depois que comecei a trabalhar com a Adepará, que a minha empresa foi legalizada, ficou muito melhor. A gente consegue vender mais, chegar numa lanchonete e as pessoas não têm medo de comprar, porque sabe que é legalizado. Senti muita diferença, porque o cliente fica sabendo que tá comprando algo de qualidade”, enfatiza Sandra da Silva, que há cinco anos trabalha com polpas de frutas.
“São 11 sabores de polpa de fruta, que são legalizadas pela Adepará, entre acerola, maracujá, goiaba, abacaxi, muruci, taperebá, açaí, cacau e laranja. Vendo para o Moju, Belém e Acará. Antes, eu oferecia e não compravam, porque não tinha o selo da Adepará. Eu tinha muita vontade de legalizar. Estou muito feliz em renovar minha certificação. E nunca deixo atrasar, porque sabemos que é algo do trabalho”, ressalta.
Fomento - Entre os atuais destaques da Adepará está a implementação da Guia de Trânsito Vegetal (GTV) Açaí. Em fase de implantação, a Guia está temporariamente isenta da cobrança da taxa de emissão para qualquer volume de carga, informa Lucionila Pimentel. Cargas do fruto precisam estar acompanhadas da Guia, em todo o território paraense, desde 4 de março deste ano.
A implementação da nova GTV de Açaí fortalecerá a cadeia produtiva do fruto no Pará, proporcionando a abertura de novos mercados, a agregação de valor, a garantia da qualidade e a possibilidade de novos convênios. Assim, a nova GTV Açaí significa ainda mais segurança para o consumidor e o produtor, pois como instrumento de rastreabilidade é imprescindível para a identificação de todos os processos da cadeia produtiva, além da origem e destino. O banco de dados formado a partir do cadastramento disponibilizará aos gestores informações para planejar e executar políticas públicas mais assertivas para o setor.
"Atualmente, nosso maior desafio é a implantação da GTV Açaí, que vai organizar, fortalecer a cadeia produtiva e proporcionar condições para que a defesa agropecuária atue em emergência fitossanitária, controlando e erradicando focos de pragas em tempo hábil, para a mitigação dos prejuízos econômicos e sociais que ocorrem com a entrada de pragas. Além de proteger nosso patrimônio genético, agregaremos valor ao produto, garantindo a qualidade dos frutos e a saúde pública, evitando a contaminação alimentar", ressalta a diretora Lucionila Pimentel.
Serviço: A Agência de Defesa Agropecuária está presente nos 144 municípios paraenses. Depois de cadastrado, o produtor pode emitir a GTV nas unidades da Adepará ou acessando o Siapec (Sistema de Integração Agropecuária).
No site da Adepará - www.adepara.pa.gov.br - há os endereços dos escritórios em todos os municípios.