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Hospital Regional do Baixo Amazonas realiza primeiro Transplante de rim em 2025

Natural de Óbidos, a ex-funcionária pública de 66 anos foi diagnosticada com doença renal e aguardava por um órgão compatível

Por Weldon Luciano (HRBA)
06/01/2025 18h39

Para quem faz hemodiálise, a esperança vai além das sessões semanais. Pode ser também o caminho por uma doação de um rim, que geralmente demora meses ou anos. No Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), no oeste do Pará, na primeira semana de janeiro, a espera acabou para Edinalva Pinheiro, paciente que foi contemplada com o primeiro transplante de rim do ano de 2025. 

“Aguardo com muita expectativa. Fui contemplada outras vezes, mas não foi possível fazer o procedimento e agora chegou a minha vez. O coração está ótimo, não estou nervosa, confio nos profissionais do Hospital e creio que tudo dará certo”, destacou Edinalva.  
 
Natural de Óbidos, a ex-funcionária pública de 66 anos foi diagnosticada com doença renal policística (DRP), uma condição hereditária que se caracteriza pelo desenvolvimento de múltiplos cistos nos rins. Os cistos aumentam de tamanho gradualmente, podendo danificar o tecido renal e comprometer a função do órgão. 

Os sintomas da DRP podem ser leves ou intensos e incluem: dor nos flancos e abdominal, hematúria, hipertensão, cólica causada por cálculos renais. O diagnóstico é feito por exames de ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética dos rins.

Para Edinalva, foram 22 anos de acompanhamentos médicos, dois quais cinco foram no Centro de Terapia Renal Substitutiva fazendo diálise. Após a recuperação, a paciente já tem planos, que incluem viagens e um agradecimento especial. “Vou em São Paulo, até Aparecida, para agradecer Nossa Senhora e em seguida vou a Belém, para agradecer Nossa Senhora de Nazaré.”

A indicação do transplante é individualizada e deve ser feita quando o paciente tem doença renal crônica com insuficiência do órgão, está em diálise ou fase pré-dialítica, e o quadro é irreversível. 

Para o médico Henrique Rabello, o novo órgão é a forma de fazer com que o paciente saia do tratamento hospitalar e passe a fazer o tratamento em nível ambulatorial, melhorando a qualidade de vida e reduzir o risco de mortalidade.   

O paciente, ao iniciar o tratamento de hemodiálise, é encaminhado para consultas pré-transplante e tem o nome inserido na listagem para receber um órgão novo. A compatibilidade genética entre os pacientes é o critério avaliado. 

“Quando a gente recebe a oferta de um órgão, o paciente que tem uma genética muito próxima ao doador sobe nessa lista. Entramos em contato para avaliar a situação atual dele e em seguida, se estiver tudo bem, ele é chamado para efetuar a cirurgia”, explica o médico. 

A doação é fundamental, principalmente de doadores falecidos, com quadro de morte encefálica. A autorização para a doação deve ser feita pela família, não sendo necessário deixar a vontade expressa em documentos ou cartórios. Manifestar a intenção de doar e conversar com familiares e amigos pode ser uma alternativa para quebrar preconceitos e ampliar a sensibilização.  

Terapia Renal Substitutiva

O Centro de Terapia Renal Substitutiva do Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará Dr. Waldemar Penna oferta tratamentos especializados de Hemodiálise, Diálise Peritoneal e Transplante Renal, que hoje tem uma demanda de 220 pacientes.

De janeiro a novembro de 2024, foram realizados atendimentos médicos, de enfermagem, nutrição, psicologia e assistência social, ultrapassando a marca de 28 mil sessões de hemodiálise.

Captações e transplantes

Desde 2012, o HRBA realiza captações de órgãos e tecidos na unidade. De lá para cá, já foram 57 doações efetivas com a captação de 107 rins, 77 córneas, 14 fígados e 4 corações. A instituição é habilitada pelo Ministério da Saúde para realizar os procedimentos de captação e transplantes até 2028.

O Governo do Pará investe na busca ativa, identificação e captação de possíveis doadores de órgãos, através da Organização de Procura de Órgãos (OPO) Tapajós, que incentiva a doação de órgãos.

Situada dentro do Hospital Regional, a equipe da OPO trabalha no monitoramento de potenciais doadores, no convencimento da família e em toda a logística para que a captação ocorra, isso sem falar de cursos e treinamentos para o diagnóstico de morte encefálica realizados com profissionais de saúde do HRBA e de outras unidades, e campanhas para conscientizar a população sobre a importância da doação.

Já os transplantes, exclusivamente de rins, são realizados desde novembro de 2016. Hoje, a equipe do setor de transplantes conta com cinco médicos nefrologistas, um enfermeiro e dois técnicos de enfermagem. Foram 115 transplantes realizados pelo HRBA até aqui, sendo 80 homens e 35 mulheres.

Em 2024, o HRBA teve sua autorização para realizar captação e transplante de rins renovada por mais quatro anos. De acordo com a portaria SAES/MS 1.884, o Ministério da Saúde deixa a unidade apta para o serviço até o ano de 2028.  

“O transplante de rim é considerado uma opção completa e efetiva para que pacientes com doença renal crônica em estágio avançado recuperem a qualidade de vida. Por isso, hospitais que ofereçam esse serviço de captação e doação de órgãos, como é o caso do HRBA, são de extrema importância para a população. São unidades que salvam vidas e fortalecem o Sistema Único de Saúde”, conclui Matheus Coutinho, diretor-geral do  hospital.  

Serviço: O Hospital Regional do Baixo Amazonas pertence ao Governo do Pará, sendo administrado pelo Instituto Social Mais Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade funciona na avenida Sérgio Henn, 1.100, no bairro Diamantino, em Santarém.