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Crianças da rede estadual do ensino aprendem sobre violência contra a mulher

Por Redação - Agência PA (SECOM)
10/12/2015 16h21

Nesta quinta-feira, 10, se encerra a campanha "16 dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher”, da qual o Governo do Estado do Pará participou intensamente. Uma das ações promovidas foi a realização de atividades educativas nas escolas integrantes da Unidade Seduc na Escola (USE 6), na Terra Firme, em Belém. Nelas, a Fundação Pro Paz levou palestras sobre o assunto a jovens, funcionários das escolas e aos responsáveis dos estudantes. Além disso, as escolas trabalharam o tema em suas atividades pedagógicas como tema transversal e produziram apresentações em alusão ao tema, proporcionando um aprendizado eficaz e de fácil compreensão às crianças, através da arte.

A Escola Estadual Brigadeiro Fontenelle preparou uma apresentação de samba para destacar a mulher. “Nós vamos falar sobre a violência contra a mulher, através da dança de uma música sobre a mulher”, contou a estudante Maysa Cardoso, de 13 anos. “A violência contra a mulher não é certo e dá prisão, se a pessoa faz isso é porque não tem conhecimento”, complementa. “O certo é ir na delegacia. É melhor ir logo denunciar na primeira ameaça, antes que aconteça algo pior. Eu aprendi que a gente nunca sabe o dia de amanhã, mas sabe que pode ir lá abrir o coração e contar o que aconteceu”, diz a garota, falando sobre o aprendizado obtido nos 16 dias de ativismo.

Para os estudantes construírem as apresentações, foi preciso que eles estudassem a condição da mulher e a história da luta pelo fim da violência contra a mulher, o que já conta como aprendizado proporcionado pela apresentação. Esse esforço tem resultado facilmente observado em crianças como o Lucas Geovane, 11 anos, estudante da Associação dos Moradores da Terra Firme que apresenta um conhecimento aprofundado no assunto. “Eu aprendi muitas coisas. Por exemplo, aprendi que antigamente as mulheres eram mais recriminadas, eram obrigadas a fazer as tarefas domésticas, a cuidar dos seus filhos. Hoje em dia, graças a Deus, não está mais assim. Mas muitas mulheres continuam sendo mortas, abusadas. Eu vi uma matéria que dizia que entre uma mulher e um homem, hoje quem mais está sendo morto é a mulher e também que a cada quinze minutos uma mulher é violentada. É um grande problema”, explicou o garoto.

Seu colega, Matias Ferreira, 11, fala que fica chocado com casos de violência contra a mulher. “Eu aprendi que é errado bater em mulher. Tem homem que bate tanto que elas não resistem aos ferimentos e morrem. É muito triste, uma vez eu chorei com um caso de um marido que tinha acabado de se casar e por fora mostrava ser um cara muito bom, mas por dentro era um cara ruim. Quando a mulher saía para trabalhar, ela ia pra rua e violentava mulheres, algumas até morriam”, fala, ao contar o que sabe sobre a temática.

E, por conseguinte, a arte, seja em dança, teatro, pintura, canto ou outra manifestação, tem o potencial de sensibilizar o público de forma sutil à causa ali pretendida - neste caso, a violência contra a mulher. “A nossa dança vai mostrar para as pessoas que não se deve bater em mulher e que isso é muito triste”, diz Matias.

Conhecimento - De duas coisas todas essas crianças sabem: que existe a Lei Maria da Penha, para proteger as vítimas, e que a primeira coisa a se fazer é denunciar. A sensibilização e o conhecimento proporcionado pela campanha causaram efeitos para a vida toda às crianças.

As escolas estaduais Mário Barbosa, Fonte Vida, Acácio Sobral, Virgílio Libonati, Augusto Olímpio, Celso Malcher e Domingos Acatauasu também produziram apresentações artísticas sobre o tema, em diversos formatos.

Ação de cidadania encerra campanha de combate à violência contra a mulher

Uma ação de cidadania marcou o encerramento da campanha dos “16 dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher”, organizada pela Coordenadoria Estadual de Integração de Políticas para as Mulheres (CEIPM), vinculada à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Cerca de 1.500 pessoas foram atendidas no decorrer da manhã na Praça Olavo Bilac, no bairro da Terra Firme, em Belém.

A vendedora Vanda Silva, de 38 anos, foi uma dessas pessoas e aproveitou a oportunidade para emitir a certidão de casamento. “Andava sem tempo para realizar a atualização do meu registro civil, e aqui resolvi sem nenhuma burocracia. O Governo do Estado está de parabéns por esta iniciativa, não somente pela prestação dos serviços, mas também pelo apoio às mulheres que sofrem com a violência dentro e fora de casa”, elogiou a vendedora.  

Foram levados à comunidade vários serviços como: emissão de carteiras de trabalho, RG, certidões de nascimento e casamento, carteira de meia passagem estudantil, aferição arterial, verificação de glicemia, testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites virais, orientação jurídica e de combate às drogas, além de cuidados com a beleza. “Queremos chamar a atenção da sociedade para qualquer tipo de violência contra a mulher”, finalizou a coordenadora da CEIPM, Maria Trindade Tavares.

(Com informações de Thays Del Rosário)