Pará reduz em 62% casos de dengue e segue para erradicar a malária
Os casos confirmados de dengue no Pará caíram 62,35% no período de 1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2014. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a queda foi de 7.958 casos confirmados para 2.996, e as mortes caíram de oito para duas. Todos os dados são informados ao Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, que confirmou a queda em relatório recente, mesmo analisando um período diferente.
Os primeiros dados de 2015 saem nesta quinta-feira (15), mas a Sespa é otimista e reforça a redução da dengue. “Todos os nove municípios com mais casos receberão as capacitações para as equipes de combate a endemias já em fevereiro. Parauapebas teve 510 casos no ano passado, seguido de Senador José Porfírio, com 407”, diz o diretor do Departamento de Controle de Endemias da Sespa, Bernardo Cardoso.
O Ministério da Saúde apontou, em levantamento divulgado na segunda-feira (12), queda de 47,95% nos casos de dengue no Pará, mas os dados referem-se ao período de 29 de dezembro de 2013 a 27 de dezembro de 2014, ou seja, cerca de um ano a menos que o período analisado pela Sespa. O resultado, ainda assim, deixa o Estado no grupo dos que alcançaram os melhores índices de combate à dengue do Brasil, em quinto lugar.
“Em 2010, foram quase 40 mortes causadas por complicações com a doença. Diminuímos a incidência do mosquito, e obviamente reduzimos os casos. São Paulo é o Estado com mais casos, mas também é o mais populoso. Só para se ter ideia, em Minas Gerais foram registradas mais de 180 óbitos por dengue em 2014”, informa Bernardo Cardoso.
Malária – Para o diretor de Endemias da Sespa, a erradicação da malária é perfeitamente possível este ano no Estado. “Em 2010 o Pará tinha 228 mil casos de malária, em 2011 começamos um trabalho que foi diminuindo drasticamente os registros. Em 2013, foram 33 mil casos, e em 2014, 13 mil, queda de 38,74%. Ainda que numericamente pareçam muitos, quando dissolvidos em um território desse tamanho, vemos que não é tanto. Dos 144 municípios paraenses, apenas 16 têm casos, e todos foram tratados, com nenhum óbito. Os maiores problemas estão nos municípios em região de garimpo, onde faremos visitas nesse ano”, explica.
O Pará controla as sete endemias que ainda resistem no Estado: dengue, malária, doença de Chagas, leishmaniose, raiva, ofidismo (picada de cobra) e hantavirose (transmitida pelas fezes e urina de rato). Aquelas com maior incidência foram reduzidas no mínimo mais de 38% de 2013 para 2014, contando o ano do começo ao fim. A meta deste ano é diminuir a quase zero os casos de malária.
Chikungunya – O vírus Chikungunya também está controlado, e não há registros de transmissões ocorridas dentro do Estado. “Nossa preocupação com esse vírus é semelhante à que temos com a dengue. Para ambas as doenças o tratamento é apenas paliativo, de suporte e de correção de sequelas, então é preciso diminuir a incidência do mosquito transmissor”, diz o diretor de Endemias da Sespa.
Dos 60 casos notificados do vírus, apenas 16 foram confirmados. “Nenhum evoluiu para casos graves, e todos foram transmitidos fora do Estado, na Guiana, Caribe e Oiapoque. Os casos se concentraram na Região Metropolitana de Belém”, revela. A febre Chikungunya é causada por um vírus do gênero Alphavirus e transmitida por mosquitos do gênero Aedes. Os sintomas da doença são semelhantes aos da dengue – febre alta, dor muscular e nas articulações, cefaleia e exantema – e costumam durar de três a dez dias.