Mulheres amazônidas fortalecem debates sobre clima em painel promovido pelo Governo do Pará na COP30
Roda de conversa organizada pela Secretaria de Estado das Mulheres reforçou protagonismo feminino na defesa dos territórios e da sustentabilidade
A Secretaria de Estado das Mulheres (Semu) promoveu, no Pavilhão Pará, na Green Zone da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), uma roda de conversa que destacou o papel central das mulheres amazônidas na defesa do clima, da floresta e dos territórios. O encontro reuniu especialistas, lideranças e representantes de comunidades tradicionais para discutir soluções sustentáveis sob a perspectiva feminina.
O painel “Vozes femininas no território: Mulheres Amazônidas em Defesa do Clima” evidenciou a força de mulheres que atuam diariamente em regiões ribeirinhas, quilombolas, extrativistas e urbanas – áreas onde os efeitos das mudanças climáticas já são sentidos de maneira direta.
Para Luciana Athayde, referência nacional em agroecologia e agricultura regenerativa, o espaço permitiu dar visibilidade à atuação dessas mulheres. “O painel serviu para essas mulheres mostrarem toda a potência, a luta e a força em prol de tudo que elas vêm fazendo pelo Pará”, destacou.
Indicações Geográficas e conservação dos territórios
Durante a roda de conversa, a coordenadora do Programa Estadual de Incentivos às Indicações Geográficas e Marcas Coletivas da Sedap, Márcia Tagore, reforçou a conexão entre desenvolvimento produtivo, conservação ambiental e reconhecimento dos territórios.
“Quando falamos em Indicação Geográfica, falamos também de cuidar da natureza. Não há como dissociar esse tema da pauta climática, porque muitos dos processos que vivenciamos estão diretamente ligados à forma como o ser humano se relaciona com o ambiente”, explicou. Segundo ela, as IGs traduzem a relação profunda entre riquezas naturais, culturais e humanas presentes no Pará.
As participantes compartilharam experiências sobre produção sustentável, manejo de recursos naturais, segurança climática e inovação social. A vice-prefeita de Bragança, Marcely Castanho, também integrou o debate, somando perspectivas sobre gestão pública e sustentabilidade voltada para territórios amazônicos.
Luciana Athayde reforçou a importância do espaço para fortalecer a representatividade feminina. “A importância de estar participando de um painel como esse, de vozes femininas potentes, é justamente dar lugar para mostrar toda a potência, a luta e a força em prol de tudo o que essas mulheres vêm fazendo aqui no Pará”, afirmou.
Compromisso do Pará com equidade e desenvolvimento sustentável
A secretária de Estado das Mulheres, Paula Gomes, destacou que levar esse debate para a COP30 representa um marco histórico para o Estado.
“Trazer as mulheres para a COP30 é reconhecer sua força, suas soluções e garantir que o mundo escute quem realmente vive a Amazônia todos os dias. A Secretaria das Mulheres está aqui para garantir que essas histórias, saberes e soluções sejam ouvidas e valorizadas”, declarou.
A iniciativa reforça o compromisso do Governo do Pará com políticas de equidade de gênero, justiça climática e desenvolvimento sustentável, ampliando o diálogo entre governo, comunidades tradicionais e organismos internacionais.
