Hospital Galileu alerta para consequências de traumas causados por acidentes de trânsito
Mais de 70% dos pacientes atendidos no Galileu, referência do Governo do Pará em traumas ortopédicos, são de vítimas de acidentes viários
Incapacidade permanente e temporária, traumatismos, depressão, perdas financeiras e, sobretudo, óbitos. Essas são algumas das consequências mais críticas de acidentes de trânsito, cenário que vem se tornando caso de saúde pública. Dados do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) revelam que o custo anual para o sistema público de saúde é de R$ 52 bilhões.

No Pará, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém, é referência em traumas ortopédicos no Estado. Nos últimos 40 meses, a unidade já atendeu na internação 10.106 pessoas, das quais cerca de 70% são vítimas de acidentes de trânsito. Além das hospitalizações, no mesmo período a unidade realizou 241.904 atendimentos em fisioterapia, com a finalidade de reabilitar pessoas com sequelas que, em alguns casos, podem se tornar permanentes.
Agradecimento - Em dezembro de 2024, Rui Hall Ferreira, 27 anos, se envolveu em um acidente de motocicleta. Imediatamente, ele foi levado a um hospital de urgência e emergência, e logo após foi transferido para o HPEG. Diante das incertezas do estado de saúde, sua mãe, Sheila Cristine, enfrentou um período de dificuldades, mas também de fé e esperança.
"Deus nos guiou até o Hospital Galileu, onde ele passou por várias cirurgias e foi bem assistido por uma equipe de profissionais qualificados e dedicados à sua recuperação. Foi um momento muito difícil, pois devido ao trauma ele ficou ansioso e com depressão. Mas Deus e a equipe nos ajudaram muito, os médicos, a enfermagem. Só tenho a agradecer essa assistência", disse a acompanhante do paciente.

Cirurgias - Assim como Rui Ferreira, cerca de 50% das pessoas que sofrem algum acidente de trânsito precisam passar por cirurgias, informa o médico ortopedista Marcus Preti. Nos últimos 40 meses, o HPEG realizou 22.739 cirurgias e procedimentos cirúrgicos.
"A gente pode definir trauma físico como todo o choque entre alguma parte do corpo com um obstáculo. Os acidentes de trânsito que chamam mais atenção são os politraumatizados. Ou seja, são os pacientes que apresentam várias lesões, e uma lesão potencialmente pode levar até a morte. Na ortopedia, a fratura exposta mais comum é nos ossos das pernas", detalha Marcus Preti, coordenador de Ortopedia do HPEG.
Acompanhamento - O especialista também ressalta que a média de internação das vítimas de acidentes de trânsito varia entre 3 e 7 dias, podendo chegar a meses. "Varia se ele for politraumatizado, se bateu a cabeça, se tem trauma no tórax, no abdome", acrescenta o médico.
Para a plena e rápida recuperação dessas vítimas, Marcus Preti destaca, ainda, a necessidade do acompanhamento multiprofissional. "Não podemos abrir mão dos fisioterapeutas, enfermeiros, da terapia ocupacional. São equipes que a gente chama de paramédicos, para a recuperação do paciente pós-operatório", explica o especialista.
Para o tratamento dessas vítimas, o HPEG conta com a equipe completa. Nos últimos 40 meses, foram feitos 8.585 atendimentos em terapia ocupacional; 9.042 em fonoaudiologia e 67.846 em Serviço Social. Os atendimentos na unidade também priorizam os traumas emocionais, com o Serviço de Psicologia Clínica. No período, foram registrados 19.736 atendimentos nessa área.
Excelência - O Estado vem aprimorando os atendimentos em sua rede de saúde, com o objetivo de oferecer recuperação plena aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). Com ênfase na segurança do paciente e melhoria contínua dos processos, o Hospital Galileu, administrado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em 2024 garantiu, mais uma vez, o recertificado ONA nível 3, Acreditado com Excelência. A certificação avaliou os critérios de segurança, gestão integrada dos processos e excelência em administração.
A unidade, localizada na Avenida Mário Covas, n.º 2553, é referência em ortopedia e cirurgias de fraturas, além de procedimentos em fratura diafisária da tíbia, fratura distal do antebraço e mão, e osteomielite crônica e aguda.
O Hospital Galileu mantém 104 leitos de internação e o Serviço de Reconstrução e Alongamento Ósseo, além de realizar cirurgias de traqueia e urológica, como hiperplasia prostática benigna, exclusão renal e triagem com biópsia de próstata.
Texto: Roberta Paraense - Ascom/HPEG