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FEIRAS NO HANGAR

Artesãos conquistam público com produtos, saberes e vivências

Expositores incentivam o empreendedorismo e simbolizam a própria cultura

Por Governo do Pará (SECOM)
07/11/2019 20h52

As feiras de artesanato aquecem a economia e valorizam a herança culturalA artesã Nazaré Cunha produz bolsas, encadernados, flores artesanais e rendas. Ao mostrar seu trabalho aos clientes, ela revela um aspecto que desperta a atenção dos possíveis compradores: os produtos são derivados da folha de bananeira. “Eles ficam surpresos com o que é possível aproveitar de cada parte da planta e querem saber mais a respeito. Tem sido muito bom esse contato!”, declara Nazaré Cunha, em sua primeira participação como expositora da 7ª Feira Estadual do Artesanato (Fesarte). “As pessoas sempre comentam como minha produção é interessante, porque além de melhorar a minha renda, eu preservo o meio ambiente”, ressalta a artesã.Nazaré Cunha usa a folha de bananeira para confeccionar vários produtos

Aproveitar o que a natureza oferece e ainda simbolizar a cultura local é uma característica dos trabalhos expostos na Fesarte, destaca a produtora Beth Souza, enquanto mostra o trabalho feito na Vila de Joanes (no Arquipélago do Marajó). Participando pela quarta vez do evento, ela diz que sempre conversa com os frequentadores sobre a história representada em cada produto. “Onde moro tem muita praia, e explico que pegamos tudo o que ela oferece para fazer artesanato: sementes, espinha do peixe, coqueiro, conchas, madeira. Digo como cada material representa nosso cotidiano. Os visitantes ficam atentos. Falo até da história da minha cidade”, diz a artesã.

O uso de produtos da natureza fascina os frequentadores da FesarteA possibilidade de acesso a diferentes histórias é o que motivou as estudantes Ruth Natsumi, 19 anos, e Eduarda Sena, 20, a visitarem pela primeira vez a Feira, realizada no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. “É bom reunir todo mundo e ver a diversidade do nosso Estado”, afirma Ruth Natsumi, enquanto Eduarda Sena complementa que “cada artesanato revela muito do seu criador, e podemos aprender com isso”.

Arte quilombola - Representar e divulgar as próprias origens são propósitos muito claros para Jesus da Conceição, artesão de uma área remanescente de quilombo em Moju, município do sudeste paraense. Além dos produtos expostos, o estande de Jesus da Conceição é uma atração: inspirado nas antigas casas quilombolas, desperta a atenção dos visitantes. “As pessoas tiram fotos, olham nosso trabalho. É uma oportunidade tanto para o artesão experiente como para aquele que está começando. Essa inclusão é importante”, ressalta o artesão.O artesão Jesus da Conceição mostra na Feira a arte da comunidade quilombola

A visão do artesanato como mero assistencialismo é equivocada e precisa ser corrigida, garante Stefani Henrique, coordenador de Empreendedorismo e Economia Solidária da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), e responsável pela organização da Fesarte. “Precisamos entender que artesanato é uma profissão, gera renda para o cidadão e para o município, e é um símbolo da história local”, reforça coordenador. Segundo ele, o investimento do governo estadual no artesanato é contínuo. “Esta edição da Fesarte tem 302 expositores inscritos, beneficiando 1.500 artesãos. Mas antes disso temos participado de feiras nacionais e estaduais para mostrar nosso produto. Além disso, todo mês realizamos a Feira Itinerante de Artesanato Paraense em diferentes locais. Tudo isso gera renda”, afirma Stefani Henrique, lembrando que, além do empreendedorismo, o artesanato é materialização de uma história de vida, individual ou coletiva. (Texto: Igor  Oliveira).Beth Souza, da Vila de Joanes, mostra aos frequentadores a história de cada produto

Serviço:  7ª Feira Estadual do Artesanato (Fesarte) e 9ª Feira do Artesanato Mundial (FAM) ocorrem até 10 de novembro (domingo), das 13 às 22 h, no Hangar (Avenida Dr. Freitas, esquina com a Rua Brigadeiro Protásio, bairro do Marco). Ingressos: R$ 10,00, com meia-entrada. Servidores públicos, mediante a apresentação do contracheque, não pagam entrada.