Professores aproveitam Credlivro na Feira Pan-Amazônica
Cresce o movimento dos profissionais da educação pública na XIX Feira Pan-Amazônica do Livro, no Hangar. Graças ao Credlivro, sistema de crédito disponibilizado pelo Governo do Estado para esses profissionais adquirirem livros e publicações no evento, servidores da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Secretaria Municipal de Educação de Belém (Semec), Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa) estão no Hangar aproveitando o acesso aos estandes das editoras e instituições relacionadas à leitura. Somente para os servidores da Seduc são disponibilizados R$ 4 milhões, ou seja, o Credlivro beneficia 20 mil profissionais da secretaria.
"Desde o começo da Feira, na sexta-feira (29), até agora, este domingo está sendo o dia de maior procura por parte de professores e outros profissionais de educação pública para adquirir livros, mediante o uso do Credlivro", afirmou Arilene Piedade, coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas (Seiebe) da Seduc. Na Sala 10, no mezanino do Hangar, funciona o atendimento aos profissionais de educação para encaminhar o processo e tirar eventuais dúvidas sobre o Credlivro.
Cada um dos 20 mil servidores da Seduc receberá um bônus do Credlivro de R$ 200, valor esse que deverá ser usado exclusivamente para aquisição de livros na XIX Feira ou nos Salões do Livro, que serão realizados no segundo semestre, nos municípios de Paragominas, na Região do Capim, e Santarém, no Baixo Amazonas.
A professora Angela Pereira, da Escola Estadual General Gurjão, no bairro da Cidade Velha, destacou que o Credlivro facilita muito a aquisição de livros. "Eu vim para adquirir os lançamentos, porque como sou professora de Língua Portuguesa, vim atrás de gramática e sobre linguagem oral". Já a especialista em Educação, Márcia Góes, ressaltou que "a aquisição de livros agrega conhecimento à profissão. "Como livro é algo caro, toda ajuda é sempre bem vinda, o Credlivro tem que ter todo ano", disse.
O Credlivro (Lei Estadual 7.775, de 23 de dezembro de 2013) proporciona que a Seduc tenha um dos maiores públicos na feira e contribua com a disseminação da prática da leitura. Informações sobre o recebimento do Credlivro mediante consulta no site da Seduc, www.seduc.pa.gov.br.
Mercado
Com uma estimativa de mais de 30% de retorno garantido para os expositores, por conta do investimento de R$ 4 milhões do Governo do Pará para estimular o aceso à leitura dos professores, o CrediLivro se consolida como uma das grandes fontes de lucro para as editoras que se deslocam ao Pará. As compras só estão começando e os números tendem a aumentar no decorrer da semana, com as visitas de mais professores à XIX Feira Pan-Amazônica do Livro.
Segundo balanço do Banpará após fechamento das operações deste domingo (31), o saldo utilizado do CredLivro nos três dias da abertura do evento foi de 15,17%, o equivalente a R$ 647,793. Os números são apenas uma pequena parcela do valor total oferecido aos 20 mil servidores da educação, para aquisição de livros no período da Feira.
Há oito anos expondo na Feira do Livro, no Pará, com sucesso do livro digital Tabuada Colorida, com 250 mil exemplares vendidos, o expositor Dilmar Batista, professor de pedagogia e responsável pela Editora Interceleri, parceira do Google for Education, já garantiu mais uma venda de 10 mil livros para a Prefeitura de Marituba.
Para ele, "a feira roda em função do CredLivro", disse, ao informar que já fechou com o CredLivro 60% do faturamento da loja, o equivalente a R$ 15 mil. Segundo ele, o Pará é o único estado que paga em dia as editoras. "O Governo do Pará paga com até 30 dias os expositores, mas algumas feiras no Brasil chegam a pagar até com um ano de atraso e expositor não entra em feira sem financiamento".
A expositora das Lojas Visão, Regina Teixeira, também registra que mais de 50% dos R$ 700 mil em vendas de livros gerados em 2014 foi resultado do CredLivro. "Depois, vem o cartão externo, dinheiro e cartão da loja, mas o CredLivro é a maior parte. Por isso que a empresa tem o maior empenho em trazer livros direcionados para os professores", destacou.
Há 10 anos na Feira do Livro, o expositor da Emergir Livros tem lucrado com a fila constante do seu estande de livros infantis a preços bem acessíveis, a partir de R$ 3. Segundo ele, o volume de venda já ultrapassa R$ 15 mil, dos quais 90% são do CredLivro. "O CredLivro é o que faz movimentar a feira", afirmou Joel Bonatto.
Na avaliação do representante da Associação Brasileira de Difusão o Livro (ABDL), Robério Paulo Silva, o CrediLivro chegou para potencializar os negócios dos expositores, oferecendo um retorno muito bom para o mercado editorial. "Tanto que a feira tem capacidade para dar respostas rápidas ao mercado editorial. Em menos de 24 horas do lançamento do evento, a venda de estandes já estava esgotada", frisou.
Considerada a terceira maior feira anual de livros do Brasil, depois das bienais do Rio de Janeiro e de São Paulo, a XIX Feira Pan-Amazônica do Livro reúne 226 expositores, representando 450 editoras, com 96 mil títulos à disposição da população sobre os últimos lançamentos do mercado e deve movimentar neste ano mais de R$ 16 milhões em vendas. São mais de 200 toneladas de livros.
Robério Silva aponta como um dos diferenciais as vendas a varejo e os negócios que são firmados entre os livreiros de vários estados da região Norte. "Ela se tornou uma feira de negócios com o deslocamento de muitas editoras de estados vizinhos para comprar os livros no Pará. Com o frete mais em conta, é mais fácil que ir a São Paulo", explica.