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Casa de Apoio do Ophir Loyola completa 11 anos de assistência à oncologia

Por Redação - Agência PA (SECOM)
17/03/2015 11h39

Marlene Silva, 49, levou uma vida de trabalho árdua. Em 2004, no Maranhão, sofreu um acidente e quebrou duas costelas. Apesar da febre e dores constantes não realizou a cirurgia necessária para curar o problema. O trabalho em uma carvoaria e a lesão não tratada levaram à perda do pulmão esquerdo. Mais tarde o câncer também alcançou o único pulmão que restara e, já moradora do município de Ulianópolis, no sudeste paraense, decidiu fazer o tratamento no hospital Ophir Loyola, em Belém.

Marlene passou a usufruir dos serviços do Núcleo de Acolhimento ao Enfermo Egresso (NAEE), uma casa de apoio mantida pelo hospital Ophir Loyola e que nesta segunda, 16 de março, comemorou 11 anos de existência, mesmo tempo que Marlene utiliza os serviços oferecidos pelo local, uma vez ao mês.

Tanto tempo de resistência à doença tem uma explicação para ela. “Procuro não pensar muito no câncer, porque se pensar muito a gente perde o prazer pela vida e tenho muita vontade de viver”, enfatizou Marlene, cuja superação já assustou até mesmo o especialista que a acompanha.

No NAEE também está hospedada Maria José, 65, moradora de Marabá. Há cinco anos ela faz uma viagem de cerca de 10 horas com destino certo. Maria recorda todos os detalhes do tratamento contra o câncer de mama. “Em novembro de 2011 descobri, através da biópsia, que estava com essa doença. Fiz oito sessões de quimioterapia, 30 de radioterapia e depois tirei uma parte do seio”, recorda.

Ela aguarda pelo resultado de uma nova biópsia, realizada após sentir novamente caroços no seio. “Aqui é um porto seguro pra mim, já sei onde vou ficar e com a certeza do bom atendimento”, disse.

Estrutura

A casa de dois andares tem capacidade para abrigar 96 pessoas (pacientes e acompanhantes). Desde a acriação já recebeu 16 mil pacientes, uma média de 1500 pessoas ao ano. É destinada a receber pacientes de ambos os sexos, em tratamento médico especializado, exclusivamente em oncologia, oriundos do interior do Estado, que não dispõem de recursos para custeio de hospedagem na capital paraense.

A estrutura física possui hall de entrada, recepção, salas administrativas, sala multiuso, salão de beleza, vestuários feminino e masculino, banheiros públicos, posto de enfermagem, sala de observação, sala de procedimentos, jardim, sala de estar de paciente, lavanderia, depósito de material de limpeza, banheiro de serviço, cozinha, refeitório, sala de higienização de louças, despensa, estar de funcionários, elevador, solários e transporte.

Durante visita técnica realizada no local, o diretor geral do Ophir Loyola, Vitor Mateus, reconheceu a importância social da casa de apoio. “Esse espaço é extremamente relevante por assistir os nossos pacientes do interior do Pará em todas as suas necessidades biopsicossociais. Mais que um serviço de hotelaria, oportuniza não somente a continuidade ao tratamento, mas o acesso à assistência e aos direitos dos doentes enquanto cidadãos”, destacou Vitor Mateus, informando a pretensão da Sespa em implantar melhorias no Núcleo.

Uma equipe técnica formada por 28 profissionais desenvolve uma assistência multiprofissional aos pacientes. Um deles é a enfermeira Maria Araújo, especialista em oncologia. “O tratamento oncológico é muito difícil, deve-se ter um perfil e um olhar diferenciado para atuar com situações limites. O mais importante é amar a profissão, abraçar a causa e trabalhar com muito respeito aos nossos usuários. Eles passam muito tempo aqui conosco, nada é mais justo do que oferecer esse acolhimento diferenciado”, disse.

“Oferecemos seis refeições diárias, transporte e barbearia. Também desenvolvemos atividades educacionais e lúdicas. Garantimos com inclusão, qualidade e acolhimento digno, o direito dos usuários terminarem o tratamento, destacou a assistente social, Jalva Braga, coordenadora do Núcleo.

Serviço:

O NAEE fica localizado na Travessa Primeiro de Março, nº 454, esquina com Aristides Lobo. Para ser admitido é necessário a idade mínima de 13 anos de idade e ter encaminhamento para o Tratamento Fora de Domicílio emitido pela coordenação do Serviço Social do HOL, além da disponibilidade de leitos.