Livro ‘Letras que flutuam’ ganha nova edição e será levado a escolas da rede pública do Pará
Com editoração da Secretaria de Estado de Cultura, a obra apresenta o trabalho dos abridores de letras - arte que navega pela região
Na noite desta sexta-feira (31), foi lançada a 2ª edição do livro “Letras que Flutuam”, publicado pela primeira vez em 2021, pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult). O evento ocorreu na Caixa Cultural Belém, com sessão de autógrafos da autora, Fernanda Martins.
A obra passará por uma circulação educativa pela rede pública de ensino do Pará, com distribuição a 200 escolas. A iniciativa tem patrocínio do Governo Federal, via Caixa Econômica, e parceria da Secult e Secretaria de Estado de Educação (Seduc). A realização é do Instituto Letras que Flutuam.
“A parceria do governo do Estado, por meio da Secult, com a pesquisadora e designer Fernanda Martins, foi muito feliz. A primeira edição do livro foi um enorme sucesso. Esgotou muito rapidamente e revelou um interesse muito grande acerca dessa expressão estética tão singular, que navega pelos nossos rios. A gente parabeniza a Caixa Cultural pela sensibilidade em abraçar esse projeto no lançamento dessa segunda edição, fazendo com que esse livro chegue em escolas públicas, chegue a outros públicos”, ressaltou a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.
Incentivo - A proposta é que os professores possam discutir em sala de aula temas como patrimônio, linguagem visual, pertencimento e identidade ribeirinha. O livro será usado para estimular essa conversa e incentivar a valorização das referências locais entre os estudantes.
O livro resulta de duas décadas de pesquisa, documentação e escuta de mestres abridores de letras — artistas populares que pintam à mão nomes e ornamentos nas embarcações desde 1925, consolidando uma linguagem gráfica amazônica secular.
“A oportunidade de relançar é maravilhosa porque o livro é um objeto que permanece, é um objeto que as pessoas guardam, tem uma vida longa e uma multiplicação da mensagem. Havia um desejo, muita gente queria, tanto que ele esgotou muito rapidamente na primeira edição, e a oportunidade da gente ter uma segunda edição valida o trabalho”, frisou Fernanda Martins.
Reedição - A 1ª edição da obra, lançada em 2021 durante a 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, foi finalista do Prêmio Jabuti. Agora, o livro ganha reedição, com patrocínio do Governo Federal/Caixa, em tiragem de 2 mil exemplares voltada a escolas e bibliotecas públicas paraenses.
“A continuação dessa parceria com a Secult, agora com a Caixa também, permitiu que o trabalho seja ampliada para além do livro. Acabou virando oficinas em outras unidades da Caixa Cultural. Com isso, a gente leva abridores amazônidas para outras capitais do Brasil. E em breve para as escolas aqui do Pará”, adiantou a autora.
O abridor de letras Edson Moraes contribuiu para a construção do livro e também esteve presente no evento. “Eu comecei observando alguns amigos, e já nasci com esse instinto de pintura. As pessoas começaram a me pagar, e se tornou meu trabalho. A Fernanda fez o mapeamento. Foram alguns amigos primeiro, e no segundo encontro eu já fui, e estamos até hoje, graças a Deus e muito feliz”, contou Edson.
A paulista Érica Takahashi, de passagem por Belém, aproveitou a noite de sexta-feira para conhecer a nova Caixa Cultural e participou do lançamento. “É a primeira vez que eu tenho contato com a obra, e o que me motivou a fazer essa compra hoje foi a vontade de ter mais conhecimento sobre a questão dos abridores de letra. Acho muito interessante, e a cultura regional daqui também. Eu folheei o livro, e tá super lindo”, disse Érica.
O livro pode ser adquirido em https://solardoleitor.lojavirtualnuvem.com.br/produtos/letras-q-flutuam/
Texto: Juliana Amaral - Ascom/Secult
