Dia Internacional da Talassemia destaca importância do tratamento pelo Hemopa
Instituição acompanha mais de 200 pessoas com a doença, que depende da doação regular de sangue

Celebrado em 8 de maio, o Dia Internacional da Talassemia chama atenção para os desafios enfrentados por pessoas que convivem com essa doença genética do sangue. No Pará, a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) é referência no diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos casos, garantindo qualidade de vida a pacientes que, em muitos casos, dependem de transfusões regulares de sangue para sobreviver.
A talassemia é uma condição hereditária que afeta a produção de hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. A médica hematologista e coordenadora do ambulatorio, Saide Maria Sarmento Trindade, acompanha atualmente 213 pacientes, entre os tipos beta maior, beta intermediária e beta menor.
“A forma mais grave, chamada talassemia beta maior, exige transfusões mensais de concentrado de hemácias. Já a talassemia intermediária tem menor necessidade transfusional, e a beta menor permite vida normal”, explica a médica.
O tratamento exige um acompanhamento especializado e constante. Além das transfusões, os pacientes recebem medicamentos quelantes de ferro, que ajudam a controlar o acúmulo do mineral no organismo — efeito comum após transfusões frequentes. A única forma de cura conhecida para a talassemia beta maior, até o momento, é o transplante de medula óssea com doador aparentado. “Há pesquisas promissoras em curso, que buscam reduzir a dependência de transfusões no futuro”, completa a especialista.
Para garantir o atendimento a esses pacientes, a doação regular de sangue é fundamental. “A transfusão mantém essas pessoas com capacidade de estudar, trabalhar, conviver socialmente. Sem isso, a qualidade de vida cai drasticamente”, reforça Saide Trindade.

História de vida e resistência - Keliane de Souza Marques Carneiro é mãe de Kelvy Lourant, de 13 anos, que há quase 12 anos é atendido pelo Hemopa. Por causa da necessidade de cuidados intensivos, ela precisou deixar o trabalho e se dedicar exclusivamente ao filho. “Sou eu quem o acompanha em todas as etapas do tratamento. Costumo dizer que, primeiro vem Deus na vida dele, e depois o Hemopa”, afirma.
Para a mãe, a instituição é mais do que um centro de atendimento. “Já faz quase 12 anos que ele é acompanhado pelo Hemopa, é como a minha segunda casa. É aqui que ele faz as transfusões e a equipe, de onde moramos, vem doar sangue para ele. Não é fácil, mas eu abraço essa causa com todo o coração”, emociona-se.
Como ajudar - A Fundação Hemopa reforça o apelo à população para que se torne doadora regular de sangue. Para doar, é necessário estar em boas condições de saúde, pesar mais de 50 kg e ter entre 16 e 69 anos. Menores de idade precisam estar acompanhados de responsável legal.