Pesquisadores exploram biodiversidade no Parque Estadual Monte Alegre
O grupo buscou ampliar o conhecimento sobre a diversidade e a composição desses animais, além de investigar insetos vetores, fundamentais para a prevenção de doenças em áreas de conservação
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O Parque Estadual Monte Alegre recebeu, nos últimos dias, uma equipe de especialistas para uma expedição científica direcionada ao estudo da fauna de insetos e aracnídeos. A iniciativa faz parte do projeto "Rede Resiliência", vinculado ao Programa em Biodiversidade da Amazônia Oriental, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O grupo composto por sete entomólogos e um aracnólogo, buscou ampliar o conhecimento sobre a diversidade e a composição desses animais, além de investigar insetos vetores, fundamentais para a prevenção de doenças em áreas de conservação.
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A expedição contou com pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). As coletas ocorreram em diversos ambientes do Parque, incluindo savanas, florestas e cavernas, locais que podem abrigar espécies ainda não descritas pela ciência. A riqueza de habitats na região foi apontada pelos cientistas como um fator essencial para a identificação de novos registros e para o aprofundamento dos estudos sobre a biodiversidade local.
Descobertas - Durante as pesquisas, os cientistas identificaram a presença de dois gêneros de aranhas de importância médica: Latrodectus (viúva-negra) e Loxosceles (aranha-marrom). Diante da descoberta, o aracnólogo Marcos Drago (MPEG/PPGBE) promoveu uma palestra para os servidores do Parque, abordando a identificação dessas espécies e as formas de prevenção de acidentes. A ação buscou capacitar a equipe da Unidade de Conservação (UC) para lidar com esses aracnídeos, reduzindo os riscos de incidentes com visitantes e trabalhadores do local.
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A pesquisadora Dra. Iracenir Andrade dos Santos (PPGRNA/UFOPA), integrante da expedição, destacou que o estudo da fauna de insetos e aracnídeos no Parque é essencial para preencher lacunas sobre a biodiversidade no oeste da Amazônia. Já o pesquisador Rodrigo de Oliveira Brito (PPGBE/MPEG) ressaltou que os dados obtidos contribuirão para a conservação da fauna e para a compreensão das funções ecológicas desempenhadas por esses organismos, fundamentais para a manutenção dos ecossistemas da UC.
O gerente da Região Administrativa da Calha Norte I (GRCNI), Jorge Braga, responsável pela gestão do Parque Estadual Monte Alegre enfatizou que as informações geradas pelo estudo serão utilizadas em iniciativas de educação ambiental. Segundo ele, a pesquisa ajudará a conscientizar os visitantes sobre a importância do Parque para a biodiversidade amazônica e a necessidade de sua preservação.
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Sobre a Pesquisa - O trabalho realizado no Parque Estadual Monte Alegre integra o projeto “Rede Integrada de Análise da Resiliência da Biodiversidade da Amazônia Oriental aos Impactos dos Sistemas de Ocupação e Uso do Solo e das Mudanças Climáticas” – Rede Resiliência. A iniciativa busca compreender como diferentes fatores afetam a biodiversidade da região e desenvolver estratégias para minimizar os impactos ambientais.
Os pesquisadores esperam que os resultados da expedição possam subsidiar novas políticas de conservação e fortalecer ações de proteção ao meio ambiente. Além disso, a descoberta de novas espécies e registros contribuirá para o avanço do conhecimento científico sobre a fauna amazônica, reforçando a importância de estudos contínuos na região.