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Controle das hepatites: Hospital da Transamazônica investe em prevenção

Unidade capacita colaboradores para atendimento a pacientes e cuidado próprio

Por Ascom (Governo do Pará)
23/07/2025 10h35

O Ministério da Saúde mantém alerta para as hepatites virais no Brasil. Elas estão entre as infecções mais comuns no país, e, nos últimos cinco anos foram 780 mil casos em todo o território brasileiro. No “Julho Amarelo”, mês dedicado ao combate à doença, o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT) reforça a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento.

Durante a campanha, são ampliadas orientações sobre o cuidado com o paciente e, também, com o colaborador. Todos, ao serem admitidos, realizam exames de hepatites e outras virais. A unidade mantém sentinela, o que garante que os servidores tenham vacinas e testes atualizados, como explica o técnico em Enfermagem do Trabalho, Icaro Souza.

“Por isso, é fundamental manter uma rede de proteção durante os atendimentos, e isso inclui desde a vacinação, atualização contra hepatite B, o uso dos EPIs (equipamentos de proteção individual), de forma correta, e exames periódicos. Estamos constantemente realizando campanhas de conscientização e educação em saúde no ambiente de trabalho”, detalha Icaro.

A farmacêutica Ísis Fleck dos Santos é uma das colaboradoras em constante formação. Grávida de 7 semanas, ela sabe que agora o cuidado é em dobro e, durante o pré-natal, passará por alguns procedimentos específicos, entre eles, monitoramento das hepatites. “Por ser da área da saúde, estando mais exposta a doenças infectocontagiosas, é fundamental que haja o monitoramento, principalmente, no período da gestação, para proteção tanto da mãe quanto do bebê”.

De acordo com o Ministério da Saúde, o risco de uma mãe infectada transmitir hepatite B para a criança é de 50%. Não é o caso da Isis, que não tem a doença. Mas, para a futura mamãe, o alerta é válido em todas as situações. “Não é apenas monitorar, mas prevenir com vacinas. Quando estamos grávidas, o bebê é totalmente dependente da gente. Então, a saúde da mãe reflete na saúde do bebê que ainda está sendo gerado”, alerta.

Ana Cristina, enfermeira do Núcleo Hospitalar Epidemiológico, monitora os exames realizados no HRPT. A profissional destaca que “a importância dos exames está em identificar em tem hábil e, em caso de confirmação, iniciar o tratamento”. Os dados do Hospital da Transamazônica “são encaminhados para o sistema de monitoramento laboratorial do Ministério da Saúde que mapeia a situação e identifica as regiões mais vulneráveis”, completa a enfermeira.

Um dos agravantes é a subnotificação, quando a pessoa não realiza os exames e, se já infectada, acaba levando o vírus para outras. O médico do trabalho, Raphael Jacobs, ministrou uma das palestras do “Julho Amarelo” a servidores do Regional da Transamazônica.

Ele explica que a formação de profissionais deve ser contínua, com foco em manter a rede pública eficiente. “O que é o sistema de saúde? Prevenção. Por mais que a gente trabalhe em um hospital, curativo, para tratar a doença, se a gente puder prevenir, vai diminuir a doença, a infecção”.

Formas de transmissão

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma em cada 30 pessoas pode estar infectada com algum dos 5 tipos de hepatites: A, B, C, D e E. No Brasil, A, B e C representam a maioria dos registros. 

A OMS classifica as doenças pelas formas de transmissão. No caso do tipo A, geralmente ocorre via oral, com o consumo de água, frutas, verduras e outros alimentos contaminados. Mesmo sendo considerada um tipo brando, sem sequelas, é importante ter atenção na hora do preparo e sempre lavar bem o que será servido cru.

A hepatite B é transmitida através do contato com fluidos corporais, como sangue, secreções durante trabalho de parto ou, ainda, sêmen, o que também coloca esse tipo B na lista de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). É a mais grave e pode levar a estágios crônicos, sendo necessário tratamento ininterrupto.

Também é através do sangue que a hepatite C pode ser transmitida. Na maioria dos casos, esse tipo apresenta duração longa e pode ter complicações se não tratado.

Os dois últimos tipos são os menos comuns no Brasil, mas requerem igual atenção, para a região Norte, especialmente o tipo D. O vírus da hepatite D precisa do contágio pelo vírus da hepatite B para infectar o indivíduo. Essas infecções podem ocorrer de forma simultânea ou como superinfecção em pacientes graves de hepatite B.

O médico, Leonardo Rodrigues, pontua que “essa coinfecção é ainda mais perigosa, pois aumenta a chance de desenvolvimento de falência crônica do fígado (cirrose) e de câncer hepático, o hepatocarcinoma. Isso é importantíssimo na nossa região, visto que o vírus da hepatite D é mais prevalente no Norte, contribuindo com mais de 70% dos casos”, alerta Leonardo, que também é diretor técnico do Hospital Regional da Transamazônica.

Assim como o tipo A, a hepatite E tem como meio de transmissão a água contaminada. Geralmente, a pessoa infectada não evolui para quadros graves e a doença se manifesta de forma aguda, ou seja, por um curto período.

O que fazer em caso suspeito

Ao apresentar sinais e sintomas, a orientação é buscar ajuda médica. O exame é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como as vacinas para os tipos A e B. Em caso de não tratamento, principalmente das hepatites B e C, o paciente pode evoluir para quadros graves e gravíssimos, como cirrose hepática e câncer de fígado.

Texto de Rômulo D’Castro