Ministro do clima da Noruega conhece programa Pecuária Sustentável do Pará
Iniciativa pioneira no país incentiva produtores a adotarem boas práticas de manejo, pastagens, agropecuária, preservando a floresta em pé
Após alcançar o reconhecimento internacional de rebanho livre de febre aftosa sem vacinação. O Governo do Pará incentiva produtores rurais a adotarem novas práticas de pecuária, conciliando desenvolvimento econômico com alta produtividade, produção da carne com controle sanitário, preservando a floresta em pé com o programa Pecuária Sustentável.
O ministro do clima da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen, visitou no último domingo (16), o Sítio Santana, em Inhangapi, a propriedade rural referência em boas práticas agropecuárias na região nordeste paraense. A visita da comitiva norueguesa faz parte da agenda durante a COP 30.
O grupo conheceu o processo de brincagem, que é a identificação individual de animais bovinos e bubalinos por meio de brinco com numeração e chip eletrônico com leitura por bluetooth. O local mantém cerca de 300 bovinos e também o cultivo de açaí, diferentes tipos de abelhas para produção de mel e outras culturas.
Um dos eixos do programa, conduzido pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará, (Adepará), o Sistema de Rastreabilidade Bovídea (SRBIPA), alcança mais de 300 mil bovinos identificados individualmente em 1.105 explorações pecuárias em 80 municípios do estado.
"É mais um passo importante de fortalecimento do programa de pecuária sustentável do Pará. Esse projeto traz a oportunidade para que os agricultores familiares, os pequenos, os médios produtores possam ter acesso às ferramentas que o governo está oferecendo e vai ao encontro do desejo de uma Amazônia conservada com a sua floresta em pé", pontuou o secretário de Estado de Agricultura Familiar, Cássio Pereira, durante a visita.
Com a identificação individual animal, o produtor rural consegue fazer a gestão, controle do rebanho na propriedade com históricos de vacinas, idade e origem. "A rastreabilidade chega para gente fazer o controle interno dos animais, saber a origem do animal quando for vender ou comprar, além de ter o controle sanitário. Receber a visita da comitiva é um estimulo muito grande para continuar preservando a natureza", disse o produtor rural, Manoel Cid.
Parceria para produção sustentável
"Estamos felizes de ter vindo no Brasil, de ver essa realidade, de ver as coisas acontecerem", disse o ministro Andreas, que informou que a Noruega, que já apoia a iniciativa no Pará, estendeu o contrato até 2035, "para que seja possível continuar essa história" de produzir com segurança, qualidade e preservando a floresta.
A Adepará realiza o processo conhecido como “brincagem” para produtores com até 100 animais. Basta procurar as unidades nos municípios e retirar os brincos de identificação.
“Nosso desafio durante o processo de identificação dos animais é gigantesco, o estado tem sido pioneiro e tem sido vitrine. A visita do ministro da Noruega é importantíssima para conhecer o processo de identificação dos animais, o sistema de rastreabilidade. O Pará tem trabalhado arduamente para que o processo evolua, e essas parcerias são fundamentais para o avanço do programa ", comenta Graziela Oliveira, diretora de Defesa e Inspeção da Adepará.
Valorização da Produção
"Para a gente ter mercado, ou seja, para eu vender para qualquer outro estado do Brasil e também para outro país, eu tenho que ter uma agência de defesa sanitária séria, segura e transparente, que tenha respaldo para poder garantir esse produto nas questões sanitárias", afirmou o pecuarista Mauro Lúcio Costa sobre a importância da rastreabilidade feita pelo Governo do Pará.
A visita de campo foi conduzida pela Adepará, SEAF, The Nature Conservancy (TNC), Federação dos Trabalhadores Agricultura Familiar do Pará (FETRAF), NatCap e IDH. reforçou o papel do estado em incentivar produtores a adotarem boas práticas de pecuária, usando ferramentas de gestão, tecnologia e segurança do alimento.
Sistema de Rastreabilidade do Pará
A partir de 1º de janeiro de 2026, toda movimentação de bovinos e bubalinos no Estado deverá ser acompanhada pela GTA e a identificação individual do SRBIPA (Sistema Oficial de Rastreabilidade Bovídea do Pará). A partir de janeiro de 2027, todo rebanho deverá ter identificação individual, conforme as metas do programa. Procure a Adepará do seu município e identifique seu rebanho.
*Texto com colaboração de Tânia Menezes
