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Fundação Hemopa usa plasma de pessoas curadas da Covid-19 em pacientes graves

Alternativa terapêutica já foi adotada em paciente de Abaetetuba. Desta vez, foi no Hospital Materno Infantil de Barcarena.  

Por Anna Cristina Campos (HEMOPA)
05/06/2020 16h17

A Fundação Hemopa iniciou o uso de plasma sanguíneo de pessoas que se recuperaram da Covid-19 no tratamento de pacientes que estão em estado grave. A alternativa terapêutica prevê a coleta, processamento, armazenamento e distribuição do material sanguíneo, e foi adotada, pela primeira vez, no Pará, nesta quarta-feira (04), pelo Hemonúcleo de Abaetetuba. Nesta sexta-feira (05), mais uma bolsa de plasma foi para o Hospital Materno Infantil de Barcarena, em mais uma ação do Governo do Estado contra a doença.

Estudos indicam que, após a recuperação de uma doença, o sangue humano passa a ser uma rica fonte de anticorpos, que são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para atacar um vírus ou um outro agente causador da enfermidade. A parte do sangue que contém anticorpos é chamada de plasma convalescente. Esse plasma tem sido usado há décadas para tratar doenças infecciosas como ebola e influenza.

A equipe médica do Hospital Materno Infantil de Barcarena informou que o plasma será transfundido em uma paciente do sexo feminino, de 43 anos. Ela está internada na UTI adulta do hospital.

“Recebemos a solicitação do hospital e logo seguimos com todos os protocolos para a liberação do plasma, de forma a atender o paciente com maior rapidez. Se ainda não somos capazes de evitar a Covid-19 utilizando as vacinas, então podemos utilizar ferramentas que estão ao nosso alcance. Uma dessas estratégias é o transplante do plasma de convalescente”, disse a biomédica Alana Cruz, gestora do Hemonúcleo de Abaetetuba.

Desde o mês de maio, a equipe de pesquisadores da Fundação Hemopa trabalha com o plasma de pessoas que tiveram a forma leve ou moderada da Covid-19, convalescentes que aceitaram doá-lo para os estudos do Hemopa.

A coleta é realizada por meio de aférese, um procedimento que filtra apenas o plasma do sangue do doador. Em duas semanas, o Hemopa já recebeu mais de 20 voluntários, dos quais 16 pessoas estavam aptas à doação.

O engenheiro eletrônico Alfredo Maia, 54 anos, disse se sentir honrado em poder melhorar a qualidade de vida de outras pessoasO engenheiro eletrônico Alfredo Maia, 54 anos, contou que todos na família tiveram o novo coronavírus. Ele teve a forma mais branda da doença e se inscreveu no programa de estudo do plasma, do Hemopa.

“É uma honra estar aqui e ter a possibilidade de salvar uma vida ou, pelo menos, melhorar a qualidade de vida de alguém. Essa doença a gente não deseja nem ao pior inimigo”, ressaltou Alfredo Maia, que doou uma bolsa com cerca de 550ml de plasma.

A chegada do plasma para atendimento de pacientes internados em hospitais do interior do estado cumpre uma das metas do projeto. Presidente do Hemopa, Paulo Bezerra não esconde a satisfação desse mais novo avanço da pesquisa. “Estamos empenhando todos os esforços para atender a demanda transfusional de plasma no Pará, cuja indicação é médica e a solicitação é hospitalar. Parabenizo minha equipe e fico feliz por mais um paciente atendido. Essa é a nossa missão: salvar vidas!”.

COMO SER UM DOADOR DE PLASMA

Para ser um doador de plasma, o voluntário deve obedecer aos critérios básicos: ser do sexo masculino, ter idade entre 18 e 60 anos, pesar mais de 55kg, ter tido exame positivo para SARS-CoV-2 por teste de PCR-RT ou teste sorológico e ter tido a forma leve ou moderada da doença. A candidatura fica liberada após 30 dias sem nenhuma sintomatologia decorrente da doença. Para mais informações, o voluntário pode ligar para (91) 98404-9612.

A coleta de plasma é realizada na sede da Fundação Hemopa, no bairro de Batista Campos, em Belém. O serviço, no entanto, é direcionado a toda a rede hospitalar estadual, de acordo com a solicitação das equipes médicas.