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Sespa garante medicamento que previne pneumonia em crianças de grupos de risco

Por Redação - Agência PA (SECOM)
19/07/2015 12h15

Davi tem apenas 10 meses e exige da mãe, Silvia Duarte, cuidados redobrados. Ele nasceu com problemas cardíacos, comuns a crianças com Síndrome de Down. O maior medo de Silvia era que ele adquirisse uma pneumonia durante o período em que ficaria aguardando uma cirurgia. “Sabia que ele podia pegar uma pneumonia fácil, porque os cardiopatas correm esse risco. Mas por intermédio da pediatra dele soube da existência do Palimizumabe. Fizemos cinco doses, na última ele já estava internado esperando a cirurgia. Felizmente, ele não adoeceu nenhuma vez nesse tempo”, conta.

O medicamento a que Silvia se refere, o Palimizumabe, fortalece o sistema imunológico das crianças portadoras de cardiopatias, pneumopatas e prematuras nascidas com até 28 semanas. Atualmente, é um forte aliado na prevenção da pneumonia, comum em recém-nascidos com essas características e que pode ser fatal nessas condições. O remédio é disponibilizado pela Maternidade Santa Casa de Misericórdia e pelo Hospital de Clínicas Gaspar Vianna.

Produzido por um laboratório privado, o Palimizumabe começou a ser usado no ano passado. “Trata-se de um medicamento muito caro, tanto que o Ministério da Saúde recebia ações judiciais para garantir que ele fosse disponibilizado na rede pública. Por conta disso, o governo federal decidiu pela aquisição e definiu critérios a serem usados pelos estados, foi quando passamos a recebê-lo", explica a coordenadora estadual de Saúde da Criança da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Ana Cristina Alves.

Segundo ela, esse é um medicamento sazonal, ou seja, que é ministrado somente no período em que o vírus sincicial costuma circular mais. "No nosso do Pará, esse período vai de janeiro a junho, para crianças de até dois anos. Evitar o vírus é evitar complicações que podem ser muito graves para os bebês”, explica.

Somente nesse ano, o HC disponibilizou 137 doses e a Santa Casa mais 54. “Algumas dessas doses foram enviadas para atender casos em Altamira, Marabá e Parauapebas. Mas o medicamento está disponível para qualquer maternidade pública, particular e conveniada, desde que o pediatra faça a solicitação para atender esse grupo de risco”, garante a coordenadora.

A gerente técnica de Enfermagem do HC, Lílian Reça, explica que é preciso regularidade nas doses. “Não é uma vacina que tem duração longa, é um remédio que precisa ser tomado todo mês no período da sazonalidade. O Pará ainda tem uma vantagem em relação aos demais estados, onde as crianças recebem cinco doses: nós recebemos seis, já que o período de chuvas aqui é mais longo. Com isso, temos conseguido alcançar as metas e minimizar os problemas respiratórios dessas crianças”, afirma.

O pequeno Carlos Eduardo Filho, de 8 meses, também nasceu com cardiopatia e recebeu as seis doses do Palimizumabe. “Soubemos do medicamento através da pediatra e depois que tomou ele ficou livre dessas doenças. Pegou apenas uma gripe, mas muito leve, e não teve reação à injeção. Ele está bem agora, esperando a cirurgia. Mas em janeiro iniciam as novas doses”, destaca a avó do menino, Cristina Aguiar.