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Papel das mães ribeirinhas na vacinação infantil é tema de pesquisa da Enfermagem da Uepa

O estudo conquistou o Prêmio de Melhor TCC da Uepa em Enfermagem, fato que ganha ainda mais relevância neste 12 de maio, quando são comemorados o Dia da Enfermagem e o Dia do Enfermeiro

Por Diane Maués (UEPA)
12/05/2025 14h48

A vacinação é uma das maiores conquistas da saúde pública, com alto impacto no combate a diversas doenças. No Brasil, o calendário vacinal contempla a todos, especialmente populações vulneráveis, como ribeirinhos, cujas dificuldades de acesso a serviços de saúde, devido principalmente às grandes distâncias na Amazônia, representam um desafio para o Sistema Único de Saúde (SUS). Garantir a vacinação é uma das missões da Enfermagem na promoção da saúde.

Atuando na formação de profissionais na região Norte do Brasil, o curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (Uepa) é reconhecido pela excelência e seu pioneirismo, além da qualidade de suas produções científicas na graduação e pós-graduação.

Unidade de Saúde na Ilha do Combu, na área insular de Belém

Um exemplo recente é o Trabalho de Conclusão de Curso intitulado "Saberes e Práticas de Mães Ribeirinhas sobre Vacinação", que conquistou o Prêmio de Melhor TCC da Uepa em Enfermagem, fato que ganha ainda mais relevância nesta segunda-feira, 12 de maio, quando são comemorados o Dia da Enfermagem e o Dia do Enfermeiro, destacando a importância desses profissionais para a saúde pública.

Saberes - O estudo desenvolvido pelos alunos egressos de Enfermagem da Uepa, Evelyn Rafaela de Almeida dos Santos e Ricardo Luiz Saldanha da Silva, e a docente orientadora Ivaneide Leal Ataide Rodrigues, buscou entender o conhecimento que as mães ribeirinhas possuem sobre a vacinação, e como esses saberes maternos influenciam a decisão de levar seus filhos para imunizar.

Famílias ribeirinhas em deslocamento durante a pesquisa na Ilha do Combu

A pesquisa, de natureza qualitativa e descritiva, foi realizada na Unidade de Saúde da Família Combu, situada na ilha do Combu, na área insular de Belém. Participaram, por meio de entrevista, 30 mães de crianças e adolescentes, entre 0 e 19 anos, cadastrados na unidade de saúde e incluídos nas faixas etárias indicadas para vacinação, conforme o calendário do Ministério da Saúde. O estudo analisou como as mães que vivem em uma comunidade ribeirinha compreendem a importância das vacinas, e como esse entendimento impacta na vacinação dos seus filhos, buscando identificar fatores que favorecem ou dificultam a adesão à imunização.

Segundo a professora Ivaneide Rodrigues, a pesquisa sobre os saberes de mães ribeirinhas em relação à vacinação é relevante por permitir uma reflexão crítica sobre as práticas dessa população. "O resultado pode ajudar profissionais de saúde, especialmente da Enfermagem, a aprimorar estratégias, esclarecer dúvidas e incentivar a vacinação, o que contribui para aumentar a cobertura vacinal e prevenir doenças. Isso pode estimular a elaboração de estratégias mais efetivas, que evitem a hesitação em vacinar, possibilitando melhorar a cobertura vacinal e a proteção da população", disse a orientadora.

O estudo também pode subsidiar novas pesquisas e promover discussões sobre o processo saúde-doença em populações vulneráveis, como a ribeirinha, nas áreas de assistência, gestão, ensino e pesquisa em saúde.

Autores da pesquisa durante a defesa do TCC

Responsabilidade - Para os alunos Evelyn Rafaela de Almeida dos Santos e Ricardo Luiz Saldanha da Silva, as mães ribeirinhas demonstram um forte senso de responsabilidade quando o assunto é a vacinação dos filhos. A maioria delas, 53,3%, têm entre 20 e 27 anos, mesmo percentual daquelas que concluíram o Ensino Médio. Além disso, 43,3% se dedicam exclusivamente à organização do ambiente doméstico. Os dados revelam o perfil sociodemográfico das entrevistadas, e também a consciência que elas têm sobre a importância da imunização. 

Ouvir e discutir os saberes maternos sobre o tema permite aos profissionais de saúde apreender e repensar estratégias, a fim de que se beneficiem com as possibilidades de reduzir os agravos imunopreveníveis, ressaltou Evelyn Santos. “O estudo observou os saberes de mães ribeirinhas sobre a vacinação infantil, sua influência na decisão de vacinar os filhos e a compreensão da realidade desta prática no cotidiano ribeirinho. Compreender essas percepções é essencial para que profissionais de saúde, especialmente da Enfermagem, possam repensar estratégias de atuação, com foco em ações educativas mais sensíveis e acessíveis”, acrescentou.

O estudo também reforça o papel da Enfermagem como agente transformador na Atenção Básica e na promoção da saúde em comunidades vulneráveis, ampliando o diálogo e fortalecendo o cuidado integral, avaliou Ricardo Saldanha da Silva.

A graduação de Enfermagem é oferecida em 13 municípios pela Uepa e pelo Programa Forma Pará, com professores mestres e doutores. Ano passado, o curso da Escola de Enfermagem Magalhães Barata (EEMB), em Belém, base para a criação da Uepa, completou 80 anos. O curso também conta com Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, em nível de mestrado e doutorado acadêmico (stricto sensu), vinculado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), e desenvolvido em associação com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

E-book - A coordenação do curso de Enfermagem da Uepa está selecionando artigos para uma publicação digital. Alunos, servidores técnico-administrativos e docentes vinculados ao curso podem submeter textos. Os trabalhos devem ser inéditos, em formato de artigo científico, e integrarão um e-book, que será publicado pela Editora da Uepa (Eduepa). O resultado sairá no próximo dia 23 de junho.

O cronograma completo e demais informações da seleção estão disponíveis no edital, acessível por meio do link.
 
Programação - A Semana de Enfermagem da EEMB vai ocorrer nos dias 13 e 14 de maio (terça e quarta-feira), no Campus IV, com palestras, exposições tecnológicas, certificação para acadêmicos e sorteio de brindes. O evento destaca a integração entre tecnologia e a profissão de enfermeiro, celebrando o Dia da Enfermagem.

Mais informações clique aqui.

O Centro Acadêmico de Enfermagem (Caenf) também está com inscrições on-line abertas para uma programação de oficinas, que incluem primeiros socorros, suturas, injetáveis e coleta para o exame PCCU (preventivo do câncer do colo uterino). A Escola de Enfermagem Magalhães Barata (EEMB - Campus IV), fica na Avenida José Bonifácio, nº 1289, em Belém. 

Outra programação especial é a 86ª Semana Brasileira de Enfermagem (SBEN/PA), com o tema "Saúde Planetária: Desafios e a Atuação Crítica da Enfermagem", nos dias 13 e 14 de maio, que no auditório da Ueafto (Unidade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), no Campus II/CCBS, no bairro do Marco, em Belém. Programação no link.