Curso de energia solar em unidade prisional de Marituba fortalece reinserção social
Turma com 29 internos tem a oportunidade de desenvolver habilidades e técnicas atualizadas com a finalidade de ingressar no mercado de trabalho após o cumprimento da pena
O uso de energia solar torna-se cada vez mais frequente devido à economia nos custos da eletricidade, menor emissão de gás carbônico e independência da rede elétrica, entre outros benefícios. Nesse contexto, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), por meio da Gerência de Ensino Profissionalizante (GEP), em parceria com a missão prisional da Igreja Assembleia de Deus, concluiu o curso de Instalador de Sistema Solar Fotovoltaicos na Unidade de Custódia e Reinserção de Marituba II (UCR Marituba II), na Região Metropolitana de Belém.
O objetivo é oportunizar aos custodiados a possibilidade de crescimento profissional, apresentando técnicas de trabalho atuais e com bom índice de empregabilidade. Na unidade prisional, os internos receberam aulas teóricas e práticas, com carga horária de 40 horas, para a aplicação de placa solar, visando à capacitação eficaz para o mercado de trabalho após o cumprimento da pena.
Reintegração - Com um olhar mais apurado para a vivência no cárcere, a técnica em Reinserção Margarete Silva da Silva avalia que a atividade agrega benefícios significativos à vida dos custodiados. “Os cursos dentro do cárcere são cruciais para a ressocialização e redução da reincidência criminal, oferecendo aos detentos a oportunidade de adquirir conhecimento, desenvolver habilidades e se preparar para uma reintegração bem-sucedida na sociedade”, ressaltou.
Além do aprendizado profissional, a atividade consegue estimular um propósito de vida responsável após o cárcere. A técnica falou ainda sobre o impacto positivo no núcleo familiar dos internos, e como a atividade gera boas expectativas. “A gente percebe que, quando há visitas, os familiares sempre perguntam muito. Todos felizes e curiosos para saber o avanço do interno no curso. É muito gratificante”, disse Margarete Silva.
Ensino – Durante a aula, os instrutores Fábio Monteiro e Davi Oliveira repassam conteúdos técnicos e estratégias adequadas para o que cada cliente necessita. “Nossos alunos aprenderam a dimensionar um sistema fotovoltaico e a identificar o projeto ideal para atender seu cliente. Aprenderam a instalar do início ao fim. Aprenderam a diferença entre o ‘inversor string’ e o ‘micro inversor’. Agora, estão aptos para atender clientes lá fora e dimensionar o melhor projeto para cada um”, informou Fábio Monteiro.
Para Ronan Miranda, custodiado na UCR Marituba II, o curso de energia solar é um aprendizado
que agrega ao conhecimento já adquirido em outros cursos voltados à área elétrica, que ele pretende pôr em prática no processo de reintegração social. “Eu tenho bastante curso na parte elétrica, mas esse focado em energia solar é novo. E também trouxe as aulas práticas. Foi um grande aprendizado, porque são coisas específicas que a gente aprende mais na prática. Então, a prática foi uma coisa muito boa, muito interessante para a gente aprender sobre micro inversor e inversores, energia solar, que é uma energia sustentável, uma energia que, futuramente, o nosso Estado do Pará vai estar totalmente adaptado a esse sistema”, disse o custodiado.
Texto: Fernanda Ferreira, estagiária do NCS/Seap
