Adolescentes e jovens internos da Fasepa fazem as provas do Enem
“Estou um pouco nervoso, mas confiante que vou conseguir passar com boa nota. Espero avançar nos meus estudos porque quero conseguir um emprego melhor. Agora tenho um filho pequeno para criar”, disse um jovem de 18 anos, que atualmente está em liberdade assistida, minutos antes de participar do segundo dia de prova do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para Pessoas Privadas de Liberdade, nesta quarta-feira (2), no Centro de Internação Jovem Adulto Masculino (Cijam).
O espaço é administrado pela Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) e atualmente atende 27 jovens com idade entre 18 a 21 anos, que cumprem medida socioeducativa de internação. O Cijam foi a unidade socioeducativa com o maior número de candidatos inscritos, nove no total. Ao todo, 28 socioeducandos fizeram o exame.
Participam do processo seletivo, organizado pelo Ministério da Educação (MEC), os adolescentes e jovens que pretendem conseguir o certificado da educação básica, que corresponde ao ensino fundamental e ensino médio incompleto, e também aqueles que pretendem ingressar no ensino superior.
O presidente da Fasepa, Simão Bastos, diz que “esta é uma ação convergente de instituições parceiras da socioeducação, como a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a Fundação Pro Paz, que contribuem para o desenvolvimento educacional dos socioeducandos”. Ele ressalta ainda que o momento é mais uma etapa necessária para a transformação pessoal dos socioeducandos a partir do desenvolvimento intelectual.
As provas começaram na terça-feira (1), com as disciplinas de ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias, e foram encerradas nesta quarta (2), com linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática e suas tecnologias.
“Um dos nossos desafios ao longo da preparação para as provas do Enem foi sensibilizar os adolescentes quanto à importância da educação como instrumento de desenvolvimento e transformação humana e social. Buscamos fazer com que eles tivessem outro olhar e dessem importância maior à educação e ao ambiente escolar, visto que a maioria tem histórico de evasão escolar, repetência, violência estudantil, déficit de atenção e distorção da idade-série”, explica a pedagoga do Cijam, Ana Maria Gomes.
Além do Cijam, outras cinco unidades socioeducativas serviram como polo para as provas: Centro de Adolescente em Semiliberdade (CAS), Unidade de Atendimento Socioeducativo (UASE) de Ananindeua, Centro Socioeducativo Masculino (Csem), Centro Socioeducativo Feminino (Csef) e Centro Socioeducativo de Benevides (Cseb).