Natea da Poli de Tucuruí promove autonomia e esperança às famílias de pessoas com autismo

Aos 2 anos, Marcelo Victor, perdeu a fala. À época, ele também chorava intensamente sem motivos aparentes e mantinha comportamentos fora do comum. Os sinais alertaram os pais que algo tinha de ser investigado, foi então que recorreram à ajuda médica. Na avaliação, a criança foi diagnosticada com Transtorno de Espectro Autista (TEA), e os pais logo procuraram ajuda na Policlínica Lago de Tucuruí, no sudeste do Pará.

Com as terapias no Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea), da unidade, a criança passou ter mais autonomia e desenvolver suas habilidades. “Hoje ele faz tratamento medicamentoso e terapêutico. Estamos gostando da evolução dele”, apontou Samara de Souza, mãe de Marcelo. Entre as principais evoluções do pequeno, foi o desenvolvimento na fala que mais trouxe alívio para família. “Ele não falava, então a fonoaudióloga e a terapeuta ocupacional foram essenciais para o tratamento do meu filho”, garante a mãe da criança.

Assistência transforma a vida para melhor

O tratamento no Natea/Tucuruí tem mudado a realidade da família do funcionário público, Aroldo Shigueo Koga. O filho dele, Benjamim, ainda na creche passou a ter comportamentos diferentes, e não demorou para Aroldo saber o diagnóstico de TEA. Atualmente, em tratamento medicamentoso e terapêutico no Netea do Poli de Tucuruí, a criança, também, apresenta boas evoluções.

“Está resolvendo a evolução do meu filho. Inicialmente, ele fazia tratamento em outro local, porém não estava vendo evolução nele. Então, quando ele iniciou o tratamento no Natea, a funcionalidade dele evoluiu muito. O Núcleo foi como se fosse uma luz no fim do túnel. O Natea foi excelente”, parabenizou.

Sociedade não inclusiva aprofunda barreiras

Os principais desafios das famílias que tem uma pessoa com TEA, é a interação social em uma sociedade não inclusiva, é o que aponta a coordenadora do Natea, Claúdia Godoy. Para auxiliar essas famílias, a enfermeira explica que a unidade oferta um trabalho qualificado, com uma equipe multiprofissional, garantindo a atenção centrada a cada paciente e sua especificidade através do Plano Terapêutico Singular.

“O Núcleo é estruturado a cada semestre, conforme os resultados de avaliações que são realizadas durante as sessões e embasados em Protocolos específicos ao contexto do TEA. Além disso,  o Natea dispõe de um corpo clínico especializado e que apoiam desde o diagnóstico do TEA até a intervenção terapêutica”, explica Claudia Godoy.

Ainda com o acolhimento à família, o Natea/Tucuruí mantém o Programa de Atenção ao Cuidador (Proac). A equipe multiprofissional realiza treinamentos e orientações que garantem o suporte necessário aos pais, responsáveis e todos que fazem parte do cotidiano dos pacientes. “Temos ainda, agenda específica para atendimento dos profissionais aos familiares, com a possibilidade de resolução de demandas individualizadas para cada usuário”, observou Claudia.

Tratamentos

A unidade dispõe de profissionais como neuropediatra, pediatra, psiquiatra, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, educador físico, psicólogo, enfermeiro, assistente social e aplicadores ABA. “O trabalho da equipe é norteado por Protocolos específicos com base na Análise do Comportamento e desenvolvimento de Habilidades sociais”, ressaltou a coordenadora.

Acesso

Para acesso ao atendimento pela primeira vez, os municípios da área de abrangência do complexo regulador estadual regional devem realizar a solicitação via sistema de regulação ambulatorial, direcionada a especialidade identificada como Pediatria – Natea. A Pediatria é a especialidade definida como porta de entrada do serviço e atende exclusivamente a demanda do público do Natea e coordena o fluxo de encaminhamentos internos de acordo com as necessidades específicas de cada usuário.

O funcionamento da Policlínica Lago de Tucuruí é de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 19h. O serviço de hemodiálise também funciona aos sábados, em dois turnos. A unidade fica na avenida Raimundo Veridiano Cardoso, nº 1008, no bairro Santa Mônica, e o funcionamento é realizado 100% gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Texto de Roberta Paraense