Casa Goeldi será reconstruída como espaço dedicado à ciência, à cultura e aos saberes amazônicos
Projeto é parceria do Governo do Pará, Museu Goeldi e Embaixada da Suíça no Brasil, e foi formalizado na manhã desta segunda-feira (10)
Localizada no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, a Casa Goeldi será restaurada e transformada em um espaço voltado à pesquisa, à educação e à valorização dos saberes tradicionais da Amazônia. A iniciativa é fruto de parceria entre o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), a Embaixada da Suíça no Brasil e o próprio museu.
O Acordo de Cooperação Técnica (ACT), que formaliza a parceria, foi assinado na manhã desta segunda-feira (10) pela secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, durante cerimônia realizada no Museu Goeldi, em Belém.
A secretária destacou os esforços do Governo do Pará para preservar a memória e a pesquisa, ao mesmo tempo em que investe na construção de um futuro mais sustentável.
'Cidade de Belém tem grande patrimônio histórico', diz secretária de Cultura
Ursula Vidal destacou os investimentos que retornam para a sociedade local e contribuem para o mundo de forma mais ampla. Ela lembrou que, assim como outras cidades históricas, Belém ainda guarda um vasto patrimônio que merece o mesmo olhar atento.
“Belém é uma cidade que, em 2026, completará 410 anos e, assim como São Luís do Maranhão, ainda temos um polígono tombado com mais de dois mil imóveis. Muitos deles podem ter novas utilizações que despertem o interesse público, como o fortalecimento da economia criativa, os processos de educação e o patrimônio histórico, entre outros”, ressaltou Ursula Vidal.
Para a titular da Secult, além de fortalecer a ciência, a reconstrução deve devolver parte da história do museu e do imaginário dos paraenses, tanto daqueles que cresceram quanto dos que ainda crescerão com o espaço presente na memória coletiva. O projeto, segundo ela, aproxima diferentes pessoas, instituições e visões, refletindo a própria diversidade amazônica.
*Região concentra grande biodiversidade e saberes*
“Essa biodiversidade precisa ser um ativo no sentido da identidade, porque ela nos constitui como povo amazônico. Somos um povo que entende o tempo das chuvas, das marés e dos rios; que convive com a fauna e a flora. É essa Amazônia tão diversa que nos ensina a viver na diferença, e é essa diferença que constrói o futuro”, reforçou.
Além do incentivo do Governo do Pará, por meio da Secult, o projeto é desenvolvido pelo escritório suíço Herzog & de Meuron, em colaboração com o Instituto Pedra, e conta com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e das instituições suíças EBP, Fundação Ameropa, Fundação MSC e UBS. O Instituto Peabiru está à frente da gestão e implementação da iniciativa, dando continuidade a uma parceria já existente com o museu.
Texto de Maycon Marte
