Com Emater, agricultoras de São Miguel têm recursos para melhorar roças de mandioca
Via projetos e assistência garantidos pela Emater, mulheres conseguem acessar o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais
Pelo atendimento do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em São Miguel do Guamá, na zona guajarina, 10 mães solo, moradoras da zona rural e por ora dependentes de bolsa-família, estão recebendo recursos para melhorar as plantações de mandioca e a produção de farinha d’água.
Mulheres de 30 a 40 anos e com média de dois a três filhos pequenos, muitos deles bebês, elas fazem parte de um grupo de 17 famílias selecionadas do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) para participar, em 2024, de uma parceria entre o Governo do Estado e o governo federal.
Via projetos e acompanhamento da Emater, o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais (Fomento Rural) direciona um total de R$ 4 mil e 600, em duas parcelas, para cada família investir em um negócio próprio, sem que se precise pagar nada de volta.
No caso de São Miguel do Guamá, as comunidades beneficiadas este ano situam-se ao longo da rodovia Br-010: Ladeira, no km 12, e Rio Branco e Santa Rita do Crauateua, ambas no km 23. Os focos são cadeia produtiva de mandioca e comercialização de açaí.
Os agricultores receberam a primeira parcela, de R$ 2 mil e 600, em outubro; a segunda parcela será liberada em janeiro. O dinheiro é depositado diretamente na conta do bolsa-família, vinculada à Caixa Econômica Federal (Cef).
Para o chefe do escritório local da Emater em São Miguel do Guamá, Odiwaldo Silva, técnico em agropecuária, a oportunidade consagra a Emater como principal ponte entre a agricultura familiar do município e as políticas públicas: “De forma contínua e sólida, a Emater se mostra como um caminho fundamental de acesso a direitos e de desenvolvimento sustentável. Tudo relacionado a agricultura familiar passa pela Emater”, aponta.
Sobre o Fomento Rural, o gestor salienta a ferramenta da expertise de campo da equipe: “O extensionista conhece a região, conhece a realidade, conhece as comunidades e conhece os indivíduos agricultores familiares; conhece como trabalhadores e como seres humanos. Esse conhecimento prévio, esse repertório, isso embasa, norteia e direciona a efetividade das políticas públicas”, diz.
Mulheres
Além das mães solo, os projetos da Emater em São Miguel do Guamá no contexto do Fomento Rural contemplam mulheres casadas ou em união estável que também são chefes-de-família.
Valdemira dos Santos, de 48 anos, por exemplo, da localidade Nossa Senhora do Livramento, na comunidade Ladeira, é mãe de oito filhos do companheiro, Reginaldo Lima, de 53 anos: quatro moram com eles no Sítio João.
A família está aplicando os recursos do Fomento Rural no preparo da área e no plantio da roça de janeiro. O objetivo é aumentar a produção de farinha, prejudicada um tanto porque Valdemira e Reginaldo sofrem de doenças ortopédicas, o que lhes limita o movimento: “Sem apoio, a gente às vezes fazia só uma saca de farinha por mês [60 kg] e quase não lucrava nada. Agora estamos mais animados”, conta.