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Treinamento amplia conhecimentos sobre resgate aeromédico no Pará

Por Redação - Agência PA (SECOM)
12/06/2015 13h29

Nesta sexta-feira, 12, profissionais da capital e do interior que atuam no resgate aeromédico realizam, em Belém, um treinamento prático do conteúdo absorvido ao longo da semana no curso de estágio para tripulante aeromédico, promovido pela Secretaria de Estadual de Saúde Pública (Sespa), em parceria com o Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará (Graesp) e apoio do Ministério da Saúde. Com o apoio de dois helicópteros e divididos em equipes, durante a atividade, os profissionais simularam diversas situações de resgate, inclusive, descidas de rapel.

Com toda a sua experiência, o médico José Guataçara – que há nove anos participa de resgates aéreos - aproveitou o curso para aprimorar os conhecimentos. “Toda vez que vamos começar um curso, devemos ir do zero, porque com o tempo acabamos adquirindo vícios de atendimento e postura dentro da aeronave. E para se ter uma ideia, nós médicos nunca recebemos um treinamento específico para isso. Cada um tinha a sua função e não entendia a do outro. Agora é diferente. Éramos um grupo e hoje nós somos uma equipe”, diz.

Já o médico regulador Bruno Rapahel Marques, que há um ano trabalha em Altamira, no sudoeste paraense, foi um dos que realizavam a prática pela primeira vez. “Sempre tive uma paixão muito grande pela urgência e emergência. Acredito que esse é um dos serviços mais satisfatórios para aqueles que trabalham com vidas, porque é de uma importância enorme. Toda vez que o resgate é acionado é porque aquele paciente está sem estado grave e precisa ser atendido em outro local. Ou seja, esse transporte é fundamental para ampliarmos as chances de salvarmos vidas. Fico feliz de poder aprender e participar disso”, afirmou.

O major Alexander Freixo, do Grupamento João Negrão (SP), foi o responsável por comandar a prática. “Para nós, esse trabalho de intercâmbio é muito importante também. Vamos levar muitos conhecimentos na bagagem porque as características de voo dessa região são bem diferentes. Ou seja, viemos na missão de acrescentar no sentido dos protocolos e da segurança de voo, mas sempre é uma troca de conhecimentos”, observou o major. Ele e outros especialista em transporte aéreo de resgate vieram a Belém especialmente para ministrar o curso.

Com base no conteúdo curricular do estágio de tripulante aeromédico desenvolvido em São Paulo, os participantes foram capacitados por meio das disciplinas “Gerenciamento de Recursos da Tripulação”, "Segurança de Voo”, “Medicina Aeroespacial Aplicada ao Transporte Aeromédico”, “Noções de Aeronáutica” e “Técnica e Prática Operacional”. “Nós adquirimos um ganho muito grande dos nossos profissionais no serviço de transporte aeromédico. Nossa equipe vai ter uma sinergia maior e isso vai se refletir no serviço prestado”, avaliou o coordenador do grupamento paraense, Márcio Bailosa.

Atendimento

Atualmente, quase um chamado por dia é realizado para resgates aeromédicos no Pará. Por ano, cerca de 200 são efetivamente realizados, uma vez que nem sempre o chamado se enquadra nas características do serviço, de risco de vida ou de projeção de gravidade. Nos últimos anos, com o investimento feito na capacitação de profissionais e na aquisição de aeronaves, o serviço vem ganhando destaque e se consolidando, sobretudo nas regiões de ilhas, com destaque para o Arquipélago do Marajó, onde a maioria da população só dispõe do transporte fluvial.

O Grupamento Aéreo do Pará, hoje, dispõe de sete helicópteros e quatro aviões. As aeronaves ficam divididas entre bases instaladas em quatro municípios polo do Pará: Redenção (sul), Altamira (sudoeste), Marabá (sudeste) e Santarém (oeste). Em cada base, um helicóptero fica disponível. O restante e os aviões ficam em Belém. Ao todo, o serviço abrange 76 municípios paraenses. No caso do Marajó, parte dos pacientes são concentrados em Breves, no Hospital Regional, que já tem um suporte para a estabilização.