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SEMANA DA DANÇA

Casa das Artes celebra Dia Internacional da Dança com programação de formação artística

Atividades, de 25 a 29 de abril, no Teatro Experimental Waldemar Henrique e na Casa das Artes, vão ter a dança como linguagem artística e campo de pesquisa

Por Aycha Nunes (FCP)
23/04/2025 12h47

A Fundação Cultural do Pará realiza, entre os dias 25 e 29 de abril, uma programação especial em alusão ao Dia Internacional da Dança, comemorado no dia 29. Com atividades no Teatro Experimental Waldemar Henrique (TEWH) e na Casa das Artes, o evento reúne artistas-pesquisadores, professores, companhias e coletivos em encontros para o compartilhamento de processos criativos, formações técnicas e intercâmbios entre linguagens e de gerações. 

A programação inicia na sexta-feira (25), às 18h, no TEWH com a palestra Habitante-Criador, da artista-pesquisadora Mayrla Andrade, dentro do projeto Ciclo de Desmontagem Solo. Doutora em Educação e mestra em Artes, a artista compartilha experiências de criação e experimentação corporal que atravessam sua trajetória acadêmica e artística. “É um presente comemorar o Dia Internacional da Dança no palco de um teatro por meio de um encontro dançante, que convoca o contato com o outro que também ama esta arte, para partilharmos saberes e fazeres da dança paraense, apresentando atos de criação que revelam trajetos criativos, modos de composição em dança e própria história de vida de artistas-pesquisadores locais”, afirma.

No sábado (26), às 17h, o Ciclo de Desmontagem retorna com a apresentação do solo “Herondina”, da artista Darciana Martins. Com formação técnica em Dança pela UFPA e atuação na cena paraense desde 2008, Darciana compartilha o percurso do trabalho, que emerge da escuta de memórias e experiências periféricas. A artista acredita que a programação promovida pela Casa das Artes destaca a importância da dança como expressão artística e cultural, especialmente ao valorizar artistas independentes e espetáculos que celebram corpos pretos, promovendo representatividade, empoderamento e diversidade cultural.

“Ao trazer narrativas afro-brasileiras e africanas para o centro da cena, a iniciativa desafia estereótipos, enriquece o panorama artístico e fortalece a resistência de artistas independentes em Belém. Além de contribuir para a conscientização social, educação e inclusão, reforçando o compromisso com a equidade e a valorização de todas as formas de expressão artística”, explica.

No mesmo dia, a partir das 18h30, também no TEWH, o projeto Texturas Contemporâneas apresenta uma palestra com demonstração do processo de criação do espetáculo Fala, da Cia Moderno de Dança. O grupo atua como coletivo de artistas-pesquisadores/as de diferentes áreas, o que influencia diretamente suas práticas.

“A Casa das Artes é uma instituição referência na promoção e fomento das linguagens artísticas no nosso Estado, e o dia internacional da dança é uma data para celebrarmos e sublinharmos ainda mais a relevância desta linguagem como parte essencial da vida humana. Nesse sentido, acredito ser de fundamental importância a Casa das Artes promover uma programação voltada para a comemoração deste dia, porque possibilita visibilidade deste fazer ao público em geral e, sobretudo, destaca a dança como uma área de conhecimento potente para a expressão humana em todos os sentidos”, detalha Luiza Monteiro, integrante da da Cia Moderno de Dança.

Ainda no sábado, a partir das 20:30, o Coletivo Croa apresenta uma palestra sobre o processo de criação da dramaturgia do espetáculo Corpos de Tambor, também dentro do projeto Texturas Contemporâneas. O trabalho, que articula dança, teatro e cultura popular, é conduzido por artistas de Ananindeua que atuam em múltiplas frentes. Para Renan Rosário, integrante do Coletivo, a FCP segue sendo uma importante mantenedora da cultura em vários âmbitos, onde artistas de diversas linguagens passaram a desenvolver melhor seus processos através de iniciativas como os editais de incentivo à criação e pesquisa, por exemplo.

“Na área das artes cênicas, destaco o projeto Ciclo de Desmontagem como uma das mais recentes iniciativas que destacam os trabalhos de artistas independentes, possibilitando demonstrar, refletir e partilhar com o público um pouco das poéticas criativas que movem artistas amazônicos dentro do território. Deste modo, a possibilidade de partilhar com o público os processos criativos na área da dança, é sim uma forma de fomentar a construção poética autoral dos artistas paraenses. Por fim, destaco a importância deste tipo de iniciativa, para a manutenção do cenário artístico no Pará, sobretudo, dos artistas da dança que produzem suas obras para uma cena cultural que é predominantemente ligada à festivais de dança em formato competitivo, sendo assim, o fomento à criação, pesquisa e difusão da dança de forma não competitiva é um ganho para o cenário da cultura paraense.

No Domingo (27), às 19h, o público poderá assistir ao espetáculo “Nas mãos do Santo Preto”, resultado da parceria entre os cursos técnicos da Escola de Teatro e Dança da UFPA e a Escola de Música da UFPA. A obra é coreografada por Carlos Dergan e Gabrielly Albuquerque, e envolve intérpretes de diferentes formações. A proposta valoriza a diversidade de corpos e trajetórias, com um olhar para as expressões afro-brasileiras.

Nos dias 28 e 29, segunda e terça-feira, das 9h às 17h, a programação se encerra com um workshop na Casa das Artes, em parceria com o projeto “Memórias da Dança da ETDUFPA”, coordenado por Carlos Dergan. Serão oferecidas aulas práticas com foco em diferentes técnicas: pas de deux, dança contemporânea, jazz e dança moderna, com professoras e professores convidados. A atividade é voltada a estudantes, profissionais e interessados em aprofundar sua prática técnica.

O professor e bailarino Carlos Dergan explica que a promoção do Dia Internacional da Dança pela Fundação Cultural do Pará reverbera de forma positiva na cena artística local, não apenas por fortalecer a formação e a difusão da linguagem da dança na Amazônia, mas também por manter viva a memória de Jean-Georges Noverre, considerado o criador do balé moderno. “Ao homenagear esse legado histórico, a Fundação reafirma o papel da dança enquanto linguagem, transformação social e preservação da identidade cultural, conectando o presente com os grandes nomes que moldaram a história da arte no mundo”, conclui.

Danilo Bracchi, coordenador de linguagem cênica e musical da FCP, explica que esse é o terceiro ano consecutivo da comemoração do Dia Internacional da Dança na Casa das Artes. “Dessa vez, faremos uma ação integrada entre Casa das Artes e Teatro Experimental Waldemar Henrique. Quinta e sexta-feira convidamos artistas, professores e pesquisadores para falar sobre seus trabalhos em dança, dramaturgia, processo de criação e estética na dança. No sábado, vamos apresentar um espetáculo convidado - “Nas mãos do Santo Preto” - e na segunda e na terça, teremos workshops pela manhã e pela tarde.

A realização da Semana da Dança reforça o compromisso da FCP com a promoção das artes no estado, por meio de iniciativas que valorizam a formação, a pesquisa e a difusão de produções culturais paraenses. Ao reunir artistas de diversas regiões e trajetórias, a FCP reafirma seu papel como agente articulador da cena cultural no Pará.

Texto de Helena Saria / Ascom FCP