Semas recebe comitiva do Reino Unido e apresenta projeto do Parque de Inovação em Bioeconomia
A reunião analisou as conquistas da parceria entre o Estado e a embaixada britânica, ressaltando os avanços e os impactos gerados até o momento
Nesta quinta-feira (30), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) realizou uma reunião estratégica com uma comitiva do Reino Unido, para apresentar os projetos de investimentos em bioeconomia no Estado.
As visitas e reuniões objetivaram apresentar os projetos em curso que contam com o apoio do Reino Unido e discutir possíveis apoios financeiros para a execução de linhas estratégicas definidas pelo estado nas agendas de biodiversidade e clima com ações dentre elas aquelas que priorizem a bioeconomia focando em soluções inovadoras e sustentáveis, como o Parque de Inovação em Bioeconomia do Estado.
A secretária adjunta de Bioeconomia do Pará, Camille Bemerguy, explicou que o parque de inovação em bioeconomia é um dos projetos estruturantes contido no plano estadual de bioeconomia, que busca mudar a matriz econômica do Pará para uma matriz sustentável e carbono neutro, parte do objetivo da agenda climática do Estado.
"O parque é um ecossistema propulsor e alavancador da economia verde, que vai ser composto por dois armazéns localizados no Porto Futuro II. Um voltado para um laboratório fábrica, alavancando e promovendo novos produtos, uso de tecnologia, startups, incubação e aceleração de empresas, e outro mais voltado para um novo modelo de ambiente de negócios voltado para criação de apoios sustentáveis aos negócios da bioeconomia, como os comunitários. Nós tivemos apoio do governo britânico por meio do programa UK Pact para estruturação conceitual e implementação do Centro de Sociobioeconomia, que ficará dentro do Parque de Inovação. O governo britânico esteve aqui visitando para conhecer o uso dos recursos para esse processo, e para discutir possíveis novas parcerias para alavancar ainda mais a estruturação dos negócios da sociobiodiversidade no Estado”, disse Camille Bemerguy.
O Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia tem a oportunidade de ser um importante viabilizador e articulador de políticas públicas, tendo como principal objetivo criar espaços de inovação em Bioeconomia para a interação entre os setores da pesquisa e da ciência, iniciativa privada, sociedade civil, saberes dos povos tradicionais e poder público, visando a criação de novos produtos, serviços e negócios a partir dos ativos ambientais amazônicos com alta tecnologia, tecnologias sociais, conhecimento tradicional, soluções baseadas na natureza e valor agregado com a finalidade de gerar uma cultura empreendedora para a geração de riqueza e o desenvolvimento socioeconômico do Estado do Pará.
A longa colaboração entre o governo do Estado e o Reino Unido envolve projetos, visitas e eventos, com foco na co-criação de soluções em parceria com a Semas. A reunião buscou refletir sobre o histórico e legado, além de discutir como atrair recursos e gerar impacto significativo na sociobioeconomia estadual.
Com várias frentes estratégicas, a comitiva britânica discute cooperações que influenciam as políticas públicas e diretrizes estaduais. O diálogo entre a rede de atores é fundamental para moldar prioridades e garantir uma gestão pública mais integrada e dinâmica.
Em 2021 foi iniciada a discussão do plano de bioeconomia, abordando o impacto e necessidades da sociobioeconomia, com o suporte do UK PACT - o programa Parcerias para Acelerar Transições Climáticas (UK PACT) do Reino Unido. A restauração da bioeconomia e a transição para uma economia de baixo carbono também estão no foco dessa parceria.
“O centro de sociobioeconomia é um projeto muito estratégico para a nossa parceria com o Pará, pois envolve não apenas a preservação da floresta, mas também a geração de renda e a valorização das comunidades tradicionais. Estamos muito felizes por termos apoiado a primeira fase do projeto no ano passado, que consistiu na estruturação desse centro, e agora, nesta segunda fase, por podermos fortalecer a governança e colher os resultados alcançados até o momento”, enfatizou Marina Briante, gerente de financiamento climático internacional da embaixada britânica, sobre o apoio do Reino Unido ao Pará no desenvolvimento do centro de sociobioeconomia.
Prioridades do Estado - Foco no próximo biênio em fortalecer o Parque de Inovação em Bioeconomia e Inovação é um dos compromissos a serem cumpridos para a COP30. A estratégia busca endereçar e fortalecer a agenda dos novos negócios da bioeconomia, que representam milhões de dólares no mercado global de importação. O propósito é aumentar a participação dos produtos do Pará nesse mercado, gerando mais recursos para a população da floresta e as comunidades tradicionais.
Desta forma, o Centro de Sociobioeconomia, que será localizado no Porto Futuro II, atualmente em obras, será um espaço comunitário para fortalecer novos negócios na área, sejam comunitários ou urbanos. A ideia é criar uma fábrica compartilhada onde os negócios possam refinar seus ativos e transformá-los para a indústria.
Bioeconomia em foco - a bioeconomia é multissetorial, e o processo inicia com a criação de uma base de ações estruturais e operacionais para impulsionar o setor, que representa 3,8% do PIB do estado e é considerado um dos pilares para o desenvolvimento econômico local.
O Pará concentra 75% da bioeconomia da Amazônia, o que reforça sua posição estratégica na região. Com inauguração prevista para antes da COP3, o Centro de Bioeconomia funcionará dentro do Parque de Inovação de Bioeconomia, consolidando a atuação do Estado nesse valioso setor.
Olhar para o futuro - o futuro da bioeconomia inclui condições para um novo paradigma de produção que usa ativos ambientais com um potencial de efeito multiplicador para as comunidades e economia local. Para esse alcance, o Parque de Bioeconomia tem o papel fundamental de reduzir a mortalidade dos negócios verdes iniciais, apoiando o crescimento sustentável e a inovação no setor.
Visitas do UK Pact e Semas - também foram realizadas visitas às obras do Porto Futuro II, onde ficará localizado o Parque da Inovação em Bioeconomia, e ao Parque da Cidade, onde será realizada parte da COP30, para constatar o desenvolvimento do projeto em benefício do evento e do legado que ficará para a população do Estado.