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SAÚDE E CONSCIENTIZAÇÃO

Santa Casa realiza ação educativa sobre o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada

Procedimento cirúrgico permite a passagem de ar diretamente para os pulmões através de uma abertura na traqueia

Por Etiene Andrade (SANTA CASA)
21/02/2025 15h50
Médica Priscila Penna palestrando

Com o objetivo de promover a conscientização e esclarecimento sobre cuidados necessários com as crianças traqueostomizadas, a Coordenação de Pediatria da Santa Casa realizou, na manhã de hoje (21), pela primeira vez, a comemoração do Dia Nacional da Criança Traqueostomizada. O evento reuniu familiares de crianças que usam o dispositivo, além de profissionais de saúde e acadêmicos.

“Depois que é feita a traqueostomia, muitas crianças ficam sem ter uma orientação adequada. Numa consulta médica os pais absorvem no máximo 30%, 40% daquilo que a gente fala. Trazer uma ação para fomentar os cuidados, um manual, explicando os cuidados que essa criança precisa ter em casa, realmente é o objetivo da campanha, além de chamar atenção para políticas públicas que favoreçam que essa criança seja acompanhada por um serviço e tenha umas consultas adequadas, um tratamento multidisciplinar que ela realmente precisa”, explica a otorrinolaringologista pediátrica Priscila Penna, que atua na Santa Casa.

Em 2024, 44 bebês e crianças atendidos nas UTIs e enfermarias da Santa Casa precisaram fazer traqueostomia, um procedimento cirúrgico que permite a passagem de ar diretamente para os pulmões através de uma abertura na traqueia.

Teatro de fantoches

Além dessas crianças, outros pacientes pediátricos que fizeram o procedimento em anos anteriores também são acompanhadas no hospital sempre que há necessidade de trocas e remoção do dispositivo ou outras demandas, explica o pediatra Sidney Barbosa, que atende a pacientes traqueostomizados na Santa Casa.

“Os pacientes que costumam necessitar da traqueostomia aqui na Santa Casa são crianças com doenças neurológicas graves, com lesões cerebrais, pacientes com síndromes genéticas graves e também pacientes fissurados. A traqueostomia facilita o trabalho multidisciplinar e a posterior retirada da cânula (pequeno tubo) de traqueostomia que é um trabalho árduo, que requer muito a participação da família”, explica o médico.

Pais e mães de crianças como o pequeno Thalles, portador de uma doença rara, que depois de um longo período de internação, no qual precisou ser entubado, recebeu o dispositivo que permitiu que ele pudesse ir para casa como a mãe, Fábia Soares; e também Cecília, filha de Thaís Oleastri, que usou o dispositivo de traqueostomia durante um ano e oito meses e que há um ano e meio retirou o dispositivo e respira normalmente.

Thaís e Cecília

“A traqueostomia foi muito útil pra ela ir pra casa, se não ela estaria até hoje no hospital e a informação é muito importante porque a gente não tem ideia do que está acontecendo ali, é algo totalmente novo, e a gente precisa saber o que vai fazer, como a gente deve agir se a cânula sair da traqueia em casa. A Cecília tirou três vezes dela e por conta da orientação que a gente recebeu, eu soube colocar. Se eu não soubesse, a minha filha não conseguia respirar”, conta Thaís.

Além de uma palestra, dada pela médica Priscila Penna, a programação contou com dinâmicas sobre como higienizar e recolocar a cânula na traquéia da criança, teatro de fantoches e distribuição de brindes, informa a enfermeira Sabrina Almeida que como preceptora de enfermagem, organizou um momento lúdico com acadêmicos dentro da programação.

“O nosso objetivo foi trazer o tema de forma mais didática, mais lúdica e mostrar para essa família que é ela que vai ter esse cuidado com a criança. Que a gente tem essa possibilidade de ir pra casa, mas a gente precisa dar continuidade aos cuidados. Nós focamos hoje muito nesse treinamento dos pais e buscamos motivá-los através de algumas histórias de vitórias de crianças que foram para casa”, conta a enfermeira.

O evento do Dia Nacional da Criança Traqueostomizada foi realizado com a parceria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica e pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, que promovem o evento nacionalmente, e o apoio de acadêmicos de enfermagem da Uniesamaz.