Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
BIOECONOMIA

Abertura da safra da castanha-do-pará reforça bioeconomia na Floresta Estadual do Trombetas

Mais de 600 extrativistas cadastrados no Ideflor-Bio iniciarão a coleta na Unidade de Conservação (UC)

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
01/02/2025 11h48

A safra 2024 da castanha-do-pará na Floresta Estadual (Flota) do Trombetas, localizada entre os municípios de Óbidos e Oriximiná, na região oeste paraense, será oficialmente aberta neste domingo (2). A solenidade, promovida pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) ocorrerá às 9h, na Base do Jaramacaru, e marcará o início das atividades extrativistas na Unidade de Conservação (UC).

Mais de 600 extrativistas cadastrados no Ideflor-Bio estão autorizados a acessar a floresta para a coleta da castanha, garantindo a continuidade de uma prática tradicional que gera renda para as comunidades locais e fortalece a bioeconomia regional. Vale lembrar que na safra do ano passado, foram coletadas aproximadamente 450 toneladas do produto. 

“Os extrativistas estão preparados e otimistas para mais um ciclo de produção sustentável”, afirmou a presidente da Associação Mista Agrícola Extrativista dos Moradores da Comunidade Jaramacaru e Região (Acaje), Cidiane Sampaio.

A atividade extrativista é permitida na Flota Trombetas por se tratar de uma UC de Uso Sustentável, onde é possível o manejo de produtos da biodiversidade, desde que respeitadas as diretrizes ambientais. “Essa é uma oportunidade ímpar para a geração de renda e o fortalecimento da bioeconomia no estado do Pará. Ao mesmo tempo, é essencial que essa atividade seja realizada de forma responsável e sustentável, preservando o meio ambiente e respeitando as comunidades tradicionais que dependem desses recursos naturais para sua subsistência”, destacou o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto.

Expectativa - A coleta da castanha ocorre após a queda dos frutos da castanheira (Bertholletia excelsa), conhecidos como ouriços, que acontece entre os meses de dezembro e janeiro. O processo de extração envolve a coleta dos ouriços, sua quebra e a separação das castanhas, que passam por secagem antes de serem ensacadas e comercializadas. 

“Este ano, a expectativa é que 4 mil sacos de castanha sejam extraídos da UC. Com a atualização do cadastro dos extrativistas e o apoio da Polícia Ambiental no monitoramento da entrada, o planejamento segue dentro do esperado, garantindo um manejo seguro e eficiente”, afirmou o gerente da Região Administrativa da Calha Norte II (GRCNII), Ronaldison Farias.

A parceria entre o Ideflor-Bio, a 1ª Companhia Independente de Polícia Ambiental (CIPAmb), a Acaje e as prefeituras de Óbidos e Oriximiná tem sido fundamental para assegurar que a atividade extrativista ocorra de forma ordenada e sustentável. O monitoramento contínuo realizado na Base do Jaramacaru garante que a coleta respeite os limites ambientais e favoreça a conservação da floresta.

Pesquisa - Além do extrativismo, a Flota Trombetas desempenha um papel estratégico na pesquisa científica, atraindo estudiosos interessados na biodiversidade amazônica. A preservação da floresta permite a continuidade de estudos sobre ecossistemas e cadeias produtivas sustentáveis, beneficiando tanto a ciência quanto às populações locais.

A abertura da safra reforça a importância do modelo de bioeconomia adotado no Pará, que busca aliar desenvolvimento econômico à conservação ambiental. “O extrativismo sustentável mantém a floresta em pé e produtiva, garantindo que os recursos naturais sejam utilizados de forma equilibrada. O trabalho conjunto entre governo e comunidades tradicionais é essencial para o sucesso dessa atividade”, concluiu o gerente Ronaldison Farias.