Pará firma acordo com BNDES para concessões florestais sustentáveis
Objetivo é garantir um modelo de exploração sustentável, que permita o uso econômico das florestas sem comprometer sua preservação e o equilíbrio ecológico

O Governo do Pará, por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram, nesta sexta-feira (14), um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para estruturar projetos de concessões florestais no estado. A cerimônia ocorreu no Mercado de São Brás, em Belém, e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Helder Barbalho, do presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, e da presidente em exercício do BNDES, Tereza Campello.
O acordo prevê que o BNDES prestará serviços técnicos de apoio, avaliação, estruturação e implementação de concessões florestais que abrangem mais de 3,4 milhões de hectares. O objetivo é garantir um modelo de exploração sustentável, que permita o uso econômico das florestas sem comprometer sua preservação e o equilíbrio ecológico.
Duas Unidades de Conservação (UCs) de Uso Sustentável serão objeto das concessões: a Floresta Estadual (Flota) do Paru, com mais de 3 milhões de hectares distribuídos pelos municípios de Alenquer, Almeirim, Monte Alegre e Óbidos, na região oeste paraense e a Flora do Iriri, localizada em Altamira, no sudoeste do estado, com área total de 440 mil hectares. Juntas, essas florestas ocupam um território equivalente ao estado do Rio de Janeiro.

Estratégia - O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, destacou a importância do ACT para o avanço da gestão ambiental no estado. “A concessão florestal é uma estratégia fundamental para garantir que nossas florestas sejam preservadas e, ao mesmo tempo, possam gerar desenvolvimento econômico e social para as comunidades locais. Com esse acordo, daremos um passo significativo para consolidar o manejo sustentável como modelo de uso da floresta”, afirmou.
O manejo florestal sustentável consiste na aplicação de técnicas que minimizam os impactos ambientais da exploração madeireira e não madeireira, garantindo a regeneração da floresta e a conservação da biodiversidade. Esse modelo permite que a floresta permaneça produtiva a longo prazo, promovendo benefícios econômicos e ambientais.
As concessões florestais seguem as diretrizes da Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei 11.284/2006), que estabelece normas para a exploração sustentável dos recursos florestais. O modelo prevê a proteção dos ecossistemas e o respeito aos direitos e necessidades das comunidades que vivem na região.
Parceria - A presidente em exercício do BNDES, Tereza Campello, destacou que o Pará lidera o país em áreas de concessões florestais e destacou que a parceria com o BNDES reforça o compromisso do estado com a conservação da Amazônia. “Além de reduzir o desmatamento e promover o uso sustentável da floresta, o ACT pode atrair investimentos e impulsionar a bioeconomia na região”, frisou.
A assinatura do acordo marca um avanço na gestão ambiental do Pará, fortalecendo as políticas públicas voltadas à preservação dos recursos naturais e ao desenvolvimento sustentável. Com a estruturação dos projetos, o estado busca consolidar um modelo de concessão que alie responsabilidade ambiental e crescimento econômico, servindo de referência para o restante do país.