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AVANÇOS NA VIGILÂNCIA

Pará reduz em 19% os casos de Doença de Chagas Aguda em 2025

No V Encontro Estadual, Sespa e representantes regionais pactuam metas para fortalecer a vigilância, qualificar o processamento do açaí e ampliar ações de prevenção e resposta em 2026

Por Giullianne Dias (SESPA)
10/12/2025 16h52

O governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), encerrou nesta quarta-feira (10), o V Encontro Estadual dos Representantes de Doença de Chagas do Pará, realizado no auditório da própria Secretaria. O evento, promovido anualmente desde 2021, reuniu representantes das 13 Regionais de Saúde, gestores municipais, instituições parceiras e especialistas para discutir estratégias de prevenção, vigilância, diagnóstico e resposta ao agravo, especialmente na forma aguda transmitida por via oral, que segue como o maior desafio no Estado.

Ao longo de dois dias de programação, os participantes apresentaram resultados locais, debateram fluxos de investigação, ações de segurança alimentar e rastreabilidade do açaí, além de pactuarem metas e responsabilidades para 2026. A programação também contou com trilhas temáticas de Nutrição, Gestão e Ensino-Pesquisa-Assistência, além de mesas-redondas envolvendo o Ministério Público, a Vigilância Sanitária, a Adepará, pesquisadores e representantes da cadeia produtiva do açaí.

De acordo com o coordenador estadual de Doença de Chagas, Éder Amaral, o Pará apresentou avanços importantes ao longo do ano. “Em 2025, registramos uma redução de 19% nos casos de Doença de Chagas Aguda por transmissão oral, com diminuição também em números absolutos. Esse resultado está diretamente ligado ao aumento da suspeição clínica pelos profissionais de saúde, aos fluxos aprimorados de diagnóstico e à garantia de tratamento para 100% dos pacientes com resultado positivo”, destacou.

Ele lembrou ainda que houve ampliação do número de batedeiras licenciadas e treinadas para realizar corretamente o branqueamento do fruto, etapa essencial para prevenir a contaminação.

Mesmo com os avanços, Éder reforçou que o Estado continua em alerta permanente. “O Pará segue como o Estado da Amazônia com maior número de episódios de Doença de Chagas Aguda, predominantemente relacionados à ingestão de alimentos contaminados, como o açaí. Nosso papel é fortalecer continuamente a vigilância e assegurar que municípios, produtores, órgãos de fiscalização e serviços de saúde atuem de forma integrada”, afirmou.

Entre os destaques de 2025, a Sespa consolidou ações técnicas e operacionais, como a realização de seminários e capacitações regionais, atualização de materiais orientadores e missões em diversos municípios, fortalecendo o trabalho territorial de prevenção, vigilância e resposta ao agravo.

Com foco no planejamento para 2026, o encontro encerrou com pactuações voltadas ao fortalecimento das ações de base territorial. “Nossa prioridade é reduzir os surtos domiciliares, especialmente nas comunidades ribeirinhas, por meio da educação em saúde, treinamento dos batedores de açaí domésticos, melhoria da notificação ativa e do fluxo de envio das amostras para investigação. Saímos deste encontro com compromissos escritos e operacionais, cronogramas definidos e uma agenda de capacitações que vai permitir avançar ainda mais no próximo ano”, afirmou Éder Amaral.

As prioridades pactuadas incluem: intensificar a fiscalização sanitária e o cumprimento das boas práticas de processamento do açaí; fortalecer ações intersetoriais envolvendo vigilância, Adepará e setores agrário e ambiental; aprimorar a resposta rápida a surtos; e ampliar estratégias de comunicação comunitária para prevenção da transmissão oral.

O V Encontro Estadual dos Representantes de Doença de Chagas concluiu mais um ciclo de integração entre Estado e municípios, reafirmando o compromisso da Sespa em aprimorar continuamente as estratégias de prevenção, vigilância e controle do agravo em todo o território paraense.