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Abelhas sem ferrão ganham protagonismo no 1º Congresso Paraense de Trilhas

O público conheceu uma caixa de abelhas sem ferrão, compreendeu a relevância ecológica dessas espécies nativas da Amazônia e degustou mel de colorações e sabores distintos

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
16/09/2025 18h21

O 1º Congresso Paraense de Trilhas, realizado entre os dias 15 e 17 de setembro, no auditório do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), em Belém, abriu nesta terça-feira (16) espaço para uma experiência diferenciada aos participantes: a exposição do Meliponário Educacional Melisflora. O público conheceu de perto uma caixa de abelhas sem ferrão, compreendeu a importância ecológica dessas espécies nativas da Amazônia e ainda degustou mel com colorações e sabores distintos.

A consultora Jennifer Coelho mostrou a diversidade das abelhas sem ferrão

O Projeto Melisflora é uma atividade do Instituto Amigos da Floresta Amazônia (Asflora), e está implantado no Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia, em Marituba, município da Região Metropolitana de Belém, uma das 29 unidades de conservação administradas pelo Ideflor-Bio, com a missão de unir educação ambiental, conservação e integração comunitária. O espaço é destinado tanto ao manejo sustentável de abelhas nativas quanto à sensibilização sobre sua importância para a polinização, a reprodução de espécies vegetais e a manutenção da biodiversidade amazônica.

De acordo com Jennifer Coelho, consultora ambiental do Instituto Asflora, a participação no congresso amplia o alcance do trabalho. “O Meliponário Educacional é uma ideia do Instituto Asflora. Nós atendemos a sociedade civil, mostrando a diversidade das abelhas sem ferrão e a importância delas para o meio ambiente. Estar aqui no congresso é significativo, porque boa parte da nossa atividade acontece dentro de uma unidade de conservação, que também abriga trilhas”, ressaltou.

Diversidade - A experiência oferecida aos visitantes permitiu compreender que a cor e o sabor do mel variam conforme a florada. “O mel é feito a partir do néctar das flores, e esse néctar influencia diretamente o resultado final. Uma mesma espécie pode produzir diferentes tipos de mel, tanto em coloração quanto em sabor”, explicou Jennifer Coelho. O espaço educativo também recebe estudantes de escolas públicas, que participam de atividades de sensibilização e realizam trilhas no Refúgio de Vida Silvestre.

Para o gerente da Região Administrativa de Belém do Ideflor-Bio, Júlio Meyer, a exposição reforça a essência do evento, que busca integrar turismo, educação e conservação. “O Congresso vem justamente para concatenar iniciativas de turismo com a finalidade de conservação da natureza. O Instituto Asflora é parceiro de longa data na implementação da Trilha Amazônia Atlântica, e tê-lo aqui é um privilégio. Além do comprometimento, a equipe demonstra competência e inovação ao tratar da natureza como produto central para o ecoturismo paraense”, destacou.

A programação do Congresso, que reúne órgãos federais, estaduais e organizações da sociedade civil, inclui palestras, oficinas e atividades imersivas, como caminhadas em trilhas e canoagem até a Área de Proteção Ambiental (APA) da Ilha do Combu, região insular de Belém. “Mais do que teoria, buscamos a prática e a diversão em contato direto com o ambiente natural, o que garante uma integração maior entre os participantes”, acrescentou Júlio Meyer.

Rede Integrada - O 1º Congresso Paraense de Trilhas é considerado um marco para o fortalecimento da atividade no Estado, que hoje conta com nove trilhas cadastradas. A expectativa é que a troca de experiências fomente a criação de novos corredores ecológicos e contribua para a consolidação de uma Rede Integrada Paraense de Trilhas, alinhada ao modelo nacional.

A programação é fruto de uma ampla articulação entre instituições governamentais, privadas e da sociedade civil, reunindo o Ministério do Turismo (MTur), Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Ideflor-Bio, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Instituto Federal do Pará (IFPA), Conservação Internacional, Rede Brasileira de Trilhas e outras organizações parceiras.

Além de palestras, seminários e workshops, o evento é uma oportunidade para fomentar o networking entre os participantes. O objetivo é que o Congresso funcione como um catalisador para identificar e promover iniciativas, reunir pessoas, compartilhar experiências e difundir conhecimento. A programação encerra nesta quarta-feira (17), às 18h.