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EDUCAÇÃO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
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Mangal das Garças realiza intercâmbio de corujas murucututu em parceria com a UFPA

A ação teve como objetivo contribuir tanto para a conservação da fauna quanto para projetos de educação ambiental e reabilitação de animais silvestres

Por Fernanda Scaramuzini (Pará 2000)
28/04/2025 16h29

O Parque Zoobotâncio Mangal das Garças, em Belém, promoveu um intercâmbio especial entre corujas da espécie murucututu (Pulsatrix perspicillata), em parceria com o Hospital Veterinário da Universidade Federal do Pará (HV-UFPA). A ação teve como objetivo contribuir tanto para a conservação da fauna quanto para projetos de educação ambiental e reabilitação de animais silvestres.

O Mangal recebeu da instituição uma coruja da espécie murucututu batizada de ‘Iara’, que sofreu a amputação de uma das asas em decorrência de um acidente com descarga elétrica. Devido à gravidade da lesão e a perda funcional, sua reintegração ao ambiente natural tornou-se inviável. Agora, sob os cuidados do parque, Iara assume um novo papel: contribuir com os programas de educação ambiental, sensibilizando o público sobre os impactos das atividades humanas na fauna silvestre e a importância da conservação das espécies amazônicas. 

Como parte do intercambio, o Parque encaminhou ao HV-UFPA a corujinha ‘Tapioca’, também da espécie murucututu, que foi assim batizada pela público, por meio de votação nas redes sociais. Ela foi abandonada nas dependências do Mangal em outubro de 2024 e, desde então, era acompanhada por profissionais. Por apresentar plenas condições físicas e comportamentais, Tapioca será submetida a um processo de reabilitação com treinamento de caça e outras habilidades fundamentais para retorno ao habitat natural.

“A Tapioca foi acolhida e passou pela avaliação clínica inicial feita pela nossa equipe. Ela está sendo submetida a exames complementares de triagem, para que possamos conhecer melhor seu quadro de saúde. Em seguida, ela iniciará as etapas de reabilitação, sempre acompanhada de perto pelos nossos médicos veterinários e biólogos. Estamos empenhados em oferecer o melhor cuidado para que, futuramente, ela tenha a oportunidade de retornar à natureza,” declara Cinthia Távora, técnica veterinária do Setor de Animais Silvestres do HV/UFPA.

Além da Iara, o Parque possui outras três corujas da espécie murucututu que podem ser vistas durante o funcionamento Mangal, em um recinto feito especialmente feito para elas, o qual fica localizado dentro da Reserva José Márcio Ayres (borboletário). 

Segundo o médico veterinário do Mangal das Garças, Camilo González, essa ação é essencial para o equilíbrio entre conservação e educação ambiental. “A Iara agora tem um papel fundamental na conscientização da população. Mesmo não podendo mais viver na natureza, ela contribui para que mais pessoas entendam a importância de proteger esses animais. Já a Tapioca é um exemplo de recuperação. Com o treinamento adequado, ela terá a chance de voltar ao seu ambiente natural, o que é sempre o nosso objetivo principal”, explicou.

A coruja murucututu - A murucututu é uma das maiores espécies de coruja da América do Sul, conhecida por seu olhar penetrante e canto grave. Com hábitos noturnos, alimenta-se principalmente de pequenos mamíferos e aves pequenas. Discreta e silenciosa, exerce um papel importante no controle de populações de roedores e insetos, sendo uma grande aliada dos ecossistemas em que vive.

O intercâmbio, que foi realizado no último dia 25, reforça o compromisso do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo e Organização Social Pará 2000, que administra o Parque, em realizar ações de fomento e conservação da biodiversidade amazônica e o bem-estar dos animais silvestres. 

Texto: Beatriz Santos/Ascom OS Pará 2000