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Programação destaca a importância das mães na socioeducação

Por Redação - Agência PA (SECOM)
09/05/2015 16h29

As visitas e os acompanhamentos familiares de adolescentes em conflito com a lei é basicamente centrada na figura da mulher. Por isso, ao longo desta semana as unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) prestaram homenagens às mães que compõem este universo. O objetivo é resgatar e fortalecer os vínculos afetivos familiares e garantir a convivência familiar por meio de ações integradas.

As programações contaram com a exibição de vídeos, apresentações de corais de vozes, teatrais e musicais, momentos de espiritualidade e dinâmicas em grupo. As equipes técnicas que atuam nos espaços socioeducativos da Fasepa afirmam que mais de 80% do acompanhamento das ações diárias de adolescentes internos são baseados na figura materna, seja ela a mãe biológica, adotiva, avó, tia, madrinha ou mesmo madrasta. Dados de 2013 do Núcleo de Planejamento da Fasepa mostram que o percentual do vínculo familiar dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa é com as mães em 56% dos casos, seguidos dos pais (9%).

“Ser mãe me tornou uma pessoa mais forte e cheia de esperança. O dinheiro é pouco, a distância é grande, não tenho o apoio do pai do meu filho, não é fácil vê-lo nesta situação, mas o meu amor é maior do que tudo, e jamais vou abandoná-lo. Espero que esta data seja de muito amor entre todos, e que os filhos escutem os conselhos das mães”, diz a mãe de um adolescente de 17 anos, que há oito meses cumpre medida socioeducativa de internação na Unidade de Atendimento Socioeducativo (Uase) de Ananindeua, na região metropolitana de Belém.

Outro aspecto que chama a atenção no perfil afetivo e socioeconômico destas mulheres é que muitas dizem que sofrem ou já sofreram algum tipo de agressão física ou verbal dos companheiros. Além disso, muitas trabalham no mercado informal, têm nível de escolaridade muito baixo ou inexistente, moram em bairros periféricos e vivem com renda abaixo de um salário-mínimo – e muitas tiveram filhos muito cedo.

Incentivo – Diante deste cenário, a gravidez precoce é outra realidade vivenciada por adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no Centro Socioeducativo Feminino (Csef), onde muitas engravidaram com idade entre 13 e 17 anos. A visita do filho deixou nesta semana uma jovem mãe muito feliz porque, segundo ela, a presença dele lhe dá força para que ela busque melhorar cada vez mais.

“Tudo o que faço hoje é para que meu filho não venha cometer os mesmos erros que eu. É muito difícil ter o filho longe de mim, mas quero poder dar a ele uma vida melhor, com mais amor e atenção, coisa que eu não tive quando era criança”, ressaltou a adolescente sobre as responsabilidades que a maternidade lhe trouxe e a ausência da figura paterna na criação da criança.

A gestora da Uase Ananindeua, Sônia Cabeça, explica que, apesar dos desentendimentos e mágoas entre mães e filhos, são elas que estão mais próximas a eles e é com elas que, no fundo, eles contam. “As mães acreditam que podem ajudar a transformar a história de vida deste jovem e não medem esforços para ajudá-lo neste processo. Elas são participativas e se envolvem nas ações propostas pela equipe. Então, nada mais justo que valorizemos cada vez mais estas mães guerreiras e dedicadas nesta data tão especial e significativa”, frisa.

A Uase de Ananindeua também fez uma programação especial neste sábado (9) alusiva ao dia das mães, com café da manhã para os pais que foi preparado especialmente pelos socioeducandos que participam da oficina de panificação. Também houve encenação teatral feita por jovens da igreja cristã evangélica de Benevides.

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