Em cinco anos, Santa Casa do Pará triplica oferta da mamografia para pacientes do SUS
Exame é fundamental para a detecção precoce do câncer de mama. A Santa Casa atende às pacientes da demanda interna do Ambulatório da Mulher e também atua na atenção secundária do SUS
Em 2024 o setor de diagnóstico por imagem da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará realizou 2.076 mamografias, um exame fundamental para a detecção precoce do câncer de mama. Em comparação a 2023, quando foram realizados 1.396 exames, a oferta apresentou um aumento de mais de 30% e em 5 anos mais que triplicou, saindo de 609 em 2020 para mais de 2 mil exames, possibilitando que mulheres como a pescadora Ana Rios, de 44 anos, pudessem ter acesso a mamografia.
"Há uns dois anos eu sinto uma dor no seio direito e quando eu sinto, tomo um remédio e passa. Eu faço o autoexame com a mão e não sinto nada, mas uma vez fiz uma ultrassonografia e o médico viu um nódulo. Agora fui atendida em uma ação do Parapaz na Ilha do Combu e o médico pediu a mamografia, que já queria fazer, mas ainda não tinha idade", conta Ana.
De acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Mastologia, a mamografia deve ser realizada por mulheres a partir dos 40 anos. O Ministério da Saúde recomenda que o exame seja feito a partir dos 50 anos. Mas a solicitação do exame pode ser feita antes, caso haja algum sintoma, e também depende da finalidade do exame, explica a mastologista, Cynthia Lins, que atende no Ambulatório da Mulher da Santa Casa.
"Para a gente fazer a diferença, a mamografia diagnóstica é aquela mamografia que é feita de acordo com um sintoma da paciente, por exemplo, ela tem um nódulo de mama e você vai fazer mamografia para avaliar se esse nódulo tem características benignas ou malignas. E nós temos a mamografia de rastreio, que é aquela mamografia em que a paciente faz sem nenhum sintoma, ela é assintomática e deve ser realizada, de acordo com o Ministério da Saúde, a partir dos 50 anos até os 69 anos, a cada dois anos. Mas de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Febrasgo, deve ser realizada a partir dos 40 anos anualmente", explica Cynthia.
Sobre o crescimento nos números de exames realizados na Santa Casa do Pará, o aumento de pacientes atendidas em 2024 se deve à reorganização da oferta do exame para a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo as Centrais de Regulação do Estado e do Município, explica o coordenador de Diagnóstico por Imagem da Santa Casa, Milton Miranda.
“Investimos em melhorias que incluíram treinamento de pessoal, ambientação, organização, mudança para o agendamento digital, entre outras ações que contribuíram para o aumento da oferta de exames para instituições pactuadas como a Secretaria de Saúde do Estado, a Unidade de Referência Materno-Infantil e para a própria Santa Casa, por meio do Ambulatório da Mulher. Pretendemos, agora em 2025, intensificar ainda mais nossas ações”, afirma Milton.
A Santa Casa atende às pacientes da demanda interna do Ambulatório da Mulher e também atua na atenção secundária do SUS recebendo pacientes que passaram pela unidade básica de saúde e tiveram alguma alteração ou diagnóstico suspeito para o câncer de mama. Na Santa Casa as pacientes são atendidas por uma especialista, no caso mastologista, e recebem um diagnóstico clínico e anatomopatológico. Caso o diagnóstico seja positivo a paciente é encaminhada para a atenção terciária, que faz o atendimento dos pacientes oncológicos.