Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica utiliza DNA para esclarecer crimes
Nesta sexta-feira (25) se celebra a descoberta da estrutura tridimensional que revolucionou a genética e a biologia, e é a base para estudos em várias áreas

Nesta sexta-feira (25), Dia Mundial do DNA, a Polícia Científica do Pará (PCEPA) destaca a valiosa contribuição que a descoberta do DNA empreende para a produção de laudos que auxiliam na resolução de casos criminais. O Laboratório de Genética Forense da PCEPA é certificado, premiado e diariamente processa amostras de DNA.
"O DNA é o nosso material genético e ele serve como se fosse a nossa identidade. No nosso material genético nós temos marcações como se fossem as impressões digitais, então ele passou a servir como uma maneira de nos identificar. Com exceção dos gêmeos, cada indivíduo é único", explica a perita criminal e gerente do Laboratório de Genética Forense da PCEPA, Elzemar Rodrigues.
A perita ressalta ainda que a análise da molécula de DNA auxilia a Polícia Científica na identificação de autores de crimes violentos, com destaque para crimes sexuais, paternidade criminais em casos de estupro e incesto.
Também auxilia na identificação de maternidade criminal, em casos de suspeita de infanticídio e sequestro, na identificação de corpos sem documentos de identificação ou familiares reclamantes, em casos onde o corpo está carbonizado e também a alimentar o banco de dados de perfis genéticos, com o perfil de condenados de crimes hediondos e graves contra a pessoa.
"Ele é um exame comparativo, assim como as impressões digitais, a gente precisa de outro DNA para comparar. Então a gente analisa e diz se o DNA que aparece no crime é da pessoa ou não", compartilha.
Laboratório de DNA da Polícia Científica tem 17 anos de serviços à Justiça Social
O Laboratório de DNA da PCEPA foi criado em 2008 e nestes 17 anos vem se destacando pelo trabalho desenvolvido com eficiência e seriedade na busca diária pela justiça.

"Para o Laboratório começar a funcionar, ele passou por um rigoroso processo de avaliação. Tínhamos que conseguir atender requisitos. A estrutura tinha que seguir um padrão internacional de como ficam dispostas as salas, para que não ocorressem contaminações, a qualificação dos profissionais, os peritos precisavam ter emitido já um número mínimo de laudos. E a partir daí, com a avaliação feita pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que certificou que o Estado, tivemos condições de ter o laboratório, e ele foi criado", conta a gerente do Laboratório de Genética Forense da PCEPA, Elzemar Rodrigues.
Depois de criado e em funcionamento, o laboratório precisa passar anualmente por testes de proficiência, que garantem a qualidade do serviço ofertado.
"São mandadas amostras forenses aleatórias para o laboratório, que a gente não sabe o que são e temos que processar essas amostras, encaminhar os resultados e os resultados tem que ser idênticos ao exercício. Em todos esses anos a gente tem conseguido com êxito cumprir todas as amostras que eles têm encaminhado", fala orgulhosa.
Banco Nacional de Perfis Genéticos - Instituído pelo Decreto 7.950/2013, o BNPG foi criado para ajudar na identificação de pessoas desaparecidas e nas investigações de crimes, entre eles, os sexuais. Com a implementação desse sistema de integração, os laboratórios de genética forense do país foram estruturados e interligados. O Laboratório da Polícia Científica do Pará faz parte da rede e é reconhecido dentro do programa.
"Em 2010, a gente recebeu o Banco de Perfis Genéticos e logo nos primeiros anos a gente ficou como o quarto Estado que mais inseriu perfis. E, com isso, a PCEPA ganhou alguns privilégios e recebemos alguns equipamentos em função disso. Durante dois anos consecutivos a gente conseguiu também o terceiro lugar na inserção de perfis de condenados", comemora.
O objetivo da inserção de perfis de custodiados é enviar informações ao Banco Nacional de Perfis Genéticos, para que possa ser feita a comparação do DNA deste grupo com os vestígios genéticos encontrados em cenas de crimes, na busca de provas materiais que podem contribuir para elucidação de crimes. As amostras de DNA são coletadas por meio da swab (material absorvente preso a uma haste), passado na boca para extração da saliva. Após o trabalho técnico minucioso feito pelos auxiliares de perícias e por peritos criminais, os dados são inseridos no BNPG.