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Janeiro branco: Ophir Loyola qualifica atendimentos com assistência psicológica

Hospital disponibiliza serviço da equipe de 30 profissionais por 24 horas

Por Leila Cruz (HOL)
17/01/2025 11h04

O Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, observa que o impacto psicológico ocasionado pelo diagnóstico do câncer ou de qualquer doença de alta complexidade é um momento inesperado e desafiador. As emoções e os pensamentos que surgem, entre os pacientes, podem ser intensos, variando desde a negação, raiva, tristeza, até uma sensação de impotência. Durante o processo de enfrentamento da doença, o paciente pode atravessar uma série de estágios psíquicos, semelhantes ao do luto. Por isso, além de garantir o tratamento físico, o Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, garante o apoio psicológico no atendimento aos usuários.

O Hospital dispõe do auxílio de 30 profissionais da Divisão de Psicologia, que atuam 24h para promover o acolhimento e o bem-estar mental dos pacientes e familiares. Isso contribui para a construção de resiliência emocional e ajuda na adaptação ao novo contexto imposto pelo diagnóstico e tratamento.

O serviço oferece um espaço de acolhimento, compreensão e cuidados direcionados à saúde mental, tanto no ambulatório quanto à beira leito. A finalidade é melhorar a qualidade de vida e auxiliar na recuperação dos enfermos. No ano passado, cerca de 75 mil atendimentos psicológicos foram realizados no hospital sede e no Centro de Cuidados Paliativos Oncológico, localizado no bairro do Jurunas.

Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, os enfermos enfrentam um turbilhão de emoções, estágios que  podem não ser lineares e ocorrer de forma alternada ou até repetitiva.

A psicóloga hospitalar do HOL, Michelle Fonseca, explica que quando os pacientes com câncer ou portadores de outras doenças graves são admitidos no hospital, passam por acolhimento e, posteriormente, são encaminhados ao setor específico de tratamento da doença de base para receber o acompanhamento, além da terapia psíquica.  

“Inicialmente, com o impacto do diagnóstico, os pacientes têm alguns sintomas de depressão e ansiedade. Conforme são assistidos, conversando conosco durante as terapias e mantendo o tratamento psíquico, melhoram. Eles alcançam a fase de aceitação, o que facilita bastante o tratamento da doença. Muitos deles chegam aqui negando a patologia que carregam, não aceitam o diagnóstico e isso dificulta muito a adesão ao tratamento e o processo de cura, o que resulta no prolongamento do sofrimento”, destacou Michelle Fonseca.  

A servidora pública, Marilene Soares, moradora do município de Marabá, foi diagnosticada, em 2022, com câncer de colo do útero, aos 44 anos. “Quando eu soube do diagnóstico, eu não fiquei com medo. Decidi não me entregar ao câncer, e ter o apoio de psicólogos, da doutora Michelle, foi fundamental para eu continuar forte", disse ela.

"A nossa mente tem um poder que vai muito além do que a gente imagina. Então, eu me agarrei com o que há de melhor para conseguir forças e superar essa doença: à minha base maior que é Deus. Não estou falando de religião, cada um com a sua, mas independente de qualquer coisa, há um ser maior que zela pela nossa vida”, afirmou. 

Moradora do bairro do Marco, em Belém, a costureira Roseli Lima, de 63 anos, tem  diagnóstico de câncer de mama, há dois anos. “Não conseguia aceitar, pensei ‘eu não posso estar com isso’. Eu gritava, chorava, berrava com Deus questionando o motivo dele fazer isso comigo. Após a minha cirurgia, decidi tentar o tratamento psicológico, que faço até hoje.  A terapia mudou bastante a minha perspectiva sobre a doença e, hoje, posso afirmar, estou melhor. Consigo lidar com as coisas com mais calma e clareza”, afirmou.

Texto de David Martinez, sob a supervisão de Leila Cruz.