Seap fortalece parcerias e garante balanço positivo do Projeto Realize neste 2025
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) tem instituições parceiras e reforça atendimentos nas áreas de saúde e formação profissional
O Projeto Realize encerrou 2025 com resultados expressivos e impacto positivo direto na rotina das mulheres atendidas na Unidade de Custódia e Reinserção Feminina (UCRF) de Ananindeua. Somente neste ano, 3.240 atendimentos foram realizados por alunos da Faculdade Estácio, em parceria com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e o Tribunal de Justiça do Pará, via Vara de Execuções Penais (VEP). A iniciativa combina atenção à saúde, ações educativas e qualificação profissional para fortalecer o processo de ressocialização das custodiadas.
A coordenadora de educação prisional da Diretoria de Reinserção Social (DRS), da Seap, Patrícia Sales, destaca a ampliação alcançada ao longo do ano, com a inclusão de novas participantes e a oferta de atendimentos em diferentes áreas, por meio do projeto de extensão da Faculdade Estácio. Os serviços contemplaram Odontologia, Biomedicina, Farmácia, Psicologia, Educação Física e Engenharia Mecânica.
“O projeto Realize, neste ano, foi muito satisfatório para a gente, porque a gente conseguiu colocar novas pessoas privadas de liberdade no projeto. Elas conseguiram ter outros tipos de atendimento, como atendimento odontológico, psicológico, jurídico. Então isso contribuiu muito para que a gente possa avançar cada vez mais na ressocialização dessas meninas”, comentou Patrícia Sales.
A Pró-reitora de pesquisa, extensão e internacionalização da Faculdade Estácio, Natalle do Socorro da Costa Freitas, explica que as atividades de 2025 foram distribuídas entre ações realizadas na UCRF de Ananindeua e na sede da Estácio Belém. Ela lembra que o projeto existe desde 2009 e, após a fusão da Estácio FAP com a Estácio Belém, passou a concentrar as ações na unidade da capital.
“A Estácio contribuiu levando atendimentos. Então, lá no UCRF nós tivemos atendimento em fisioterapia voltado para a saúde da mulher. Então foram atendidas mulheres privadas de liberdade para indicar exercícios que elas possam fazer para melhorar a saúde pélvica. Também nós fizemos avaliação nutricional, levamos a nossa professora nutricionista, bem como os alunos, e fizemos atendimentos com as mulheres”.
Além dos atendimentos de saúde, as internas participaram de oficinas voltadas ao desenvolvimento de habilidades e à geração de renda, como expressão corporal e produção de sabonetes artesanais e creme hidratante, ações que ganharam continuidade ao longo do ano.
“Elas puderam aprender como fazer sabonetes que foi uma oficina muito importante, que vai servir futuramente quando elas saírem, poderem ter uma renda através da produção de sabonetes, então já seria uma oportunidade para que elas possam vender algo. Fez tanto sucesso essa oficina de sabonete, que agora, no dia 4 de dezembro, nós tivemos uma continuação, que foi a produção de hidratante corporal”, revela Natalle.
As mulheres atendidas receberam ainda serviços de Odontologia, Biomedicina, Farmácia, Psicologia e Engenharia Mecânica, sempre acompanhadas pelos alunos voluntários dos respectivos cursos. Para Natalle Freitas, esses encontros promoveram mais do que assistência: fortaleceram a autoestima e criaram novas perspectivas.
“Foi algo que realmente foi muito importante. Teve um impacto bastante positivo ao final. Elas puderam relatar o quanto elas estavam felizes em estar participando daquele momento e como isso tinha contribuído na vida delas, já que elas, enquanto elas ficam privadas de liberdade, elas não têm acesso a praticamente nada, e esses momentos são muito importantes”, frisou a pró-reitora.
Evandro Pereira de Lima, técnico em gestão penitenciária da Seap e participante direto das atividades, também ressalta o impacto transformador da iniciativa.
“Essa parceria com a Faculdade de Estácio, com a Vara de Execução Penal, possibilita a elas um momento de aprendizagem, não só do conteúdo das disciplinas, das oficinas, mas também uma forma de pertencimento. Eu creio que seja isso o principal, de pertencimento também ao ambiente acadêmico, não só o ambiente prisional, mas quando elas vão ao ambiente acadêmico, elas conseguem vivenciar o que a academia traz de positivo”, ressaltou.
A troca também marcou profundamente alunos e professores da Estácio, que vivenciaram a rotina das oficinas e atendimentos no decorrer do ano.
“Os alunos que participaram, professores, ficaram altamente impactados com os relatos, com o agradecimento que foi feito. A maioria dos alunos disseram, professora, quando tiver da próxima vez eu quero participar, é muito gratificante você poder oferecer algo a alguém que está precisando. Então, isso realmente teve um impacto muito positivo para os nossos alunos e a gente conseguiu também perceber o impacto positivo nelas” afirmou Natalle.
Diante dos resultados, a ampliação do projeto já está no radar. A Seap trabalha para que, em 2026, novas unidades, incluindo uma voltada ao público masculino, possam receber as ações em parceria com a Estácio Ananindeua.
“Esse projeto consegue atender as meninas em várias áreas e mostrar para elas vários leques da faculdade. Elas conseguem vislumbrar um outro mundo fora da unidade prisional. E sonhar é um dia fazer os cursos que a faculdade oferece. Então isso para a gente é maravilhoso, plantar um sonho na cabeça de quem achou que ali dentro não teria mais o que sonhar, e hoje, com o projeto Realize, elas conseguem vislumbrar sonhos, fazer uma outra faculdade, ingressar num curso que para elas seria uma coisa tão distante”, afirma a coordenadora da Seap, Patrícia.
Natalle reforça o compromisso da Faculdade Estácio com a continuidade da iniciativa. “O Realize se tornou um projeto em que a gente tem o maior carinho e que a gente já pensa nas próximas ações que nós iremos realizar no próximo ano com elas. Então, é algo que movimenta toda a unidade, movimenta todos os cursos, todo mundo quer participar porque sabe da importância que isso tem”, concluiu.
