Marajó oferece opções para todos os gostos
No terceiro final de semana de julho apresentamos os municípios de Salvaterra e Soure, no Marajó, maior arquipélago fluvial e marítimo do mundo, que fica na confluência do oceano Atlântico com a foz do rio Amazonas. Inserido em um complexo hidrográfico composto por inúmeros canais, furos, igarapés e lagos, o Marajó tem uma variação de maré superior a três metros, que faz desse um elemento determinante na paisagem local. Foi exatamente esta peculiaridade que inspirou e deu título ao livro-reportagem “Marajó, a Ditadura das Águas”, do padre italiano Giovanni Galo, que chegou à região para estudá-la e acabou por se instalar em definitivo no arquipélago.
Além de paisagens tão belas, quanto exóticas - que passam por praias, igarapés, lagos e fazendas - o visitante também tem a chance de assistir a cenas que só o Marajó é capaz de produzir, como a convivência harmoniosa dos búfalos com os moradores, que permitem sua livre circulação pelas ruas dos vilarejos. O patrimônio cultural do Marajó remonta aos seus habitantes originais, os marajoaras, considerados um dos grupos humanos mais antigos da Amazônia com registros que datam do século V e reconhecidos pela extraordinária produção ceramista.
A culinária marajoara também é marcada pelos pratos exóticos e de sabor incomparável. Receitas com carne e queijo de búfalo ou os deliciosos peixes da região convidam a uma viagem gastronômica.
O que fazer?
Em Salvaterra, o roteiro de visitas obrigatórias passa pela histórica Vila de Joanes, sítio arqueológico do período colonial onde encontram-se as ruínas de um antigo convento jesuíta, destruído quando a ordem foi expulsa por determinação da Coroa Portuguesa no século XVIII. A praia fluvial tem água levemente salgada e abriga uma variedade de bares e restaurantes que, além do cardápio tentador, oferecem aos visitantes momentos de relaxamento à beira-mar.
Outro programa que merece um tempo reservado é o que leva à Associação Educativa Rural e Artesanal da Vila de Joanes (AERAJ), que congrega a produção de artesanato local, e as apresentações de grupos de carimbó, ritmo típico da região, que acontecem em diferentes espaços. Embora não sejam programadas, as revoadas de pássaros (guarás e colhereiros) são espetáculos à parte.
A distância entre o porto e a vila de Joanes é de aproximadamente 22 km. Do Camará, é possível ir de van até a comunidade. Se for de carro, basta seguir a sinalização. Ainda em Salvaterra, a Praia Grande também recebe muitos turistas. Do município para Soure, o deslocamento é feito por meio da travessia por balsa, que demora cerca de cinco minutos.
Caminhando pelo centro de Soure é possível observar os casarios antigos que ainda sobrevivem ao tempo e também a convivência harmoniosa dos búfalos com a população e sua utilização como montaria pelo Batalhão de Polícia. A Praia do Pesqueiro, localizada na foz do Rio Amazonas, a 13 quilômetros da sede do município, oferece um cenário deslumbrante, composto por pequenas piscinas naturais, de areias finas e firmes. O passeio pode incluir, ainda, visita às típicas fazendas marajoaras, de fácil acesso a partir da sede. A fazenda São Jerônimo, por exemplo, foi cenário de um famoso reality show exibido nacionalmente, além de diversos ensaios fotográficos, documentários e reportagens diversas.
O roteiro oferece de tudo um pouco - trilhas na floresta e nos mangues, canoagem pelo rio, cavalgada, passeio de búfalo, praias desertas, igarapés, além de uma rica fauna. A visita ao ateliê de cerâmica e ao Centro de Processamento do Artesanato do Couro de Búfalo encerram o itinerário.
Dica: Não deixe de provar os pratos típicos da região: frito do vaqueiro, filé marajoara feitos com carne, queijo e outros derivados do búfalo. Peixes e frutos da região também são muito saborosos. Aos mais audaciosos, o desafio é provar o caldo de turu, fartamente temperado com cebola, cheiro verde e leite de coco. Alguns restaurantes oferecem apresentações de danças folclóricas.
Como chegar?
• Opção 1 (de barco): Do terminal hidroviário de Belém, armazém 09 (CDP), saem regularmente navios com destino ao Porto de Camará, na Ilha do Marajó. A viagem dura aproximadamente três horas. Do Camará, o deslocamento pode ser feito por vans até o centro de Salvaterra ou de Soure. Já de Salvaterra para Soure o transporte é feito por balsas, que saem de hora em hora.
• Opção 2 (com carro e balsa): Saídas de balsas do distrito de Icoaraci, em Belém. A travessia dura entre 3 e 4 horas até o porto do Camará. De lá você chega de carro aos destinos de seu interesse.
Mais Informações: http://paraturismo.pa.gov.br/