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INVESTIMENTO EM SAÚDE

Ophir Loyola possui o maior Centro de Radioterapia da região Norte

Serviço triplica a capacidade de atendimento com novos equipamentos de precisão, oferecendo tratamentos mais eficazes e personalizados

Por Leila Cruz (HOL)
04/04/2025 08h00

Em março deste ano, o Centro de Radioterapia do Hospital Ophir Loyola (HOL) recebeu a licença de operação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Com a entrega do prédio modernizado e equipado pelo Governo do Estado em setembro do ano passado, a instituição de saúde pública passou a oferecer técnicas de radioterapia de última geração, consolidando-se como o maior centro de radioterapia da região Norte e figurando entre os 20 maiores da América Latina.

O HOL é o 4º a instalar o tomossimulador Go.Sim – Siemens para tomografias de planejamento com inteligência artificial e o único no País com dois modelos de aceleradores lineares de partículas Halcyon™ – Varian. Os equipamentos realizam todos os tratamentos de teleterapia: convencional 3D, radioterapia com intensidade modulada (IMRT), radioterapia guiada por imagem (IGRT), Rápido Arc (VMAT) e radiocirurgia intra e extracraniana. A instituição também dispõe de uma equipe multidisciplinar formada por radioterapeutas, físicos médicos, técnicos de radioterapia e enfermeiros.

Para o diretor-geral Heraldo Pedreira, as inovações tecnológicas marcam um salto significativo na Rede de Atenção à Saúde dos Serviços de Alta Complexidade em Oncologia no Pará. “Os equipamentos de última geração nos permitiram aprimorar a precisão terapêutica e proporcionar tratamentos mais eficazes e personalizados. O Hospital avançou na capacidade de oferecer cuidados de saúde de excelência, garantindo celeridade e eficiência na assistência dos pacientes, com os mais elevados padrões de qualidade e regulamentação”, destacou o gestor.

Em tratamento contra um câncer de faringe, o motorista Geraldo Santana, 63 anos, já havia realizado cinco das 33 sessões. “Quando cheguei ao hospital, sangrava pelo nariz e estava com 70% da audição comprometida.  Mas esse quadro mudou logo após a primeira quimio. Agora também faço radioterapia, sinto segurança e rapidez no meu atendimento, é muito satisfatório”, afirmou.

Atualmente, o serviço conta com três aceleradores lineares, uma braquiterapia e um tomossimulador, o que triplicou a capacidade de atendimento diário. Com a aquisição dos novos aceleradores lineares e do retorno do funcionamento da braquiterapia (atendimento antes realizado de forma terceirizada), a capacidade aumentou de 80 para 230 atendimentos diários”, informou o radioterapeuta e coordenador do Serviço, Dionísio Bentes.

“Os novos equipamentos são mais ágeis e reduzem a exposição à radiação, portanto garantem uma melhor resposta e menos efeitos colaterais, com mais precisão e segurança nas aplicações dos feixes de radiação. Isso ocorre porque conseguimos modular a intensidade da radiação durante o planejamento. O físico-médico delimita a área onde o tumor está localizado, bem como os órgãos e tecidos saudáveis adjacentes que serão protegidos. As sessões duram, em média, apenas 10 minutos”, afirmou Bentes.

Em pelo menos uma etapa do planejamento terapêutico, 70% dos casos de câncer necessitam de radioterapia. A intervenção terapêutica atinge a área afetada pela doença com feixes de radiação que destroem ou impedem o crescimento das células cancerosas e busca danificar o mínimo possível as células saudáveis. Na ocasião, os raios-x do acelerador linear são direcionados ao tumor e causam um dano no DNA da célula maligna, evitando o máximo possível o tecido sadio que está próximo da área a ser tratada.

“A radioterapia pode ser utilizada de forma combinada, como, por exemplo, associada à cirurgia, à quimioterapia ou a ambas, com o objetivo de cura. Também pode ser aplicada isoladamente em cuidados paliativos, visando o controle da dor, o controle de sangramentos e a melhoria da qualidade de vida. Tumores iniciais de câncer de colo de útero, próstata, cabeça e pescoço são exemplos clássicos em que a radioterapia exclusiva pode proporcionar cura aos pacientes”, explicou Dionísio Bentes.

A marabaense Elenilde Sousa,de 39 anos, faz quimioterapia associada à radioterapia para tratar um câncer no colo do útero. “Sempre estive atenta aos meus exames, por isso consegui identificar a doença na fase inicial, sei que isso e os equipamentos disponíveis fazem a diferença no meu processo de cura. Então tenho esperança de sair vitoriosa, porque confio nos meus médicos e na tecnologia”, disse.

Fluxo de atendimento - Após serem encaminhados por um oncologista do HOL, os usuários são submetidos à avaliação com radioterapeuta para a realização de uma análise prévia da área a ser tratada. Em seguida, o físico-médico utiliza o tomossimulador para realizar o planejamento da quantidade exata de radiação e números de aplicações, delimitação dos órgãos de risco para evitar a toxicidade.

“Em média são aplicadas 25 a 35 sessões diárias fracionadas em cada paciente. As doses são calculadas juntamente com o tempo de aplicação, conforme o tipo e tamanho do tumor, para que as células normais consigam reparar o dano causado pela radiação”, esclareceu o físico-médico Francisco Sampaio.

O radioterapeuta decide questões fundamentais a respeito da execução desta terapia, como posicionamento adotado pelo paciente, o uso de acessórios para imobilização, volume a ser tratado, tecidos normais a serem protegidos. Somente então é programada a incidência dos campos e determinado o tipo de radiação a ser empregada, dose total, número de frações e fases do tratamento.

“Os dados gerados na simulação permitem o cálculo exato e seguro das doses nos pontos de interesse. Todo o tratamento de radioterapia é personalizado conforme as necessidades clínicas de cada paciente”, destacou o físico-médico.

Serviço: O Hospital atende a demanda referenciada dos 144 municípios paraenses e Estados vizinhos como Amapá e Maranhão. Para ser assistido pelo Centro de Alta Complexidade em Oncologia, os usuários são encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde e Secretarias Municipais de Saúde.