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Projeto ‘Teto Verde’ transforma escola de Belém em espaço de consciência ambiental

Projeto sustentável na Escola Estadual Bento XV, em Belém, promove aprendizagem prática sobre meio ambiente com apoio do Prodep

Por Bianca Rodrigues (SEDUC)
30/07/2025 11h16

Despertar, desde cedo, o cuidado com o meio ambiente é mais do que ensinar, é plantar uma semente de responsabilidade que cresce junto com as crianças. Na Escola Estadual Bento XV, em Belém, essa ideia vem ganhando vida com o apoio do Programa Dinheiro na Escola Paraense (Prodep), que tornou possível a criação do Projeto ‘Teto Verde’. A iniciativa une educação ambiental, práticas sustentáveis e, acima de tudo, o entusiasmo dos próprios alunos em transformar a escola em um lugar melhor para todos.

O projeto nasceu com um propósito claro, melhorar a qualidade ambiental do espaço escolar, tornando-o mais fresco, agradável e acolhedor. E assim surgiu o caramanchão, uma estrutura charmosa coberta por plantas trepadeiras típicas da região que, além de deixarem o ambiente mais bonito, ajudam a diminuir o calor nas áreas externas. A irrigação, feita de forma ecológica, valoriza o uso consciente da água e reforça o compromisso com a sustentabilidade.

Mas o ‘Teto Verde’ vai além das plantas e da sombra. Ele também incentiva novas formas de cuidar da natureza no dia a dia. Um bom exemplo é a prática da compostagem, em que os próprios estudantes aprendem a transformar resíduos orgânicos da escola em adubo natural. Assim, eles não só reduzem o lixo, como também entendem, na prática, como tudo na natureza pode voltar a ser útil, com respeito e responsabilidade.

“Os benefícios do projeto já são visíveis, com o clima mais ameno à tarde, permitindo que as crianças brinquem com mais conforto. A expectativa é cobrir todo o teto com plantas trepadeiras, melhorando ainda mais o ambiente escolar. E tudo isso foi graças ao recurso do Prodep, que nos deu autonomia. O apoio do governo veio para qualificar o espaço e atender necessidades antes não possíveis por falta de verba”, conta Tereza Corrêa, diretora da unidade.

O subprograma Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima, parte do Programa Dinheiro na Escola Paraense (Prodep), tem sido uma importante ferramenta de transformação nas escolas do Estado. Ao garantir mais autonomia para a gestão escolar e o Conselho Escolar, a iniciativa permite que cada comunidade escolar tome decisões com base em sua própria realidade, investindo onde realmente faz sentido para os estudantes, professores e o cotidiano da escola.

Muito mais do que recursos para pequenas obras ou manutenção, o programa também abre caminhos para a compra de materiais pedagógicos, tecnológicos e, principalmente, para o fortalecimento de práticas educativas ligadas ao meio ambiente. Com foco na sustentabilidade e nas mudanças climáticas, o Prodep integra esses temas ao currículo escolar, por meio da Educação Ambiental, promovendo vivências que despertam nos estudantes o senso de responsabilidade e cuidado com o planeta.

Em 2023, a unidade escolar recebeu um repasse de R$ 51.287,41. No ano seguinte, esse valor aumentou para R$ 78.516,51.

“Aqui ficou bem melhor. Antes, a gente torrava, parecia até um churrasquinho, já que estava muito quente, ficava todo mundo suado, agora tá mais bonito e mais fresco. Eu gosto muito das aulas de Educação Ambiental, porque a gente pode falar sobre o meio ambiente e até pensar em soluções para os problemas do mundo. E quando a gente vem pra esse espaço, aprendemos melhor”, afirma Paloma Lobo, estudante do 5° ano do Ensino Fundamental”. 

Educação Ambiental - O Pará se destacou como pioneiro ao assegurar a inclusão de um componente curricular obrigatório voltado à sustentabilidade nas escolas públicas brasileiras. Por meio da Seduc, foi criada, em 2023, a Política de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima. Desde então, com a introdução da disciplina de Educação Ambiental, as instituições públicas de ensino vêm promovendo projetos e iniciativas que incentivam o protagonismo dos estudantes e a conservação ambiental.

A Política de Educação Formal para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima, estabelecida pela Lei nº 9.881, implementou, a partir do primeiro semestre de 2024, o componente curricular de Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, abrangendo tanto as escolas da rede estadual quanto, de forma opcional, as unidades municipais.

“As aulas ficaram mais interessantes com o novo espaço. Antes, trabalhávamos só com imagens e vídeos, mas agora, com os alunos vendo tudo in loco, eles se sentem mais motivados, com vontade de aprender mais. Eu costumo dar a teoria na sala e depois levo os alunos para a prática, para que possam vivenciar o conteúdo. O ambiente também melhorou muito, antes era só concreto, muito quente. Agora o ar está mais agradável, e os alunos já perceberam essa diferença. Isso tem refletido no aprendizado. Eles têm mais interesse, querem ir para o pátio, conhecer o meio ambiente, e até começaram a reproduzir em casa o que aprendem aqui, como plantar e cuidar de pequenas hortas. É muito importante que esse aprendizado comece desde cedo, pois eles vão entendendo melhor o porquê de estudar o meio ambiente e, com projetos e incentivo, aprendem mais e aplicam esse conhecimento na vida deles”, destaca Mayana Castro, professora de Educação Ambiental.

A iniciativa foi além da sala de aula e se transformou em um projeto coletivo que envolveu professores e alunos na busca por soluções sustentáveis para o ambiente escolar. A proposta surgiu a partir da escuta das crianças e da observação das condições do espaço externo, marcadas pelo calor excessivo e pela ausência de sombra.

“O projeto começou com alunos do 4º ano, em setembro de 2024, em conjunto com a professora Mônica Ferreira. Surgiu a sugestão de plantar uma mangueira, mas percebemos que isso seria difícil. Então, pesquisamos outras alternativas e chegamos à ideia do caramanchão, algo novo para muitas crianças. Visitamos espaços urbanos com caramanchões e, em aulas práticas, as crianças entenderam melhor o conceito e iniciamos a construção. Como a área é muito quente, acreditamos que, com o caramanchão, o espaço se tornará mais agradável e propício ao brincar, apoiando o desenvolvimento integral das crianças”, disse Rosangela Cardoso, idealizadora do projeto.

Com isso, a escola deixa de ser apenas um espaço de aprendizado e passa a ser um verdadeiro ponto de transformação social, onde sustentabilidade e educação caminham juntas.