Seap apresenta projetos de ressocialização no Pavilhão Pará-Municípios durante a COP30
Produção de artesanato, moda e marcenaria por pessoas privadas de liberdade reforça compromisso com qualificação e reinserção social
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) está presente no Pavilhão Pará-Municípios, no Centro de Convenções Centenário, na Augusto Montenegro com a exposição de peças produzidas por pessoas privadas de liberdade (PPLs) como parte dos projetos de qualificação profissional e reinserção social desenvolvidos pelo Governo do Estado. A ação integra a programação paralela à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), e segue até o dia 21 de novembro, das 14h às 21h.
No estande da Seap, o público pode conhecer e adquirir os produtos da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), composta por internas do sistema penitenciário, além de peças da oficina de marcenaria da Unidade de Custódia e Reinserção (UCR) do Coqueiro. O espaço tem despertado o interesse dos visitantes pelo detalhamento técnico, criatividade e apelo social das peças, que incluem artesanato, vestuário, objetos decorativos e móveis.
Qualificação e protagonismo feminino
Segundo Renata Carvalho, coordenadora de produção da Coostafe, o espaço é uma oportunidade importante para mostrar à população o trabalho da Seap dentro das unidades prisionais. “Estamos demonstrando como reeducamos internos e internas, oferecendo a eles uma nova direção. Participar de um evento como a COP30, com esse alcance, fortalece ainda mais o que fazemos lá dentro”, destacou.
Entre os destaques estão as peças da coleção “Ya Temi Xoa – Ainda estou vivo”, parceria criativa do estilista Dan Delacosta e 22 mulheres da Coostafe, e que foram apresentadas durante um desfile na Green Zone do Parque da Cidade, no dia 11 de novembro, e agora estão em exibição no pavilhão. A linha de roupas é acompanhada por acessórios e peças de artesanato produzidas por internas da Coostafe.
Marcenaria atrai visitantes
A marcenaria da UCR do Coqueiro também chamou atenção com itens únicos, como miniaturas de tanque de guerra e navio, produzidos por custodiados em processo de reinserção. “Eles perguntam quanto tempo leva, batem foto, se interessam mesmo. É uma grande vitrine para mostrar que há talento e esforço sendo aplicados dentro do sistema penitenciário”, contou Renata.
Para muitos visitantes, a visita ao estande proporcionou uma nova visão sobre o sistema penal. A tatuadora Vanessa Silva, de 32 anos, destacou a importância de ações que ofereçam capacitação e trabalho aos internos. “É um trabalho incrível. A marcenaria, por exemplo, tem detalhes difíceis de encontrar no mercado. Isso mostra que existe uma oportunidade real de reintegração”, avaliou.
A analista de telecomunicações Aida Neide também elogiou a iniciativa. “As pessoas precisam de qualificação para, ao saírem, terem uma profissão e uma nova perspectiva. Isso é fundamental”, afirmou.
A professora Cristina Carvalho, já familiarizada com os produtos da Coostafe, aproveitou para adquirir uma nova bolsa. “É um trabalho que combate a ociosidade e oferece uma alternativa concreta de renda para essas mulheres. Eu acredito muito na importância disso para a ressocialização”, concluiu.
Texto: Márcio Souza/Ascom Seap
