Aviário das ararajubas passa por melhorias e marca nova fase na conservação da espécie na Grande Belém
Para garantir o bem-estar das ararajubas durante o período de obras, um aviário auxiliar já foi construído no próprio Parque

O Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas na Região Metropolitana de Belém avança com uma nova etapa: a ampliação e modernização do aviário principal, localizado no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, em Belém. Coordenada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), em parceria com a Fundação Lymington, de São Paulo, a iniciativa é referência nacional na conservação da ararajuba, uma das aves mais emblemáticas da Amazônia.
Para garantir o bem-estar das aves durante as obras, foi construído um aviário auxiliar, também no Parque do Utinga. Nesse espaço, as ararajubas estão temporariamente alojadas com toda a estrutura necessária, enquanto o aviário principal recebe intervenções estruturais - incluindo substituição de madeiras, instalação de novas cercas e ninhos, além de melhorias nas áreas de trabalho destinadas aos profissionais que atuam no cuidado e monitoramento das aves.
Nos últimos oito anos, o projeto já devolveu 58 ararajubas à natureza, revertendo um quadro preocupante: até pouco tempo, a espécie era considerada extinta na Região Metropolitana de Belém. O êxito da iniciativa é resultado de um trabalho técnico rigoroso, que inclui desde a adaptação das aves em ambientes controlados até treinamentos de pré-soltura. Atualmente, as ararajubas passam por um período de aclimatação em viveiros especialmente preparados, com dieta baseada em frutas regionais e estímulos que simulam o comportamento natural da espécie.

Nova fase e metas
A nova fase do projeto foi marcada por uma visita técnica recente ao Parque do Utinga. Segundo Mônica Furtado, gerente de Biodiversidade do Ideflor-Bio, a etapa atual envolve a ampliação dos equipamentos de monitoramento e o reforço na segurança e integridade das aves.
“Nosso objetivo é ampliar os equipamentos de monitoramento e reforçar a integridade das aves. É um compromisso com o futuro da espécie”, afirmou.
Essa fase está inserida na terceira etapa do programa, formalizada em abril de 2024 por meio de um novo termo de colaboração com a Fundação Lymington. A meta é ambiciosa: reintroduzir mais 50 ararajubas à natureza até a COP 30, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Belém, em 2025.
A iniciativa reforça o protagonismo do Pará em políticas ambientais e ações de conservação da biodiversidade amazônica, com impacto direto na preservação dos ecossistemas locais.
Patrimônio ecológico e cultural
Mais do que um esforço técnico, o projeto tem gerado uma conexão afetiva com a população, promovendo o resgate simbólico das ararajubas como ícone da fauna amazônica.
“Já podemos dizer que há uma geração de ararajubas genuinamente paraense. Isso é resultado de um esforço técnico e de amor pela Amazônia”, destacou Nilson Pinto, presidente do Ideflor-Bio.

O trabalho contínuo de manejo e monitoramento é fundamental para garantir que essas aves retornem de forma sustentável ao seu habitat natural, reforçando a importância da preservação do patrimônio ambiental e cultural da região.
Com plumagens verde-amarelas vibrantes, as ararajubas seguem como símbolo da resistência ambiental e da esperança por um futuro em equilíbrio com a floresta amazônica. As obras em andamento e o fortalecimento das parcerias consolidam o compromisso do Pará com a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável.