Espaço Acolher da Santa Casa é palco para atividades lúdicas com temáticas amazônicas
A celebração com temática do carnaval envolve servidores e usuários do Espaço Acolher da Fundação Santa Casa do Pará
O Espaço Acolher proporciona acolhimento e acompanhamento psicossocial às vítimas de escalpelamento, além de outros pacientes do interior do Estado, realizou uma programação especial nesta sexta-feira, 21, com reforço da cultura amazônica, no período da semana que antecede o carnaval.
Jacecléia Vieira da Silva, mãe de Anthony Vieira da Silva, é de São Félix do Xingu (sudeste paraense), e seu filho faz tratamento na Santa Casa. Ela relata a felicidade de participar da festa no Espaço Acolher que integrou também a comemoração dos quatro anos de vida do filho. “É gratificante a gente ver a nossa criança sendo amada, porque eu acredito que o Anthony é muito amado aqui pela equipe da Santa Casa. Ele está feliz pela celebração, pela festa com a temática da floresta e todos juntos festejando esse momento. É bom demais vê-lo feliz, eu gostei, é muito gratificante mesmo”.
Denise Mota, professora pedagoga que faz parte da equipe da Seduc, dentro do Espaço Acolher, relata que uniram o momento de hoje ao acolhimento de uma criança do sudeste do estado que está aniversariando. “É uma comemoração sobre uma festa, que tem a temática da floresta, que é o habitat da maioria das meninas daqui do Espaço Acolher, que são ribeirinhas, da região do Marajó, do Oeste do Pará. E assim a gente faz esse acolhimento também em alusão ao nosso carnaval, mostrando a cultura, os saberes que as meninas trazem e que não podemos ignorar”.
“Aí nós trouxemos uns bichos da Amazônia, elas conhecem os bichos, conhecem as onças, conhecem o macaco. Elas falam, escrevem, desenham, e fazem as máscaras que estão e que foram confeccionadas por elas também”. Informa Denise.
A dona de casa Elielza Pereira de Aquino, é tia da Laís Aquino, que foi vítima de acidente de escalpelamento na região do Marajó, em 2023, e faz o acompanhamento da criança em seu tratamento na Santa Casa, diz que a sobrinha não via a hora dessa festa especial. “Ela está muito feliz, estava empolgada desde ontem à noite, queria usar a sua fantasia. E o que o pessoal que trabalha aqui no Espaço Acolher está fazendo é muito legal. Aqui é muito organizado e acolhedor mesmo”.
Ana Cleide, assistente social da Fundação Santa Casa, relata que no evento desta sexta-feira (21) no Espaço Acolher Espaço Acolher as crianças estavam muito animadas, pensando na fantasia, pensando nesse momento que foi construído assim com muito esmero e carinho pelas professoras que assistem o dia a dia dessas crianças. “O momento do carnaval é contagiante e dentro desse contexto cultural, não só da área urbana, mas também da área de onde elas vêm, consigam perceber, sentir e se renovar com a alegria do carnaval, e aí nós estamos aqui também proporcionando isso”.
“Somos parceiros da classe escolar, que tem projetos muito importantes na contextualização de onde essas crianças e adolescentes vivem. Elas vêm numa situação de adoecimento pelo acidente, passam muito tempo aqui dentro do Espaço Acolher e a classe escolar trabalha com o contexto delas, tanto cultural, como educacional. Para que elas não percam o interesse pelo estudo e quando retornem às suas comunidades elas agregam todo esse conhecimento”, informa a assistente social Ana Cleide.
Estrutura e capacidade - Criado em 2006, o Espaço Acolher proporciona acolhimento e acompanhamento psicossocial às vítimas de escalpelamento. Desde agosto de 2024 voltou a funcionar dentro do prédio centenário da Santa Casa em uma ala com quase 700m², que foi totalmente restaurada e adaptada, disponibilizando uma estrutura confortável que inclui dormitórios para 30 pessoas, sala de estar, cozinha, refeitório, sala de aula, consultório, brinquedoteca, lavanderia e uma área de vivência em comum.
Todos os espaços estão devidamente climatizados, com novos mobiliários e eletroeletrônicos, proporcionando mais conforto aos usuários. A reconstrução foi realizada mantendo as características centenárias do prédio da Santa Casa, no bairro do Umarizal, em Belém.
Atualmente o serviço atende 18 mulheres, vítimas de escalpelamento do motor de barco.