Ações de humanização transformam o ambiente hospitalar do Hospital de Clínicas
O mês de dezembro no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), em Belém, tem sido marcado por ações que resgatam o verdadeiro espírito de humanização, oferecendo aos pacientes e familiares mais do que cuidados médicos, mas um apoio emocional profundo e momentos de alegria. Entre as várias iniciativas, destacam-se ações que buscam aliviar o peso da rotina hospitalar, proporcionando alívio, aconchego e, acima de tudo, esperança. O hospital tem se transformado em um ambiente mais acolhedor, com atividades que tocam o coração de todos os envolvidos, reforçando a importância de cuidar de todos os aspectos da saúde.
Diversão e alegria para pacientes pediátricos — O clima festivo e acolhedor tomou conta das unidades pediátricas, nas quais os pacientes puderam vivenciar momentos de alegria e interação social, tão necessários no tratamento de longo prazo. Durante o mês de dezembro, a equipe multiprofissional organizou atividades recreativas fora do ambiente hospitalar, com o intuito de proporcionar aos pequenos pacientes momentos de descontração e leveza. Estas ações foram essenciais para diminuir o estresse e o cansaço que surgem após semanas e até meses de tratamentos.
Uma das atividades foi uma programação especial para as crianças da pediatria em uma casa de festas infantis, cedida voluntariamente. O evento ofereceu uma manhã de diversão e descontração, aliviando o peso da rotina hospitalar, com o acompanhamento de profissionais de saúde.
A terapeuta ocupacional Karla Aita conta que as internações prolongadas podem impactar o desenvolvimento dessas crianças, mas com o auxílio multiprofissional do HC elas conseguem ser bem assistidas. “O HC, atento a essas necessidades, conta com uma equipe multiprofissional completa, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e educadores físicos”, destacou.
Itamara Corrêa, mãe da pequena Estela, compartilhou sua visão sobre a importância de atividades como essa. "Eu achei muito legal porque se para nós, adultos, já é estressante estar no hospital, imagine para uma criança. Minha filha fez o procedimento e logo volta para casa, mas penso nas crianças que ficam meses internadas. É muito cansativo e estressante. Esse projeto de trazer as crianças para um parque, para passear, é maravilhoso", comentou.
Apoio às mães — Para as mães que enfrentam a angustiante rotina de uma UTI neonatal, o HC proporcionou uma experiência única e de cuidado emocional: um passeio fluvial pela orla de Belém. As mães, que muitas vezes se sentem isoladas e sobrecarregadas pela intensidade do acompanhamento dos filhos em tratamento intensivo, puderam vivenciar uma pausa necessária para o autocuidado e a reflexão. Esse gesto simples, mas significativo, trouxe alívio para aquelas que carregam a responsabilidade emocional de verem seus filhos enfrentando batalhas pela vida.
Alice Coelho, mãe de um bebê internado há seis meses, descreveu o passeio como uma chance de “se sentir viva novamente” após meses de dedicação exclusiva aos cuidados hospitalares. “É muito bom poder distrair a cabeça, sair um pouco dessa sobrecarga. A nossa vida gira em torno do hospital, e momentos como esse trazem um alívio enorme. Eu só tenho a agradecer,” compartilhou com os olhos marejados, mas transbordando gratidão.
Natal de esperança e aconchego — No HC, o espírito natalino tomou conta dos espaços, especialmente nas clínicas pediátricas, com celebrações que trouxeram um toque de magia e reflexão sobre o real significado da data. Pacientes, familiares e colaboradores se uniram para vivenciar a alegria e o simbolismo do Natal, um momento de renovação da esperança.
Uma das ações mais emocionantes foi a chegada de um caminhão iluminado, que encantou crianças e adultos. O brilho das luzes e a música natalina proporcionaram uma sensação de acolhimento e festividade, tão necessárias em um ambiente tipicamente associado ao sofrimento e à dor.
Além disso, o hospital preparou um evento especial no auditório para os pequenos pacientes, com apresentações musicais, a visita do papai noel e distribuição de presentes.
Nayanda Santos, mãe de Evelyn de três, agradeceu pela visita do Papai Noel e pelas atividades especiais no hospital. Evelyn, que está internada aguardando uma cirurgia, teve sua primeira experiência com o Papai Noel. “Esses momentos lúdicos são muito importantes, pois distraem as crianças durante a internação e aliviam um pouco a angústia. A Evelyn nunca tinha visto o Papai Noel antes, então foi a primeira vez que ela teve essa experiência. Ela adora o Natal e foi uma alegria para nós", agradeceu a mãe da criança.
"Estas ações ajudam na promoção de conforto, bem-estar, sentimento de pertencimento a um grupo social que lhe apoiam, resgatam as relações familiares, diminuem o estresse causado pela internação e pela espera ao tratamento mesmo, que ambulatorial, e todos esses aspectos auxiliam no combate às doenças em geral, especialmente nos quadros mentais como depressão e ansiedade, por exemplo", explicou Tatiana Montalvão, psicóloga do setor do Serviço Biopsicossocial do HC.
"Além disso, crianças em pleno desenvolvimento mesmo com doenças crônicas, precisam de entretenimento, carinho e atenção, ofertada de forma lúdica, terapêutica e educacional através de nossas equipes de saúde, tão engajadas neste cuidado multidisciplinar”, complementou a profissional.
Cuidado Integral para Todos – Essas ações de humanização realizadas pelo HC têm um objetivo claro: transformar o ambiente hospitalar em um lugar mais humano, leve e acolhedor. A hospitalização muitas vezes envolve não apenas o desgaste físico, mas também emocional e psicológico, por isso o cuidado integral tem sido um dos pilares da instituição.
"As comemorações inserem o paciente e o acompanhante na vida em comunidade, na vida social. E isso traz para eles justamente essa sensação de pertencimento e não de afastamento. Então as comemorações, além do aspecto lúdico, do aspecto lúdico de administração, conferem bem-estar. Uma melhor ambiência, uma melhor interação social, é justamente a inserção, trazer, resgatar a inserção do paciente no social, naquilo que socialmente está se comemorando, está se relembrando a vida social. Então é um momento importante, é um momento que eles se sentem como gente, como pessoas e não só como como um corpo doente", explicou a psicóloga Patrícia Bentes.
"Neste período de Natal, as ações de humanização ganham ainda mais importância. Elas representam um presente para quem enfrenta a doença. Nossa missão vai além de tratar. Queremos cuidar de todos os aspectos da vida dos nossos pacientes, oferecendo momentos de bem-estar, alegria e esperança", pontuou a diretora presidente da instituição, Heloisa Guimarães.
Com um ambiente mais acolhedor, o HC demonstra, mais uma vez, que a saúde não se resume a diagnósticos e tratamentos. Cuidar de todos os aspectos do ser humano, incluindo sua saúde mental e emocional, tem sido o caminho para transformar o hospital em um espaço de acolhimento e transformação. E, neste dezembro, não são apenas as luzes de Natal que brilham no hospital, mas a esperança e o carinho que envolvem cada gesto de humanização realizado ali.
Texto: Kelly Barros (Ascom HC)