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Mulheres se dividem entre a maternidade, o dever e a solidariedade

Por Redação - Agência PA (SECOM)
10/05/2015 09h34

A maternidade muda as mulheres, dizem elas, mas também aqueles que convivem com as mães se transformam. São perceptíveis mudanças de comportamento causadas por uma nova maneira de ver o cotidiano. Pela vida de uma criança, os detalhes são mais valorizados, a importância do tempo é reafirmada e o amor torna-se incondicional.

“Eu me tornei uma pessoa melhor, sou mais entendedora do outro. A gente aprende, com cada filho, que as pessoas são diferentes, e aí a gente valoriza a dificuldade do outro, o problema do outro. No trabalho é como se todos fossem um pouco meus filhos”, conta a delegada Beatriz Silveira. Na polícia há 13 anos, ela é mãe de três filhas, duas meninas, de 6 e 3 anos, e uma que acaba de completar 9 meses de vida. “Amo ser delegada, mas o papel da minha vida é ser mãe. Sempre que voltei da licença, estava feliz, cheia de planos para o trabalho, mas ao mesmo tempo com um apertinho no coração. Mãe é fundamental e nessa fase é uma heroína para elas”.

A experiência da maternidade mudou o conceito de coordenação que a capitã Mônica Veloso, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, exerce sobre a equipe que comanda na corporação. “Tenho mais cuidado comigo mesmo hoje, em função de que há uma pessoa me esperando e precisando de mim. Hoje penso em fazer o meu melhor com mais cuidado para diminuir meus riscos. É algo orgânico, é como se funcionasse dentro de mim um relógio indicador, que me alerta e diz que preciso voltar”.

Quando o trabalho vai para casa com a mãe, os aprendizados são compartilhados. “Eu os comando por telefone, mandando mensagens, e eles têm que me obedecer”, revela Joelma Santos, policial militar há 21 anos, explicando a estratégia que usa para cuidar dos filhos de 16 e 22 anos, que ficam em casa. “Eles acham que meu trabalho é perigoso, mas se orgulham. Sabe o que dizem para mim? Que eu sou guerreira, que dou força para eles, passo fé. Na verdade eles não têm essa preocupação tão grande, sou eu que me preocupo mais com eles”, confessa.

Amamentação – Ser mãe lapida os laços familiares, melhora a relação no trabalho e transforma as mulheres em figuras sociais fundamentais. Muitas delas exercem ações de solidariedade ainda no começo da gestação. Danuza Jardim é um exemplo disso. A partir de um gesto de amor simples, ela revela que sente-se "um pouco mãe" de muitas crianças internadas na maternidade da Santa Casa de Misericórdia do Pará. “Por semana, os bombeiros passam em casa e levam uns 30 frascos de leite”, conta ela, fazendo referência ao programa de coleta domiciliar do Banco de Leite da Santa Casa.

Danuza é doadora de leite materno desde a primeira gestação, quando Christopher nasceu. Hoje, a segunda filha, Clara Staecy, tem 2 meses de vida. Apesar de a filha mamar muito, a mãe não se importa em dividir a maior parte do leite com outros tantos recém-nascidos atendidos pelo Banco de Leite Humano. Danuza doa, em média, 26 litros de leite semanalmente para a instituição.

“Desde o meu primeiro filho era assim. Sempre sobrou muito leite e eu tinha que tirar porque dói. Jogar fora não era legal. Aí comecei a doar, mas fazia isso como uma opção automática. Desde que entrei na Santa Casa e vi aquelas crianças me botei no lugar dessas mães que não produziam leite. Eu pensava que a minha produção era comum, mas fui percebendo o quanto é importante fazer isso, me emocionei vendo quantos eu consigo ajudar”, revela.