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AGRICULTURA E PESCA

Feira do pescado oferta produtos sustentáveis oriundos das Reservas Extrativistas do nordeste do Pará 

No primeiro dia da programação, o caranguejo vivo e as ostras estiveram entre os produtos mais procurados. Representantes do Instituto Mamirauá acompanham a dinâmica da feira e como ocorre a participação dos representantes das áreas de conservação.

Por Rose Barbosa (SEDAP)
16/04/2025 18h39
O caranguejo vivo do nordeste do Pará está entre os mais apreciados da feira

Um dos atrativos da Feira do Pescado deste ano é a oferta de caranguejos oriundos dos mangues existentes nas Reservas Extrativistas ( Resex) localizadas no nordeste do Pará. Para garantir o maior acesso possível ao produto, estão sendo ofertadas em média 1.500 unidades do produto em cada um dos dois pontos onde está sendo disponibilizado o crustáceo vivo.

O consumidor José Brício levou para casa o caranguejo oriundo dos manguezais de Augusto Corrêa e elogiou a forma como é produzido

A oferta do caranguejo in natura ocorre em dois pontos da feira: na Aldeia Amazônica e no Centur. No primeiro dia da feira, a procura pelo produto foi intensa. 

Um dos consumidores a levar o caranguejo para casa foi o morador do bairro do Umarizal, José Brício Júnior. Ele se adiantou e visitou o posto do Centur logo no início da manhã, garantindo a aquisição do produto.

“Eu sou fã de caranguejo, gosto desse produto e fiz questão de vir aqui adquirir, soubemos pelos meios de divulgação da feira sobre a origem desse caranguejo, da forma como é produzido e achamos ótimo comprar um produto assim. Nossa região é muito rica em pescado e Graças a Deus que está sendo oportunizado isso à população”, disse.

Do outro lado do estande de venda, o produtor José Roberto Silva, responsável pela venda do caranguejo e há mais de 10 anos participa da programação promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), disse que os 1.500 caranguejos transportados direto de Augusto Corrêa – no nordeste do Pará – até o Centur, são oriundos da Reserva Extrativista Araí-Peroba. 

O caranguejo vendido por ele, segundo informou, é de 5  a 6 carapaça (o casco do crustáceo), considerado de médio à grande. 

Salomão Guimarães, coordenador de pesca da Sedap, explica a importância da oferta dos produtos oriundos das Resex

“Nós fazemos o transporte de forma sustentável que diminui consideravelmente   a mortalidade do animal. Isso agrega valor à qualidade do produto que é produzido de maneira sustentável”, ressalta o produtor. 

O coordenador de pesca da Sedap, Salomão Guimarães, informou que no total, além dos 1.500 caranguejos oriundos das Resex ofertados no Centur, a Feira do Pescado disponibiliza mil unidades na Aldeia Amazônica vindos de São João da Ponta e 800 na feira instalada no município de Castanhal. 

Também está sendo feita a oferta de ostras vindas de áreas de preservação. “Estão sendo ofertadas mil unidades no Centur que são oriundas de Curuçá, 800 na sede da Seduc (Secretaria de Estado de Educação) e mais 800 na Aldeia Amazônica direto de  São Caetano de Odivelas; Em Castanhal, nós temos a ostra e o caranguejo de Curuçá”, anunciou.

Tambaqui e tilápia são frutos da aquicultura familiar

Mamirauá - Os pontos da Feira do Pescado que ofertam produtos das Reservas Extrativistas estão recebendo a visita da equipe do Instituto de Desenvolv ento Sustentável  Mamirauá, localizado na cidade de Tefé, no Amazonas. Segundo informou Guimarães, a Sedap e o instituto estão em vias de assinar um acordo de cooperação técnica para as ações em conjunto, voltadas às Resex, no litoral paraense.

“São 16 municípios e 14 Resex onde a Sedap em conjunto com o Mamirauá dará apoio principalmente na questão do transporte sustentável do caranguejo e capacitação dos moradores das Resex no manejo do caranguejo: desde a extração do transporte até a venda”, detalhou.

 Dentro do projeto existe a realização de 48 feiras  durante o período de quatro anos. Os representantes do instituto estão conhecendo o funcionamento da feira em Belém, segundo informou o coordenador. 

“Para ter uma ideia e fortalecer esse intercâmbio e assim possamos desenvolver essas feiras, que terão produtos oriundos das Resex”, disse.

Abílio Ohana, do Instituto Mamirauá, acompanha a feira do pescado, em especial, o trabalho dos representantes das Resex

O gerente do projeto Entre Águas Amazônicas, do Instituto Mamirauá (desenvolvido em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e a Organização das Nações Unidas para Alimentação - FAO), Abílio Ohana, que se encontra em Belém para acompanhar a Feira do Pescado, em especial a atuação   dos produtores das Resex, disse que o projeto visa fortalecer as organizações comunitárias de base nas 14  Reservas Extrativistas da costa do salgado paraense.

“Nós estamos na Feira do Pescado organizada pela Sedap para entender se há Reservas Extrativistas vendendo os produtos na feira, entender de onde elas vêm e como elas estão realizando essa venda na feira, com o propósito de entender cada vez mais a dinâmica entre Reservas Extrativistas, territórios e organizações comunitárias de base e as feiras organizadas pelo Governo do Estado, que será onde o Instituto Mamirauá irá se inserir para potencializar esse ambiente de venda, de escoamento da produção do território direto para a mesa do consumidor”, explicou Ohana. 

Cultivo- Outro exemplo da preservação dos recursos naturais durante a feira é a oferta de peixe produzido pela aquicultura familiar. A tilápia, que é um dos peixes de cultivo, está sendo ofertada em todos os pontos da feira em Belém e em Ananindeua.  Outra espécie também requisitada é o tambaqui, que depois de 10 anos, voltou a ser ofertado na programação e chamou bastante atenção do público, não só pelo tamanho, como também por ser vendido direto do tanque exposto no Centur para a mesa do consumidor.

Serviço: A Feira do Pescado ocorre até a quinta-feira (17), das 08h às 14h. Todos os pontos de venda e a tabela com os tipos de pescado e respectivos preços podem ser conferidos no site www.sedap.pa.gov.br