PC prende 6 suspeitos de extorsão com 'taxa do crime' para empresários em Barcarena
Polícia Civil apreendeu drogas, munições, celulares e dinheiro em espécie, e suspeitos devem responder por associação criminosa e tráfico de drogas
Cinco homens e uma mulher foram presos pela Polícia Civil do Pará durante a Operação “Parasita do Conde”, na manhã desta sexta-feira (9) em Vila do Conde, localizada no município de Barcarena. A ação cumpriu três mandados de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de extorquir empresários do município cobrando a chamada “taxa do crime”.
“Os suspeitos atuavam ameaçando de força intensa comerciantes e empresários da cidade e, caso não houvesse o pagamento dos valores cobrados por eles, as vítimas eram ameaçadas com armas de fogo e assaltos organizados pelos próprios suspeitos. Os valores cobrados variam entre R$ 200,00 e R$ 500,00 mensais”, informou o delegado Mhoab Khayan, titular da Superintendência Regional do Baixo Tocantins.
A Polícia Civil informa que a operação foi resultado de um minucioso trabalho investigativo realizado pelos policiais civis da Delegacia de Vila dos Cabanos, após o registro de diversos boletins de ocorrência feitos pelas vítimas. As pessoas relataram que as extorsões eram praticadas por membros de uma facção criminosa.
Conforme as investigações, o grupo cobrava dinheiro, de forma sistemática, para a "caixinha". Um empresário da região negou pagar os valores cobrados e teve um prejuízo de cerca de R$ 12 mil, no estabelecimento comercial dele. Produtos foram subtraídos da loja durante um assalto ordenado pelos suspeitos.
De acordo com a PC, com suspeitos foram encontrados e apreendidos vários invólucros de cocaína, de óxi e de maconha, bem como tabletes de maconha e pedras de cocaína. Um preso também portava invólucros de cocaína, maconha, um tablete da mesma substância e munições de calibres pontos 40 e 38.
“Por esta razão, todos os presos também foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico, sendo que um deles também recebeu voz de prisão em flagrante por posse de munições. As diligências foram realizadas simultaneamente em 12 endereços diferentes, incluindo as residências dos principais suspeitos e pontos utilizados para o tráfico de drogas. Celulares contendo mensagens com ameaças e registros das extorsões também foram apreendidos, bem como a quantia de R$ 1.320,00, possivelmente proveniente do tráfico de drogas e das extorsões”, detalhou o superintendente.
Cerca de 50 policiais participaram da ação coordenada pela Delegacia de Vila dos Cabanos, com o apoio operacional de agentes das Delegacias de Acará, de Abaetetuba, de Igarapé-Miri e de Barcarena. Também atuaram a Delegacia de Homicídios de Abaetetuba e o Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Abaetetuba.
“A integração das unidades que compõem a Superintendência Regional do Baixo Tocantins é de fundamental importância para o combate a qualquer ato criminoso que venha a acontecer na região. A prisão desses suspeitos é a resposta eficaz que a PCPA dá aos comerciantes, empresários e para a população em geral. Nós vamos continuar com o combate preventivo e repressivo para dar a tranquilidade que a população precisa”, ressaltou o delegado Hennison Jacob, Diretoria de Polícia do Interior (DPI).
Operação Parasita do Conde - O nome da operação faz referência à prática de extorsão exercida pela organização criminosa, que cobrava recursos das empresas locais para financiar outras atividades ilícitas, atuando como um verdadeiro parasita social.
As investigações também apontaram outros suspeitos envolvidos no esquema criminoso, responsáveis por repassar informações sobre os estabelecimentos comerciais para a facção criminosa e por tráfico na região.
O material apreendido será encaminhado para perícia e os presos permanecerão à disposição da Justiça. A Polícia Civil enfatiza a importância de denúncias por parte das vítimas para combater eficazmente esse tipo de crime. Qualquer informação pode ser feita de forma anônima e gratuita através do Disque-Denúncia, no número 181. O sigilo é garantido.