Segup alerta sobre os cuidados com as crianças nas praias de Salinas
Evitar novos casos de crianças que se perdem dos responsáveis nas praias de Salinópolis, no nordeste do Pará. Esse foi o objetivo do trabalho dos agentes do Sistema de Segurança Pública, no sábado (25) e domingo (26). As abordagens a ônibus de piqueniques ocorreram na barreira da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), no bairro da Corema. Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e PRE orientaram pais e filhos, com palestras rápidas de conscientização e entrega de cartilhas para alertar sobre a importância do cuidado e atenção que os responsáveis devem ter nas praias.
A ação parou 170 ônibus, e cerca de dez mil veranistas foram orientados sobre o tema. Durante toda a madrugada, as crianças receberam pulseiras de identificação para facilitar a localização e o reencontro rápido do responsável. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Salinópolis, Olímpio Oliveira, os pais foram alertados sobre a responsabilidade civil que eles têm em relação aos filhos.
“Em alguns casos, perder criança pode ser considerado crime de abandono de incapaz. Caso o pai não seja identificado imediatamente, a criança é encaminhada para o Conselho Tutelar e os pais, à delegacia local”, explicou.
Nas abordagens, os veranistas foram orientados sobre os casos em que devem solicitar a ajuda do Corpo de Bombeiros. As pessoas receberam informações sobre os serviços dos guarda-vidas e os cuidados para evitar afogamentos. “Muito bom que antes mesmo de chegar à praia possamos refletir sobre essa questão. Eu mesma já perdi meu filho por alguns minutos, e é desesperador. Um segundo de falta de atenção e a criança pode correr e até sofrer um acidente se estiver passando um carro”, disse a dona de casa Cristina Sales.
No total, 122 crianças se perderam dos pais nas três primeiras semanas de férias, em Salinas. Os números são da Secretaria de Estado Segurança Pública e Defesa Social (Segup), que intensificou as ações no último fim de semana de julho, devido ao aumento de pessoas em deslocamento às praias. Segundo a Prefeitura de Salinópolis, nos fins de semana de maior movimento, a cidade recebeu entre 250 e 300 mil pessoas.
Para o secretário adjunto de Gestão Operacional da Segup, coronel Hilton Benigno, a troca de informações com agentes de segurança do balneário possibilitou identificar a necessidade de atuação do Sistema de Segurança com foco na atenção e cuidado com as crianças. “As ações de prevenção geram resultados positivos, porque alertamos sobre o tema e evitamos que crianças se percam, contribuindo para a diminuição dos índices”, explicou.
Contribuição - Alunos do Programa Escola da Vida, do Corpo de Bombeiros, entregaram neste domingo (26) cerca de 500 pulseiras de identificação para crianças na praia do Atalaia. A iniciativa faz parte das ações da Operação Verão 2015, do Sistema de Segurança Pública. O objetivo era evitar casos de crianças perdidas dos responsáveis ao longo da faixa de areia, já que, durante a diversão, muitas acabam se afastando dos pais ou responsáveis.
O aluno do programa Renan Barros, 15 anos, participou da entrega das pulseiras e também estava com a identificação no braço, por ser menor de idade. “Hoje estou comemorando meu aniversário. Estou feliz por estar com os meus amigos e fazendo o bem para as crianças”, disse. A autônoma Maria Santana, 50, disse que a iniciativa é importante. Ela estava com a neta de 6 anos e o sobrinho de 14. “Nunca os deixo se afastarem de mim. Andamos de mãos dadas, para evitar que ela, por ser menor, corra. A pulseira é mais uma ajuda”, destacou.
Alerta - O cuidado com o uso de pipas foi outro tema abordado pelos agentes de segurança, no diálogo com veranistas. O Sistema de Segurança Pública atuou com o intuito de alertar sobre os cuidados, o perigo e a possibilidade de acidentes no manuseio, durante a brincadeira das crianças. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, Olímpio Oliveira, antes o cerol era feito pelos próprios donos de “papagaios”, mas hoje já existe a venda de linhas de pipas importadas que já vêm com cerol. “Elas podem ocasionar acidentes graves. Para termos uma ideia, esse tipo de cerol corta até uma haste de aço. Já vi uma linha com cerol cortar a antena de uma viatura de emergência”, destacou.
Na praia, a estudante Gisele Silva, 20, brincava de pipa com o filho Gabriel, 3, na manhã deste domingo (26), na praia do Atalaia. Ela contou que o filho sempre escolhe a brincadeira. “A linha da pipa do meu filho não tem cerol. Foi o pai que fez para ele brincar. Como o pai gosta, ensinou o Gabriel a empinar papagaio também”, disse.