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Hospital Abelardo Santos intensifica ações de combate à gravidez na adolescência

Referência no cuidado à mulher e à criança, o HRAS atende em média duas adolescentes grávidas por dia

Por Diego Monteiro (HRAS)
12/02/2025 13h51

O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, Distrito de Belém, no ano de  2024, contabilizou 721 atendimentos a adolescentes grávidas, com idades entre 12 e 18 anos. Em âmbito nacional, a cada hora, 44 bebês nascem de mães adolescentes, desse total, duas têm entre 10 e 14 anos, conforme dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme o enfermeiro Vitor Hugo Pantoja, diarista no Centro Obstétrico do HRAS, a gestação precoce é um problema multifatorial, influenciado pela falta de acesso à educação sexual, de informações sobre métodos contraceptivos e a fragilidade socioeconômica da mãe e família. Além disso, essa condição pode acarretar sérios riscos à saúde, incluindo partos prematuros e o aumento da pressão arterial da adolescente.

Diante desse cenário, o Hospital Abelardo Santos, referência no cuidado à mulher e à criança, intensifica, em fevereiro, mês dedicado à prevenção da gravidez na adolescência, as iniciativas de conscientização sobre o tema. "Precisamos falar abertamente sobre sexualidade e garantir que os adolescentes tenham acesso a informações e recursos que os ajudem a fazer escolhas conscientes", disse Vitor.

Além das iniciativas internas, a unidade também leva palestras em instituições de ensino nas proximidades. Na última quinta-feira (6), por exemplo, esteve na Escola Estadual Senhora de Fátima II, no bairro da Agulha. A Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência foi instituída pela Lei nº 13.798/2019, que incorporou essa iniciativa ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Combate

Durante as ações realizadas por meio de rodas de conversa, são destacados os diversos efeitos que uma gestação precoce pode gerar. Além dos riscos físicos e das dificuldades socioeconômicas mencionados anteriormente, os profissionais de saúde abordam também as consequências emocionais e sociais, como a evasão escolar e as barreiras para ingressar no mercado de trabalho.

A assistente social Karyanne Barros acrescenta que "os esforços buscam não apenas alertar, mas também empoderar os adolescentes com informações que contribuam para um futuro mais seguro e consciente. É fundamental lembrar dos riscos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) decorrentes de relações desprotegidas, que, nesse contexto, afetam não apenas a vida da jovem, mas também a da criança que está por vir".

É importante ressaltar que iniciativas desse tipo ocorrem de forma regular no HRAS, durante todo o ano, e conta com abordagem sobre os direitos e a proteção da população adolescente, com embasamento no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Segundo a lei brasileira, adolescentes grávidas de até 14 anos, mesmo que estejam em uma relação consensual, é considerada vítima de estupro de vulnerável, podendo o seu agressor ter uma pena de oito a 15 anos de reclusão.

Métodos de prevenção

Conforme recomendações do Ministério da Saúde, o SUS oferece gratuitamente nove métodos contraceptivos.  São eles: anticoncepcional injetável mensal; anticoncepcional injetável trimestral; minipílula; pílula combinada; diafragma; pílula anticoncepcional de emergência (ou pílula do dia seguinte); Dispositivo Intrauterino (DIU); preservativo feminino e preservativo masculino.

Nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), geridos por prefeituras municipais, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), são oferecidos à população adolescente e jovem esses métodos de prevenção, além de ações educativas sobre sexualidade responsável, promoção da saúde, prevenção das ISTs e gravidez precoce.